Poder-se-ia
escrever mais a própria história que não ressente
De
sua presença apenas, não o recrudescer blasfemo
Que
não sentimos ainda, mas que a cada dia se nota
Em
embates de nota três, no troco da medida, no mediano
Que
por vezes nos consuma, no poder carismático de TVs
Onde
a cultura se reserva não consentir a igualdade
Que
surgiria de um povo mais letrado, mais culto, melhor.
Porque não sentimos a brisa beirando uma planície,
Porque não saiamos de uma redoma quase atmosférica
E
pensemos que a Itália possa ser a redenção de nós mesmos
Mas
não imaginamos com é Roma e o Vaticano, sua beleza
E
que outros ainda pensem em juízos e etecetera, e tal
Como
a coisa que se aprofunda sobre alfombras de cristal
Procurando,
resfolegando, na busca de encontrar a si mesmo!
Nada
do que se passa no vídeo seja tão sucinto, pois o meio
Não
é tal que não seja aparentemente apenas o reflexo,
Pois
quando escutamos as feras encarceradas por princípio
Haverá
o principal de se tomar rédeas como um mar qualquer
De
tormentosos dias, a saber, como se pudéssemos travar
Uma
fome que se avizinha, mas quem tem lar e pão não há
De
dividir tanto assim, pois padarias fecham a cada dia…
Um
sintomático processo de existência cabal remete
A
que a vida não passe de um protesto que deforma panelas,
A
ver que na vida mesma, ela mesma, não supre as demandas
De
países que passam por uma questão de calamidades
Como
se no mundo inteiro houvessem as fronteiras que fecham
Em
cada escala, esperando que o vizinho não nos contamine
Enquanto
uma nação africana ainda tenta vencer o Ebola.
Será
tão bom estar mais tranquilo quando deixamos as ruas
Em
suas rusgas, seus tonéis de confetes pelos chãos, seu asfalto
Que
prolifera a bel prazer, os cordões futuros de inomináveis
Gentes
que caminham catando esperanças em lixos, que conhecer
É
faculdade onde o ensino vem por pontuações, e onde o quilo
Das
latas é medido por centenas de pequenas quirelas, onde um negro
Saiba
que satisfaz um branco por estar por fora de seu carro…
Vira-se
a pá na obra, vira-se a obra em frangalhos, tolhe-se o fel
De
uma boca suada a flores, e a distância e seu diapasão revelam
O
torno do operário que não recebe, o quinhão de uma lavoura
Sem
a justa safra, posto que não nos caiba a autoajuda, ou o humor
Da
renitência de um vaticinar algo de versos, uma escrita sem sentido,
Uma
lição sem compromisso, apenas o ato concreto de um artista
Que
dispende o tempo vivendo sob o jargão algo absurdo de poetar.
Sete
é um número redondo com limalhas aparentes fora do seis,
No
que multiplicado por três resulta no dois: primeiro, e sua metade
O
um, mas é dezena calculada, divide-se pelo primo mesmo sete
Ou
que sete vezes perfaz o três, e que se perdoe a ignorância do poeta
Quando
não sabe mais quem é o número primo e sua razão aparente
Posto
talvez o treze o seja, sem dividir com ninguém a não ser por si.
Saiamos
um pouco da matemática e das cifras que desdém da escrita
Posto
o signo das letras encanta mais a semiótica do que se pensa
Que
outros poréns venham por suprir a ausência da leitura
E
Cervantes esperou séculos para ver que agora ninguém mais o lê
Como
a propriedade da poesia de Alighieri, ambos herdados
De
Espanha e de Itália, e quantos numerosos da cátedra universitária
Poderiam
ainda ensinar com toda a sua velhice linda e sua sabedoria!
O
que se vê em um verso não importa se há chacais que os utilizem
Para
prerrogativas escusas, vai de lá a homenagem de que a medicina
Felizmente
se sente atraída pela literatura, e é na magistratura
Que
a letra retém um significado maior do que todos os ensinamentos
Quando
transcende o Direito dos Povos, para cartas universais
De
entendimentos cabais que tornam a mesma história que ignoramos
A
imensa âncora de uma embarcação que jamais afunda: peregrina e sã!
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