sexta-feira, 20 de outubro de 2017

DA CRIAÇÃO EM CRIAR ALGO

          Muito complexo seria pensar que nada a ser criado já existe… Por hora tendemos a pensar assim, mas há cerca de algumas palavras já foi criada essa oração. Quiçá período, quiçá sentença, mas apenas isso, um texto que parte de uma especulação sobre a dúvida e tenta elucidar mistério. Tantos que somos a elucidá-los ou ao menos tentar. Houve a criação de Deus, ou em qual seja, que são inúmeros e talvez um só, mas essa assertiva parte de questões teológicas que o autor sequer furta a tentar a empreitada nesse campo.
          Ao menos que se saiba: a realidade, no entanto, é tão extensa que um físico experiente sabe dos seus infinitos, que a matemática traduz tão bem. Um homem não se sente só quando pode escrever, neste exemplo próximo em que sua solidão se verte em qualquer carta, qualquer mensagem que possa atingir o olhar de quem gosta de novas palavras. Que se saiba igualmente que as letras podem partir do pressuposto abstrato e compor sentido, compor uma poesia, espelhar um sonho, expor verdades, denunciar farsas.
          Diz-se que a filosofia por vezes é fruto de uma mente agitada. Mas se serve a que a acalme em construções por vezes ilógicas pela rapidez em que se verte no papel as palavras, cumpre a função espiritual do ser e, quando compartilhada, o ser coletivo, dentro do panorama da compreensão do indivíduo, obviamente. O coletivo é fruto do debate, e não necessariamente sempre chega a um consenso, mas o diálogo e seu debate tem a importância de podermos diferenciar o certo do errado, o que é bom para a maioria, o que é uma injustiça, e como se pode construir não apenas um bairro positivamente, mas todo o nosso mundo. Temos que fazer com que as palavras criadas sejam acessíveis, e que sejam traduzidas ao bem comum, no seu sentido mais pleno de entendimento, quanto da erudição chegar ao rês, e a palavra ser o caminho alfabetizador do aprendiz, criança ou adulto. Nessa condição o próprio acesso vem a ser a criação, ou seja, dentro de um contexto de um sistema urbano, de uma arquitetura, damos acesso a que se melhore a condição de uma cidade, quando há competência. Igualmente, se tornarmos o universo das letras algo fascinante, até mesmo aprendizagens técnicas e exatas como a matemática encontram suas ressonâncias na boa escrita. Muito do que se perguntaram alguns mestres tem a ver com o compasso, com o ritmo, com a mensuração do próprio tempo; a literatura nos ensina a como vivermos plenamente o encontro com a história, com a ficção, com a realidade, com a filosofia e o pensamento de tantos e tantos homens e mulheres que fazem ou fizeram de sua expressão a latitude única e cabal de suas experiências. Podemos criar nesse exemplo, construindo o próprio conhecimento, e nessa questão da palavra a leitura é assaz importante para um reconhecimento do nosso passado, a posição na atualidade e as projeções e planejamento quanto ao futuro. A se tentar não errar, pois estudar com afinco nos revela a questão do erro e dos acertos decorrentes quando os assumimos em nossas vidas, já que em notas vemos o termômetro de nossos conhecimentos, e na prática a aplicação deles em nossas vidas.
         Lógico é que queremos um mundo melhor… Mais lógico e humano será estendermos esse desejo de melhorar a todos, e as questões que nos levam a isso não necessariamente passam pelas condições de sistemas ou metodologias. Apenas o cerne que nos acompanhe, esse fator de igualdade de oportunidades e condição de vida para a maioria de nossas populações passa a ser a criação sem estigmas da melhoria progressiva de todo um país. Pois que criemos: para melhorar-nos de vida!

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