sábado, 21 de outubro de 2017

O TEMPO ÍGNEO

Afora o tempo, estamos ao menos em certos ensaios de uma orquestra
A não se encontrar com a mesma frequência, dos tímbalos e metais
Em que são sopradas notas ao sabor das folhas e seus ventos…

Um calor inexistente de Vulcano, a pétrea imagem de um Carrara,
O vídeo que não encerra tudo posto o que saberíamos já era sem hora
Nas vértebras suaves de um dinossauro e suas vozes de petróleo!

Quem dera pontuássemos sacrifícios à parte, na não partícipe questão
De apenas deixarmo-nos viver sem ciclos de perguntas e respostas
Quais estímulos que não precisamos mais saber, posto sabermos que hão.

De haver, se desse tanto ao verbo a questão mais verdadeira e modal
Seríamos melhores se fabricados ao lento de uma velocidade relativa
Em que o Universo é apenas uns degraus além da residência infinita.

Talha-se o corpo de nossa própria pele, algo de substrato e circunstância
Que nos despe a aurora de outros consentimentos e noções de ferro
Que Kali corrobora estendendo a si do que muitos já esperavam no ler.

No entanto, a Era Diamantina nos prescreve a face de uma tez ignara
Posta no vernáculo de alguns tempos de fogo, que não nos teçam de vez
As contendas de que não fazemos parte, visto que do que não se quer se tem.

Radha e Krsna tornam-se a dança de um período em que meditemos um pouco
A ver que algumas questões de paraíso nos revestem não no que usufruímos
Mas daqueles que bebem o veneno para depois sentirem o gosto do néctar!

Quando nos apercebemos de alguma atitude invertebradamente hostil
Recapitulemos que os vermes sentem sua existência na Terra na mesma dimensão
Em que a função dos abutres recapitula a integralidade da natureza biológica.

Outras seriam as questões numéricas, posto quando a oferta é menor
Assistimos algumas hordas de tenazes abertas sobre a nossa generosidade
Na proporção direta em que a intolerância e todas as suas latitudes tentam se impor.

Na esteira das concavidades de nossa pretensão em sermos mais do que outro
Segue-se a vaidade de que ignorar a ignorância torna-se mais um utensílio
Em que esta peca mais por merecer que nunca veio a se pronunciar mais forte!

Em vida de um tempo algo mais conforme com o costumeiro retrato de solo
Se dá a frequência do que nunca houve na complexidade de um relógio
Que apenas marca o tempo digital quando a sílica escorre pelos gargalos…

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