domingo, 15 de outubro de 2017

O PAINEL QUE A SOCIEDADE CRIA

          O que seria bem um painel? Algo de formato frequente e padrão? De acordo com a nossa percepção havemos de saber que o olhar humano possui níveis de profundidade, maiores do que o filme, maiores do que o vídeo: interage, posto a ação humana descreve, dialoga, ou perscruta se há uma motivação da curiosidade… Há dias e dias que nos atemos a painéis, acreditando serem estes o retrato fiel da instrumentalização derradeira enquanto o “novo” não traduz o que se pretende no alongar recursos, no que temos por rebatimento de outros instrumentos, mas devemos saber que o salto da ciência hoje é mais quantitativo do que qualitativo. Isto é apenas uma constatação que pode estar vinculada a um debate ou a diálogos que elucidem mais a importância justamente do que sejam essas superfícies inteligentes, funcionalmente citando. Justo, a estética toma um lugar efêmero enquanto tradução limitante de meios da informatização enquanto a extrema funcionalidade do chip enquanto coisificação funcional e, no entanto, inevitável em muitos sistemas ocupa o maior espaço existencial enquanto engrenagem onde tudo “funciona” ao gosto do novo público em uma vertente que paradoxalmente traz resultados aparentemente consagradores como novo meio, mas no mesmo viés a privacidade enquanto informações debatidas gera uma exposição que permite a que muitos interesses a elas tenham acesso. Essas informações ao mesmo tempo que incluem muitos usuários na conformidade de uma cidadania sem precedentes como participação através de um meio mais democrático de comunicação, permite a comercialização ilegal enquanto fora do consentimento de suas fontes ou de sua autoria. Essa lente investigativa sobre o fato de muitos estarem em um rebatimento cada vez mais ilusório na aceitação ipsis litteris de falsos enunciados ou conteúdos duvidosos faz crescer paradoxalmente a ignorância daqueles que ignoram a verdadeira informação, o uso mais correto dos meios de comunicação, em virtude de crerem de modo postulante que a osmose é a maior faculdade, ou a mais fácil de se manter informado. Não apenas de canais noticiosos, mas aceitando quaisquer verdades vindas de certos autores que possuem lauréis, incluso por vezes fabricados, ou vindo de instituições nem tão idôneas. A releitura de muitos processos baseada na dúvida e no aprendizado dialético em como abraçar o conhecimento mais cabal é necessária, ao menos para não permitirmos a dissociação psíquica, que já ocorre nas sociedades modernas em função dessa corrida às informações, contatos efêmeros, frustrações de popularidades antes forjadas, e posicionamentos na externalidade da realidade do indivíduo como cidadão e consumidor livre dentro da necessária e crucial legalidade.
         O painel dos botões torna-se mais amplo, e no entanto mais controlável, posto por vezes um painel ligado a outro em rede, que o outro se conecta a diversos, não revela no primeiro a dimensão viral em que pode se tornar uma injúria, uma atitude suspeita, ou a permissividade de que grupos deletérios que depõem ao andamento democrático saudável de uma sociedade não observe que reside em cada – e são muitas, inumeráveis – consciências a limpeza e a construção permanente de um caráter honesto e íntegro, cada vez mais necessário nestes nossos tempos onde o egoísmo e a função desonesta de se obter vantagens respira seus quadros aberrativos em muitas instituições onde se perdem autoridades nas questões antigas de contra ideologias, já que não é mais a questão ideológica que está em jogo, mas apenas – em se tratando do Brasil – se queremos uma pátria para todos, ou para apenas um pequeno e nocivo grupo de parasitas. A funcionalidade de uma máquina se torna mais potente quando há a inteligência humana, e acompanharmos apenas as cenas faz-nos tornarmo-nos máquinas igualmente, no que respiremos a lógica humana do diálogo e dos debates e da permissão multifocal do pensamento como forma de evoluirmos ou progredirmos dentro do caudal imanente do anímico e do material. O universo das comunicações permitirá ao homem esse amplo debate, pois não é a partir de novos painéis que ingressaremos em novíssimas tecnologias, já que a corrida das arquiteturas computacionais não avançam mais tanto nos hardwares e suas placas, como em um sistema viário já traçado. A comunicação é que se torna um novo meio, e a integração unificada e internacional em um mundo como o nosso não é tarefa de um século, pois só se dará algo idealmente parecido se os países pobres tiveram aptos a desenvolver tecnologias de ponta, e o que se dá hoje é o fato de representantes políticos das nações, ainda de velhas gerações, muitas vezes regressas em relação ao novo, desconhecerem as mesmas tecnologias que os países historicamente mais desenvolvidos implantam invariavelmente com igualdade de condições e funcionamento azeitado os sistemas necessários e fundamentados no progresso social, condição sem precedentes para que se pretenda um país e um mundo melhor.

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