sexta-feira, 4 de outubro de 2019

O FUNCIONAMENTO DA REPRESENTAÇÃO


          A motivação transparente da sensatez por si só representa a atitude, no que reverte à não atitude o modal circunscrito à opacidade de um tipo de simbologia com a ação terminante dentro de sua suposição, mesmo que esta venha acompanhada da lógica: ciência instrumentadora e, por vezes, – dentro da contradição – depreciadora em seu si mesmo. A síntese de um amplexo sobre um discernimento por si só traduz muitas vezes a embalagem da representação, mesmo que retorne nula a ação de per si, posto muitas vezes possuir conteúdos inexpressivos em qualidade, mas de repetições de chavão entediantes porquanto assaz previsíveis. Nota-se que representar a mitificação em si e por si encerra uma caixa que embala sem necessidade algo, posto já se saber o que há dentro em termos de qualidade, quantidade e valor, no que a granel seria quiçá mais interessante, já que agregaria um contato humano sobre o industrioso fruto do labor.
          Nas vertentes da espiritualidade sinteticamente temos a crença e a não crença, a existência da fé e a sua ausência, mas que não se revogue a possibilidade de seu domínio, qual não seja enquanto conhecimento sacro na santidade de muitos, dos guaranis ao Papa. A representação dos ícones da cultura não hão de cair no uso quase inevitável de semânticas recriadas a partir de um nada, de um zero factível, ipsum factum, posto não ser possível apagar inscrições históricas de milênios com bases em tentar recriar realidades com estamentos incorretos. Em se tratando do ser cultural e suas representações no inconsciente coletivo quanto de arquétipos comuns a todos o espelhamento sabiamente sai em fuga para a desassociação da psique quando se busca justificar através de falsos ordenamentos jurídicos a explicação dos modos do descalabro e o tentar-se fundamentar um Estado na esteira estanhada da ignorância. Essa dissociação não deixa muitas vezes de ser um fator de construção cultural, ou do encontro daquele ser que essencialmente revisita seu imo, revendo seus próprios arquétipos e a ligação com o inconsciente coletivo: através de uma expressão de arte, nos diálogos desconexos, na tentativa de não se utilizar de ferramentas existenciais egocêntricas, mas apenas a válida tentativa do encontro tão esperado com sua cultura arraigada, posto sendo isso a necessidade da cultura ser preservada a qualquer custo.
         Fica como imagem soberana a possibilidade de um conhecimento extremamente perscrutador, universal, um conhecimento universitário amplo e geral. Não deve haver limites ao conhecimento quando a representação deste passa a não ser icônica, mas real, concreta e inadiável sempre, a partir do primeiro minuto em que um aluno ingressa – muitas vezes sem poder pagar – em uma instituição pública de ensino, condição esta extremamente importante e crucial. Esta conexão com os objetos do conhecimento vai de encontro ao minimamente e expresso fato de que a importância da existência de grandes bibliotecas, bons laboratórios, ensino gratuito de ponta e outras relevantes questões apontam para a única saída de que uma boa representatividade ao mundo acadêmico como um todo seja concreta, seja real. Quem é um cientista e dispõe de insumos para continuar suas pesquisas e experimentos, a lecionar para uma classe diversa e eclética, a ver que muitos bons alunos não poderiam de modo algum arcar com as despesas dos estudos, sente a premência não apenas de se manter a universidade pública e gratuita, como ampliar e melhorar a rede de ensino público e gratuito, no sentido de melhorar cada vez mais a sua qualidade e educar com base temporal: passado, presente e futuro. A questão de se ver a luta do povo brasileiro querendo estudar cada vez mais e melhor reside junto com àquela que diz respeito ao trabalho de nossos engenheiros, cientistas sociais, médicos e etc. Quando se vincula a produção do saber com relações mercadológicas, acaba-se com o purismo e a inocência dos atores do mundo acadêmico, que representam sinceramente a realidade de uma nação que queira ser melhor aos olhos do mundo. Esse é o minumum minimorum da capacitação humana, se é que desejar um ensino realmente de qualidade seja apenas mais uma das intenções que alguns acreditam não muito importantes na realidade de um país na condição crescente de miserabilidade atual. Na síntese desse processo de se arguir da necessidade de qualquer país em sua decência, a permissão e o investimento do Governo aos recursos necessários a termos universidades de ponta é apenas um fator de gestão administrativa consciente da missão em termos um país com investimentos públicos na educação de qualidade. Essa deve ser a condição irretocável para crescermos com soberania, e não termos que nos envergonhar quando uma pasta presta um desserviço à sociedade brasileira nesse campo… 

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