segunda-feira, 9 de março de 2020

DE DOIS QUE SOMOS


          Um rebatimento criativo, uma espécie de dupla que espelhe ao menos a compreensão de que um ocupe um espaço enquanto o outro saia – em sua sólida parceria – a avistar um horizonte que possa ser equacionado a ambos, ou a que outro traga a ideia, a concludente ideia… Essa ideia é um pivô, mas que de dois seremos traz a proficiência da qualidade consonante do princípio da coletividade. Um rebatimento, uma equação que deva ser medida rapidamente, sem envidar esforços muito necessários, pois quando se está só a linguagem é única, podendo ser igualmente concludente se o indivíduo tem capacidade de encontrar as peças desajustadas, ao que se ajuste perante o tempo, ou a auxiliar no encontro, quem sabe, de enumeráveis outras peças. Aos novatos que lhes seja dado o escritório, pois o serviço em campo demanda rapidez, reflexo e experiência. Aos mais avançados o serviço de gabinete e, sem mais delongas, a experiência nas cidades, a fluidez nos rincões, e o esmerar-se em dominar a tecnologia, tanto que essa é a essência de um bom estrategista, porquanto não seja estrita, pois alguns objetos sabem mais do que as máquinas, e por vezes pitar um cachimbo pode ser mais interessante do que beber um bom uísque. A se dizer, talvez, que não se possa encaminhar uma ideia do sem sentido, de não se sair do plano prático, embora a teoria guarnece com a guarda do arguto, daquele que firma pé, de uma certa matemática, de um empreendimento lógico sem aplicação necessária, de um exercício de desenvolvimento no revés por vezes de uma contra ordem, pois esta às vezes falha por alguma medida, seja na mensuração temporal ou de área mais estrita.
           Ao encontro casual de um com um, de somar dois em um pequeno diálogo, se toma a forma do primitivo coletivo, remontando ao casal, a um par de irmãos, aos nossos pares, mesmo se considerando a dinâmica do alterno diálogo de dois, três a três, no que sobram dois na grande ala, não importando se de leste a oeste, se de bombordo ou estibordo, se de esquerda ou direita, pois o mote do equilíbrio sempre centraliza a questão, trazendo qualquer pivô de uma situação ao quesito básico de uma concordância operativa. Não há grandes estratégias fora da compreensão de que, de dupla, conscientemente ou, na falta da consciência imediata por um lado, o outro lado deve estar atento para suprir de atitude coerente essa estranha parceria que significa o trabalho proto coletivo. E, prontamente a um debate, que os pares se tornem cambiantes no par que existe espelhado em cada mente de um indivíduo, na ação e na reativa ação, no coerente e no contraditório, no que se pese mais o bom senso como balança individual da Justiça, essa estranha deusa que por vezes deixamos de lado para atingir interesses egoístas. Um cidadão responsável pelos seus atos não há de achar normal que possa empunhar uma arma sem saber realmente quais são seus próprios critérios de justiça, no que até alguns agentes de tal ordem se ressentem das incertezas tão fortes nesse campo. Talvez seja uma posição assaz conservadora deste que vos escreve, mas urgir pelo surgimento de uma acomodação pacífica nestes tempos de crises não pode alimentar o lado das labaredas da agressão e da justiça praticada em uma espécie de arbítrio não justificado, posto não liberto, mas induzido pelo ódio, pela ganância e pela agressividade movida através do poder que confere ser uma pessoa que possa matar. Esse ato de então, essa brutalidade, vem a encampar na dupla questão de que a pessoa fadada a cometer alguma ação desse tipo está só, sem a parceria, sem o alter ego que lhe diga: não! Não o faça!
          Quando agentes da segurança saem ao trabalho, um fala ao outro: por aqui, por lá, assim, por adiante, não devemos nos precipitar, daremos um susto… Entre infinitas palavras que só concede a própria competência, mas que há a necessidade de uma parceria, indivisível enquanto na ação. No entanto, se um homem tem uma arma, vive com a sua companheira, bebe de um porre, acredita que ela o está traindo, enche o tambor de balas e a procura… Haja vista, há uma tempestade até mesmo previsível no mar, e o maior tempo até incorrer ao julgamento, seria melhor que o homem que manda dissesse: destruam as armas dos civis, que os verdadeiros parceiros estão passando um trabalho que sequer haveria de possuir essa demanda quase insolúvel!

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