Quem
sabe que o olhar se torne mais seletivo, mais perscrutador
do que aquilo que deixamos passar na vista superficial dentro de uma
pupila por entre luzes… Quem sabe se ao olhar de um cidadão de bem
não se carregue uma carestia de imposição: do que se não quer, do
que não se almeja, nem para um rival! Que não haja a desforra quase
impossível de se solucionar, posto a solução vem quase sempre da
atenção de uma visão que, em seu painel solidário, contém o que
se contém, e explica
no repetido. O sacerdócio de estar em serviço devocional por si é
razão de vida. Por
si explica os mistérios que nos cercam pois, apesar de tantas
equações quase eletrônicas, quase eletrostáticas da Natureza
Material, saibamos que é o espírito que consegue plasmar as
mudanças, as atitudes corretas e íntegras… O
mesmo espírito que anima a máquina
corpórea, esta mesma que maneja outras máquinas, em que os relógios
aparecem como observadores lineares do que vem – no caso de
progressão – a resolver certas equações, que vem consertar os
cálculos, que dispõe do se tratar a
matéria como algo animado com a entidade viva: do espiritual,
daquilo que vemos e sentimos sempre a partir do anímico, que não
reza tanto ao hedonismo, mas ao amor sincero, ao carinho e à
proteção. Talvez o sentimento pátrio resida na manutenção da
consciência individual, pois além de cada qual trazer em sua
bagagem corpórea um código genético diferenciado, será a alma que
traduzirá a pátria dos seres, ou seja, território do mundo, dos
outros planetas, do cosmos, enfim, do Universo. A designação
corpórea de cidade, Estado, País, silencia, nesse nível
espiritual, o que vem a dar nos costados da própria ciência, esta,
da realização mais plena, em que um Indiano seja igual a um
americano, um africano seja igual a um chinês, e assim por diante,
pois as designações das fronteiras não nos fazem sermos seres
distintos, tudo com relação à universalidade espiritual. Essa
aproximação nos faz lembrar da igualdade das religiões, em que
cada qual possui sua crença particular, ao ser respeitada no olhar
das Leis. A tolerância é uma qualidade de um real devoto, no que
pese a alcunha de sermos todos crentes em algo, mesmo que em uma
filosofia, ou na simplicidade acreditar em sua terra, em suas
lavouras, no seu pai ou mãe, na arte, na ciência ou similares
outros que não sejam propriamente anímicos.
A
verve que comanda nossos pensamentos está vinculada ao ato de uma
letra, e a capacidade de comunicação verte, no entendimento de
nossos iguais, fronteiras onde podemos não apenas aprender como
ensinar o que sabemos da ciência da vida. A íris do olhar é nosso
portão perceptivo, de quem olha como quem se enamora do olhar, de
quem possui a ternura, ou no olhar duro de um trabalhador sofrido. A
quem se preza, a planta possui um outro olhar, tátil, de seiva, e
que um machado lhe dói, mas menos do que a um mamífero.
Assim
seguimos nossas vidas, no encontro com nós mesmos, no
díspar funcionamento de nossas retinas, onde salvaguardamos o
horizonte onde nos encontramos com o bom senso e a suprema
importância de termos nas letras aquilo a que se pretenda um
professor, ou na sabedoria de um aluno que saiba e queira aprender.
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