Garantir-se
na vida, esse é o propósito dos expertises, daqueles que
aparentemente sabem do que falam quando se propõe o que urgentemente
se queira viver melhor. Para que se viva, sempre… Mas a
conveniência do egoísmo separa as gentes, e a totalidade ou
integração de melhores tempos para todos fica ausente do que se
quer de modo ativo, focado, generoso e democrático. O que seria a
pressuposição que nos distancia – não propriamente do ideal –
da própria concepção de um mundo mais justo? Serão as falas da
magistratura, os votos do legislativo, ou mesmo a interveniência de
um escopo que execute o Poder? Certamente temos dúvidas sobre muitos
detalhes, do todo alquimicamente redescoberto, ou que a ilusão de
estarmos participando de algo nos entorpece. A sedação, ou a
indiferença… Pudera termos a força dos jovens, quisera os jovens
tivessem maior experiência de vida. Mas não, o encontro das
gerações espelha algo vazio que os velhos permitiram acontecer
dentro da esfera da existência como um todo. Essa totalidade, o
hólos, a grafia inumerável das questões do mundo talvez passe por
um mero gesto, um modo de caminhar, um erguer-se o copo, uma visão
de um inseto, as folhas ao vento, um prêmio Nobel a Bob Dylan!
Se
quisermos encontrar uma cultura que nos diferencie, talvez de um Tom
Jobim a Tonico e Tinoco, de Jair Rodrigues e Elis, a Ivete Sangalo e
Anita, o poeta diria: não gosto de muitos trabalhos na arte, e
outros eu gosto deveras… Mas aquele ponto em aceitar, a grosso
modo, o midcult, a profusão daquilo que aceitamos por passividades,
encontramos muitas vezes a pérola que organiza a escolha mais
coletiva, que cristaliza, que aproxima e que subentende um diálogo –
mesmo que tosco – a respeito da cultura, das artes, dos
espetáculos. Supomos cultos deveras quando o ser em si não se
repleta, mas busca na inteligência digital as informações das
pesquisas, as referências, não de textos longos, mas da síntese de
algo que não foi construído a longo ou médio prazo, apenas a
experiência de sublocar informação versus comunicação, com
retornos de visibilidade, mas não o pressuposto da discussão sobre,
ou de um alcance de conteúdo sobremaneira sólido. Essa é uma
questão primeira da experimentação que o poder de pequenos
tesouros encontrados em um insight revelam setores do
conhecimento que não têm maiores segredos do que clicar em botões
e tornar indiferente o livro como campo de atuação, como seara,
como frente e vertente de consciência.
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