sábado, 17 de outubro de 2015

COMPOSIÇÃO COM NÚMEROS

Uma sala inquieta por saber de suas cadeiras respira sobre uma lona
Que em cada pé são quatro de dois vezes dois a si mesmos seremos mais.

Dos mais seremos mais um pouco, a saber, quando muitos fazem a conta.

Um ponto de dois recuado, a si mesmo perfaz o terceiro nas curvas...

Estranha geometria esta que nos assoberba o espírito contrito em ver
Que na dimensão própria de outras linguagens há um propósito de casar
O pensamento com a razão, Helena e Júlio César, Bhuda e a Aritmética.

Por tanto de outra razão, que solfejemos outro canto de primavera
Em que a Natureza dita singularidades de nossos versos ausentes...

Não é questão de termos seis tatuagens em nosso corpo de cristal,
Mas saber que o Sol nos pinte em seus prismas outras retaguardas.

Mal é saber de algo e ter certeza antes da hora, pois que o tempo
Já derrota a si mesmo quando descobrimos finalmente qual é o dia
Em que Bhrama respira, ou uma de suas noites em que Vishnu dá os ares
De uma semântica incompreensível do Quarto Veda, ao sábio Atharva
Que soletre de uma cura que não encontremos no espectro das sociedades.

Posto sermos mais ignorantes do que um asno e copularmos como cães,
A ponto de sermos distintos do que se previa na libertação solene
A própria algema que nos prende silenciosa no mundo material...

Silenciosos seremos em números, pois que contem cada sílaba, a saber,
Que é uma conta inumerável, pois na falsa modéstia do poeta oculto
Há muitos anos a mais de uma poesia pétrea e líquida como uma chuva
Que se pretende acompanhá-lo enquanto existir a Natureza Material...

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