Torna-se
muitas vezes o panorama social algo tão simples mesmo, que a questão
das ofensas seja mais previsível do que a aparente gama de
psicologismos truncados como tentativas equivocadas em se atingir os
chamados alvos. Não a que se tenha de esquadrinhar circunstâncias,
mas a operacionalização desse equívoco se chama farsa do cidadão
que se diz de suma importância, e que na verdade revela a fraqueza
espiritual da falta do proceder cordato e educado, deixando espaço
para o que se vê ao longo de suas pequenas experiências um tipo de
rancor ou sentimento de ódio que o move. Tal reflexo posto na
ausência da honradez se traduz em proteger os seus, mesmo em
detrimento das faltas cometidas, ou dos pecadilhos usuais que fazem
parte de seu modal e operativo. Disso que não façamos juízos
antecipados, pois essa matéria é correnteza quase inevitável, e
por vezes surge como motivações que de detalhes irrisórios se
transformam em contendas quase irreprimíveis.
De
uma atitude de respeito, caso a ausência do diálogo impere sobre o
circunstancial, abre-se um caminho para a contextualização
instrumental, ou seja, a própria justificativa de motivações
torpes sobre um andamento que poderia primar pela cidadania, chegando
ao sofisma crucial à sua própria negação, onde muitas vezes a
própria experiência jurídica explica uma razão que tece dentro de
uma blindagem a própria existência, sendo esta logicamente fria e
inconsequente.
O
que se peca em sistematizar um grande grupo, nega a influência que
não exerce, ou reitera a motivação de caráter supracitado naquilo
da influência societária que no término da legalidade, tenta
usufruir suas posições conquistadas em termos de ganância e
subjeção da verdade factual e concreta. Esse subjetivo modo de agir
compromete o andamento circunstancial quando o que se vê no entorno
reza a que tenhamos uma sociedade ou magistraturas que muitas vezes
não impedem o derradeiro vértice da verdade quando este revela um
reflexo onde residiria – por uma suposição lógica – o domínio
da liberdade mais ampla, total e tamanha que gera o paradigma de não
se aceitar a injustiça como modalidade crível, mas sim compreender
a dimensão da verdade e sua estreita relação com a libertação
das amarras em que muita gente se vê presa sem saber o valor de
estar livre para coadunar com a mesma razão que dá nome à nossa
espécie.
Por
sim, a conquista que ensaiemos na origem do Homo Erectus, ao menos,
com seu cóxis, com a prova irrefutável de que possuíamos cauda, no
mesmo momento em que a gravidade – ainda não descoberta – já
era lei entre os habitantes das cavernas, quando arremessavam as lanças
e abatiam suas presas. Naqueles tempos a situação era dura, assim
como deve ser aquela na situação de um morador de rua, milênios e
milênios depois, no segundo milênio depois que O Cristo nos ensina
a perdoar, e perdoar as ofensas, nossas e do próximo, este por vezes
que nunca aprendeu o caminho da Luz, da Verdade e da Vida. Pois sim,
que arremeter a história idílica do Éden é substancialmente
resgatar a pureza de toda uma conformação com a bondade, mas a
realidade em países chauvinistas reflete que não foi a mulher
assassinada nos feminicídios que tem a relação com a serpente.
Então, a crença é crença, sejamos crentes, mas ensinemos nossos
filhos a literatura, para ao menos terem a perspectiva de escolherem
o que pensam ser melhor para seu desenvolvimento material ou
espiritual. O anímico tem uma importância fundamental na
existência, e a filosofia e a história não dissociam mentalmente
as vítimas de nossa sociedade já posta enferma, pois o acometimento
de doenças dessa ordem é muito maior do que vimos em décadas
passadas.
A
liberdade para o homem das cavernas, atual, o morador de rua, o
desempregado, o morador de uma favela, com seu barraco de pouca
madeira, não está para outros que veem do alto de seus gigantes
condomínios todo o aparato de segurança que os separa de outras
liberdades. Quando se sai blindado, seja um cidadão muito rico, ou
um militar em ação, a questão é para que esse tipo de conflito
continuado, essa vida de se estar apenas com os seus, a cautela em
sair caminhando em certas áreas, ou a dor ausente pelo sofrimento
alheio… Poderia se falar na parceria existente entre um bom
político e sua população, seu eleitor, mas esse quesito não
merece toda a atenção, pois o que está mais de apreço é,
justamente, a relação de poder que está acontecendo entre pequenos
grupos, famílias em suspenso, ideias dissonantes, miríades de
informação, enfim, uma Era que algum bom cientista social teria
muito a escrever a respeito, pois vivemos realmente em um planeta
transformado, com corações tristes, cada qual, com crises enormes,
e a questão do que vem a ser a liberdade como reflexo dessas
mudanças, principalmente quando nos dermos conta de que o que vem
acontecendo no mundo é que países das Américas estão se tornando
aos poucos um totalitarismo de teor populista, em que os mais ricos
em algum setor se tornam senhores dos mais pobres, totalizando
relações sobre a influência de outros, profundamente conectados,
dando um exemplo de nosso país como vértice fraco nesse jogo,
porquanto aos poucos vai perdendo sua territorialidade, em nome de um
deus que parece não gostar muito da Natureza.
A
questão – que deve ser pontual e plena – não é mais objeto
fundamental de ser-se da direita ou da esquerda, do centro, das
pontas, do meio, ter conta gorda, mulher cobiçada, ser trans ou cis,
estar na tecnologia ou ser um mero artífice e artesão, possuir uma
ilha, ou ser violento ou não. A questão é aprender a preservar,
ainda, como uma ação concreta e permanente, criar cidades realmente
sustentáveis, como foi feito na China e experiências similares em
outras nações, com eólia e solar, é não dar liberdade ao
desmatamento, não dar liberdade à violência, ao tráfico, não
pensar que a liberdade se mede pela ganância, pois o cerceamento da
liberdade em nome de um mundo melhor começa a ser a única pauta
realmente necessária para que a brutalidade pre apocalíptica que
assola a Terra revela que a liberdade seja fumar um ópio na zona sul
para andar de skate ou surfar, enquanto quem tem a droga no morro
acaba por criar sua liberdade para matar, em função do
desalinhamento vertical da desigualdade crônica e cruenta no mundo.
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