sexta-feira, 23 de outubro de 2015

UM DIA QUE SEJA MAIS UM

Talvez faltasse um parágrafo na memória de todo um século
Quando este tenha virado uma página inteira de solos mais secos
Na aridez fecunda dos que não sabem nem ao menos germinar
As sementes de trigo que recolhemos ao pão que desejamos...

Que não se deseje, é o que querem alguns, mas o desejo há
Como uma pétala de apego que nos alicerça certas frentes
Em que o ideal é dele que melhoremos todos os dias secos
Na chuva intempestiva, fruto de desejos não satisfeitos atrás.

E a história não existe como a contamos, com livros rotos de saber
Quando é anti-história, algo como um cristal que vemos no olhar
Quando desvanece de sentido ao cair o pano de um teatro lento.

Se passa é que de lentidão nas pernas reside um átomo que diz
A mais do se dizer de antemão aquilo de que gostaríamos
Quando soubermos finalmente que um dia a mais é outro!

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