segunda-feira, 23 de março de 2020

SALVAÇÃO E DESCASO


Milhares estão sob a mira de tudo que a possui, desde uma inteligência remota
A um asno que tem como escoicear um objeto qualquer, desde que não interfira
Na pontualidade de seu regresso, assim como o farináceo alimenta de verdade
Quando misturado com o melaço da cana, essa haste da grama adulta e grande
Na têmpera do sertanejo, na aparente falha em que o sul não seja o norte
Ou nas entrelinhas de quem quer assumir frentes muito mais complexas
Do que arredonda um processo que da artimanha não falha-se alhures!

Um arremedo de medo ponteia na consequência dos inaptos, e os guerreiros
Da saúde bem sabem que através destes o panorama da esperança despe o manto
E o que era grave não será enquanto esse afã de ajudar ainda pegue por sequência
Um trabalho do voluntário que queira saber mais do que aquilo que por vezes não há.

Agora, enquanto é tempo, se não se pensar no social, uma penumbra infinita
Vestirá pulmões infectados com o ocaso de palavras que não vertem menos
Do que outros infinitos de outras palavras que não saia do necessário padrão.

É hora de padronizarmos necessariamente o tecido social, lembrarmos que a medicina
Não deve ser apenas como os Sem Fronteiras, mas maior do que isso: o exemplo
De um trabalho que deva engrandecer o país com multidões de Cristãos e Templos
Que do coração da presença se ausentem, mas na participação da fé seja o alvorecer
De uma redenção maior, de um espírito de salvação para a eternidade, no que Francisco
Profetiza quando fala na casa comum, agora suspeita de vírus humano que se coloque
No ponto x da questão, nas equações quase complexas quando lidamos com o tempo
E quando percebemos que não podemos segurar a areia com as mãos abertas
Mas que, em conchas, a tarefa é transportar apenas em uma questão honorífica
Qual seja a missão de todos, militares e civis, médicos e operários, governos e povos,
Continentes e cidades, planeta e atmosfera, chaminé e rio, preto e branco, oriental e ocidental,
Berços de crianças órfãs, quando nos permitirmos ao descaso, se isso fora real
E na consequente ilusão de Maya, que por fim nos animemos, pois em cada onda ou gota
Do Universo reside uma encarnação de Krsna, e para isso basta olharmos para uma sacola
Que trouxe nossos víveres, e meditarmos em seus átomos e no Paramatma presente,
Pois quando carregamos algo sagrado, é mister vermos em Deus a razão que nos concede
O pão nosso de cada dia que hoje nos é dado, mas não se furtem, pois se continuar o descaso
E o egoísmo de não repartir os ganhos, nessa imensa floresta de cães e gatos virados gente,
Que ainda prosseguem em ofender, o pão nosso não será declarante de justiça
Pois é chegado o momento que, se não pensarmos que os ricos não se salvam com facilidade
Apenas saibamos que é no egoísmo de alguém que ignore a tal ponto o evanescente prazer
Saiba que só através de uma vida penitenciada é que garante o lugar para onde iremos
Depois de abandonar nossas vestimentas materiais neste planeta que já não garante a vida.

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