sábado, 22 de junho de 2019

UM PAINEL DA SOLIDARIEDADE



          A seguirmos a nossa existência, quem sabe não andemos fazendo troças de alguém vulnerável, coparticipando de algum tipo de condenação injustificada, ou agindo com preconceito, em especial àqueles que não tem nenhum tipo de interesse de combater, seja o que for. A um toque de midas, a riqueza escoa em direção oposta à maioria, mas ver apenas esse ponto de vista remete-nos a desesperança ou ao falso altruísmo daqueles que estão satisfeitos com o panorama global, nem que independa daqueles que tem poder, ou não. Mesmo porque, a título do se bem portar, algo meio de nocivo ou monstruoso revela aos povos que aqueles que defendem as minorias ou as reservas naturais, os negros, as mulheres, os LGBTs ou as religiões mais “fracas”, tendem a receber represálias dos que se tornam empoderados no simples quesito da truculência em se “poder” agir de algum modo por causa de uma motivação injustificada e antiliberal. Teçamos comparativos históricos, se queiramos compreender os movimentos progressivos, anacrônicos, contemporâneos, ou regressivos do que se passa no mundo. Essa dimensão, esse quilate em que está metida a humanidade, seja nas vertentes sustentáveis, ou falsa e delimitadamente dentro desse escopo, ou mesmo os assumidamente do mal, destrutivos, anacrônicos e insensatos, revelará aos povos mais tarde ou na dialética presente atual, quem foram e quem são, quais os seus benefícios a outras espécies de vida, e o que pode fazer – mais para o planeta e consequentemente a eles próprios – dentro de suas limitações e possibilidades.
          Há que se ter uma convicção de raiz profunda, como se tornar resiliente, qual grande árvore, às tempestades que nos reduz as folhas, aos frutos, no entanto, que fornecemos à sociedade, e por vezes uma impossibilidade de não termos a mobilidade do estranho inseto que se chama motosserra, que saca de nossa seiva existencial a consciência, incluso de outras plantas: filhos germinados no mundo. Essa consciência é ou há de ser distribuída através de nossos atos, de nossas atitudes, revelando em nossos frutos. Disso pode-se subentender que a Natureza oferta generosamente aos homens e mulheres com cidadania Terrena todo o tipo de conhecimento, incluso suas intermináveis e eternamente infinitas modalidades lógicas, posto a filosofia vir de alguns de seus frutos, aqueles que alimentam a mente do pensamento, da recriação da vida, seus modais de compatibilidade entre um caráter bom e o próprio senso comum, no que não repatria, mas idealmente torna a pátria o chão onde estamos, mesmo em trânsito, seja esse trânsito territorial ou mental, materialista ou espiritual! Esse lado de estarmos por vezes em um carro veloz, potente, dando nossas voltas, enquanto um enxadrista em seu “quadrado”, ou um jogador de Go, exercem as suas estratégias e exercícios intelectuais na velocidade de discernir e calcular, e usar de sua inteligência lúdica e saudavelmente, mesmo solitário, na busca da construção de algo que parte a favorecer sua existência enquanto ser que possui a faculdade da razão é a vantagem de preparar boas cabeças para quaisquer empreitadas, incluso aquelas que favoreçam o uso de poder para construir algo sólido para o próximo no mundo gigante e maravilhoso em que vivemos.
          A possibilidade de afirmar: “olha, mas com atenção, por aqueles todos, não por grupo isolado”, versa que há possibilidade de conectarmos com muitos e muitos grupos, não no interesse de lesar, mas de contribuir, remete ao bom uso da inteligência, ao bom uso da segurança, da educação, da moradia, do emprego e da saúde, esta, como condição sine qua non de tudo o mais. Essa questão afirmativa remonta a um tipo de integração, mas se um vértice cruzado é vulnerável na questão de ser corrompido, mas for importante para uma estrutura que se crê sólida, isso passa a ser uma doce ilusão, pois todos os outros frutos da cesta apodrecerão também. Mas quem deseja comer o fruto daquele vértice, um que esteja ao lado, para se beneficiar de algum modo, germinará uma semente inválida, e passa a não ter a credibilidade de quem vai ser o consumidor do cesto, pois a doença dessa Natureza tem matriz por vezes nas folhas e no tronco da planta. O dono da plantação acaba perdendo seu crédito frente ao mercado ou, no que se possa dizer outra metáfora, frente a própria consciência que, se não o atormentar, o reduz ao menor ser da solidariedade, posto mentiroso, levando a um criterioso desembarque injustificado, em uma batalha onde seus responsáveis serão derrotados.

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