quarta-feira, 18 de outubro de 2017

A UM SER IMAGINÁRIO

          Algumas criaturas já foram criadas na aparência, não propriamente vida, pois somos reino biológico e natural, mas no caudal imaginativo, que talvez não se possa crer muito, mas que da arte suspiramos boas primaveras enquanto aquela subsista em seus modais criativos e prosseguimos, que teatro e cinema são ainda mitos fortes. Um ser não poderia ser tão imaginado como algo a se seguir, se tantos dos seguidores fossem, mas que o livro pode consignar um fato, uma comédia, um romance exemplar na letra que igualmente subsiste, concreta ou imaginária. Possamos ver um livro como um ser, um que sequer imaginamos, pois é a sua existência cabal de sabermos que não precisamos lê-lo como tarefa, mas sim de escolha nossa, na liberdade de ler qualquer um… Posto quando recebemos dos progenitores a orientação primeira de nossas vidas, em base de respeito, quando escutamos os mais velhos, com base em respeito, enfim, quando adquirimos conhecimento sem máculas de sabermos vislumbrar várias faces do mundo, incluso de preferência de cada qual a seguir igualmente a espiritualidade, a fração indizível do que por vezes não conhecemos e nem podemos, posto termos sentidos imperfeitos, a imersão na liberdade é profunda. Agora, se colocamos como meta o freio na mandíbula nos tornamos peças da engrenagem, seja de que sistema for, seja de que ordem, pois faltará a amplitude reservada aos mahatmas: grandes almas. As fontes de nossas luzes, todas as dimensões reverberadas da amplidão do universo, tudo isso é apenas uma centelha diminuta e finita do esplendor de Krsna! Vale falarmos, temos a nossa consciência para arguir, para lapidar, para traçar rumos na arte. No entanto podemos crer em Deus, no entanto igualmente podemos ser ateus. Na visão de um ateu não existe Deus, e na visão de um devoto o ateu esta equivocado. É preciso respeitarmos a nós mesmos, e a fonte de conhecimento, material ou espiritual, ou ambas, é gigantescamente infinita, pois pede o olhar dialético, a compreensão de uma vida, justo quando primamos por uma sociedade incandescente nas diferenças, luminar tanto no indivíduo quanto no coletivo. O que podemos aceitar de uma vez por todas é a necessária tolerância em todos os modais humanos, e que, convenhamos, não precisamos aceitar que as guerras façam parte da humanidade, pois esta deve primar pelo bem estar de todos, e não de seletas minorias calcadas na injustiça social.
          Não precisamos de um ser imaginário, de um herói, de um homem ou de uma mulher distintas de todos os outros, o que precisamos é que mais e mais gentes alcancem uma consciência mais constituída no sentido de preservação do planeta e de si mesmas. Precisamos daqueles que lutam e se sacrificam em nome da não violência, pois esta deve ser rechaçada, a não ser em legítima defesa ou para defender o próximo, o patrimônio público e privado, a legalidade enquanto seja assim o mundo em que vivemos. Mas temos que respeitar a vontade popular, pois a nossa democracia urge para um reconstrução digna das escolhas constituídas pelo voto, o fato de preferir-se alguém para um cargo, desde a aurora de um vereador até uma vitória no escrutínio de um Presidente. Pensarmos em um país melhor é deixarmos que o povo participe de seus atos, uma democracia onde haja voz, a escolha livre, geral e irrestrita de seus quadros e, sempre, uma educação que não nos faça apenas imaginar a personagem, mas que traga a realidade a ser crítica e amplamente discutida ao palco giratório do povo de nosso país. Seria uma questão cada vez mais salutar aquela que traduz a igualdade perante a Constituição, em que cada cidadão tem os mesmos direitos do que outro, e que ninguém pode jamais se prevalecer de um cargo, de uma instância, ou de uma influência nociva para prejudicar quem quer que seja. Sob essa ótica deve haver no mínimo uma certa revisão de atitudes que muitos julgaram consagradoras, mas que a corrupção da atitude sob o peso de interesses ideológicos ou corporativos revela uma falsa legalidade onde – como citado acima – nem sempre a corrupção se embasa no ganho de enriquecimento ou poder, mas muitas vezes da fama do tempo das antigas oligarquias, que criaram muitos rancores em perder, na história do trabalhismo deste país, quando Getúlio passou a tomar o Poder Federativo da República Brasileira.

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