Tudo bem, o argumento tecnológico é
algo tão gigantesco que somos obrigados a estarmos conectados. No entanto, a
que? Serão as conexões eletrônicas as únicas no planeta inteiro? Talvez estejamos querendo um pouco
mais além disso tudo, nós que vimos a realidade por outros prismas, ou aqueles
que nem sempre possuíram o daguerreótipo, ou mais propriamente, pintaram seus
retratos à sua maneira: talvez de outros, onde o selfie era mais complexo, e a assinatura do pintor valia uma
exposição, ou um estudar anterior na Academia Julian, em Paris... Talvez um
pouco de história remonte, ao invés de se construir museus sobre a foto, seu
revelador, seu interruptor, o cheiro do ácido acético, do filme na bobina;
talvez a mesma história nos faça relembrar na prática antigos processos da
fotografia ou mesmo relembre a transparência sutil e maravilhosa de uma
veladura, coisas que também ajudam a mesma tecnologia, pois não haverá possibilidade de encontrarmo-nos com a história se não soubermos reler as origens da mesma
tecnologia que antes tenha lançado alicerces essenciais às luzes de nossa
compreensão histórica. Não há como tornar algum evento, mesmo minimalista, se
a história vive, independente de seu tempo cronológico, pois a projeção do
futuro prevê melhorias do que resgatemos do passado em direção ao presente, ao
ato, à práxis. A atitude não precisa levar ao raciocínio, pois a mesma roda da
história de dois anos de prática trabalhista torna mais consciente o lavor, se
dois ou mais no mesmo se fizerem presentes, com outras mesclas de categorias em
suas triangulações, em qualquer profissão, seja comerciante, empresário,
padeiro ou em trabalhos mais introspectivos, que vão da faxina à medicina, como
exemplo cabal de igualdade cidadã.
Não se pretenda dizer que algum
trabalho é superior, pois o ganho já é um rótulo sectário, e um escritor pode
se tornar uma função de luzes, apenas ajudando a reconhecer caminhos... Há que
se trovar, e a voz tem que ser dita sem receios, pois senão serão apenas
ensaios programados de falas, e nos tornaremos mera repetição de funções
técnicas no seu sentido lato de um treinamento escuso, quando depõe contra
agrupamentos da coletividade que tendem a trabalhar na honestidade e
sacrifícios no sistema em que vivemos, sujeito a transformações estruturais. A
palavra transformação é um pouco relativa. Dir-se-ia melhor: mudanças, pois
Lavoisier entenderia que um homem, expressando-se, pode ser um criador!
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