quinta-feira, 22 de outubro de 2015

ARTE E OFÍCIOS

            Tudo bem, o argumento tecnológico é algo tão gigantesco que somos obrigados a estarmos conectados. No entanto, a que? Serão as conexões eletrônicas as únicas no planeta inteiro? Talvez estejamos querendo um pouco mais além disso tudo, nós que vimos a realidade por outros prismas, ou aqueles que nem sempre possuíram o daguerreótipo, ou mais propriamente, pintaram seus retratos à sua maneira: talvez de outros, onde o selfie era mais complexo, e a assinatura do pintor valia uma exposição, ou um estudar anterior na Academia Julian, em Paris... Talvez um pouco de história remonte, ao invés de se construir museus sobre a foto, seu revelador, seu interruptor, o cheiro do ácido acético, do filme na bobina; talvez a mesma história nos faça relembrar na prática antigos processos da fotografia ou mesmo relembre a transparência sutil e maravilhosa de uma veladura, coisas que também ajudam a mesma tecnologia, pois não haverá possibilidade de encontrarmo-nos com a história se não soubermos reler as origens da mesma tecnologia que antes tenha lançado alicerces essenciais às luzes de nossa compreensão histórica. Não há como tornar algum evento, mesmo minimalista, se a história vive, independente de seu tempo cronológico, pois a projeção do futuro prevê melhorias do que resgatemos do passado em direção ao presente, ao ato, à práxis. A atitude não precisa levar ao raciocínio, pois a mesma roda da história de dois anos de prática trabalhista torna mais consciente o lavor, se dois ou mais no mesmo se fizerem presentes, com outras mesclas de categorias em suas triangulações, em qualquer profissão, seja comerciante, empresário, padeiro ou em trabalhos mais introspectivos, que vão da faxina à medicina, como exemplo cabal de igualdade cidadã.
            Não se pretenda dizer que algum trabalho é superior, pois o ganho já é um rótulo sectário, e um escritor pode se tornar uma função de luzes, apenas ajudando a reconhecer caminhos... Há que se trovar, e a voz tem que ser dita sem receios, pois senão serão apenas ensaios programados de falas, e nos tornaremos mera repetição de funções técnicas no seu sentido lato de um treinamento escuso, quando depõe contra agrupamentos da coletividade que tendem a trabalhar na honestidade e sacrifícios no sistema em que vivemos, sujeito a transformações estruturais. A palavra transformação é um pouco relativa. Dir-se-ia melhor: mudanças, pois Lavoisier entenderia que um homem, expressando-se, pode ser um criador!

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