domingo, 29 de outubro de 2017

POESIA CONSEQUENTE

O olhar por sobre a superfície não se nos nubla a intenção, posto fato
Quando encontramos a Natureza no céu, óh vasta superfície profunda
E no tanto a contemplarmos o mar no inverno, quando seu sal nos alcança…

Por não podermos muito, que Krsna nos mereça nos merecimentos de Deus
Àqueles que primam por crer na vida, esta que nem sempre encontramos
Em infinita escritura, mas por referência é mister nos pautarmos também!

Em vida plena o pulmão recebe a latitude dos ventos, postando feliz
Que milhões de diafragmas captam as luzes e suas imagens em máquina
Que consente que sejamos a face da libertação sem as mágoas da dúvida.

Seriamente compenetrados em tarefas árduas, um ser pode revelar pertinácia
Naquilo que o move em sonetos de Beethoven, naquilo que não compreendemos
Já que a música é de uma pátria em que se mostrou gigante por sua métrica!

Sim, há modos de pontuarmos um episódio nem sempre tão fugaz em seu modo
Mas que na classe de outros personagens rescende a uma fragrância sutil
Como o despertar de um jasmim no novembro de um Sul das Américas!

Sente-se por vezes que o dia tarda em aparecer, no seu silêncio de escumas
Quanto de suas nuvens a se rebelar nos girantes movimentos dos pássaros
Na mesma dimensão noturna em que os faróis não encontram amigos.

Seguem-se outros que na única verdade que se lhes parece, igualmente,
Retornam carros e carros por uma via que se lhes possa andar de igual
Para um semáforo ilusório de que a mesma noite de outrora fora melhor…

A página emperrada de um tempo oferece a máscara de um sinalizador
Em forma de árvore que desbeiça em longo beijo o desabrochar de flor
Na mesma ordem em que esquecemos que a sapiência pode ser segredo.

Em um livro grande sabemos bastante de muito, e que seja o livro que compraz
Em uma esteira leve sem o adorno posto cama linda de junco e areia
A silenciosa coluna jônica que não interfere na beleza grega pois por ela está.

E a poesia verte a mancha azul de uma cor desbotada nos moldes da forma
Enquanto reverberamos esperança quando trocamos olhares de bondade
Em meio a súcia hostilizadora de antigos habitantes da terra do São Nunca.

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