quinta-feira, 19 de outubro de 2017

QUANTO SE NOS BASTA?

           Quantos gostariam de enobrecer seus discursos, como se o que dissessem afetasse o perfil de falsas construções? O basta é peremptório, recluso enquanto na poética das ruas, intenso quanto à nova palavra essa a ser reinventada por discursos mais curtos… Por uma periodicidade humana traçamos ao vento sua sapiência, e pedimos às pedras que nos deixem retratá-las. Ainda não nos bastamos a si próprios, pois a veemência do absurdo tangencia o colágeno sem cálcio! Se soubéssemos a verdade sobre seus aspectos um pouco mais lineares, veríamos nas calçadas uma síndrome de bem aplicadas pedras portuguesas, mas urge sanearmos antes, permitirmos a sacralidade da despoluição, um tempo de progresso que nos una na questão que se atina, que se invente, que se classifique como boa: que a toda a cidadania possa preencher. Quiçá fosse uma ordem universal, um paradigma de nosso mundo, a mesma concepção em que avançamos no decorrer da história em leis mais humanas e que agora a subversão de valores – fato mais grave do que a corrupção, posto esta não possuir sutilezas – implica na cessão desses direitos adquiridos pelos povos emergentes dos continentes da Terra. O teor dessa ordem inumana verte por sobre as imundas calçadas do subúrbio as esperanças de tantos e tantos que neles residem. Não há fatores criados pela solidariedade sem os rótulos de quem a pratica, sem dizermos que porventura fosse possível atualmente vir aquela da sociedade ou grupos que estão empoderados, no cume da pirâmide, blindados por amizades e contratos espúrios, e eventualmente quase sem cessar em tempos nada reticentes atitudes de regresso, atrasando não apenas o desenvolvimento nacional de nossas potencialidades, como reservando no discurso chauvinista a pretensão misógina e incoerente de pautar a favor da nação brasileira.

           A quem queira, não há carapuças. Vestem-se a caráter, com mafiosas gravatas, essa titularidade de ferrugem de uma cosa nostra que mostra agora a face descarada quando conivente com o sistema judiciário, que agora não bota mais freios em suas sinapses direcionais. Na verdade, há homens no Poder que tramam todos os dias em silêncio para exaurir a pátria, perseguir seus patriotas, como cooptar em estruturas de coação para servir a eles aqueles que não recebem definitivamente o quinhão que passam a imaginar a vida com o mesmo. Essa triste realidade oferece a poucos e subtrai de milhões. Triste é constatação de isso ser um fato incontestável, algo que abre uma ferida tão grande em nosso território que apenas devemos evitar que não gangrenemos a esperança de que boas e periódicas e tenazes atitudes venham a sedimentar o bom senso de uma democracia mais madura e historicamente justa, dentro da possibilidade igualmente incontestável de que o povo brasileiro merece respeito.

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