terça-feira, 3 de março de 2020

NÃO SEJAMOS TÃO SELETIVOS


            Podermos abraçar uma causa que não pertença a nada que não seja apenas um pequeno território de nossos atos. Para isso, não precisamos estar cientes de tudo o que se passa em lugares onde nossos acessos são através dos meios de comunicação, mas que se distanciem do que realmente acontece nos nossos entornos mais imediatos. Essa universalização de algo de se conhecer a respeito do mundo torna-nos mais preocupados, por vezes, quando não vemos as saídas coerentes com o que pensamos seja mais positivo dentro do escopo das gerais melhorias dos diversos sistemas em que participamos. Não há porque selecionarmos as coisas que porventura residem em nossas idiossincrasias, pois a igualdade transcende os aspectos de falsa moralidade. O moral em si, por uma questão de ordem individual, interna, também está contido na questão da coletividade posto ser a convivência entre afins ou opostos que traduz um significado do compartir social.
            O modo de evitarmos um diálogo por posturas comportamentais repete erros graves quando ao menos não se tenta a aproximação que justamente enriquece o panorama existencial de cada um, refletido no outro. As boas ideias sempre devem merecer um destaque entre nós, quer sejamos por certo bons alunos, e quiçá bons professores, sendo a vida em si mesma uma grande escola, onde não nos atinemos a deixar quieto quando uma questão dos direitos fundamentais a nós não seja dada como prática, sem a qual não há convivência humana... Quando se aponta sobre nós uma necessidade de argumentar humanamente, dentro de posturas civilizadas, que isso seja a principal vertente. Agora, se não valer nenhuma argumentação, se a precipitação de monolítica intolerância, como algo certo da parte de quem age dessa forma, há que se recuar ou denunciar a alguma autoridade, quando os resultados dessas ações assumem gravidade. Mas, simplesmente, ser seletivo – diferenciando algo dos homens, em papéis de gadgets – superlativa uma consciência onde um filtrar-se algo demande erros em que no futuro, sempre incerto, houvéramos planejado uma sociedade algo tirânica. Essa não tão remota possibilidade contempla estranhas hierarquias sem causas aparentes, militarizando quiçá o próprio pensamento... Torna o onirismo e o seu sonho uma necessidade de darmos mais ênfase no estudo da arte, entre elas o dadaísmo e o surrealismo, para que a juventude rompa barreiras e continue com o pensamento em alta frequência, na alocução própria da crítica e da visão centrada igualmente na realidade. Esse diálogo constante com o anímico e o concreto em nossas vidas espelha, na grandeza de certos procederes, a educação mesma que se obtém na observação e contemplação da Natureza. Quando um simples inseto trabalha, quando por ventura sabemos observar diligentemente seus movimentos e sua lógica mágica, ao mesmo tempo estamos mensurando a vida concreta, e a espiritualidade dos seres que vivem conosco neste planeta, e o sonho se faz quando preservamos a vida, nem que seja em um vaso de terra e seus seres! No entanto, a amostragem de um pequeno universo material, como terra e insumos, conta uma história quase derradeira em seus pressupostos lógicos de que muito do que temos enquanto seres com maior estatura física e de forte influência nos meios que porventura o Poder diz que destes dispomos, revela a mesma história que o tempo não parou e nem vai parar para contabilizar os erros crassos que cometemos diariamente com relação à miserabilidade do homem pobre, e a atitude arrogante do mesmo Poder com respeito a um Universo infinitamente maior do que um vaso. Este que é, na realidade, a vastidão de cada bioma, em cada nicho, na perda ecológica e na atitude vil de certos personagens perante aqueles que lutam para que o mundo não saia dos trilhos do caminho da preservação.
            Quando somos seletivos ao comparar a nossa espécie evolutivamente como superior aos outros seres, apenas estamos reiterando o nosso próprio egoísmo de não nos compararmos com um inseto, pois este tem tanto direito como os homens de viver bem no planeta Terra... E, certamente, sobreviveriam muito melhor a uma dissolução do mundo, tal como conhecemos: construído em meio aos dilúvios e tsunamis.  

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