sexta-feira, 18 de outubro de 2019

A VIRTUDE DOS QUE URGEM


           Urge-se por quase tudo. Alguns por uma vida melhor, aliás, a grande parte das populações, outros por uma vida melhor que o melhor, os que urgem por possuírem cada vez mais, e outros igualmente pelas frentes do Poder, assim com a maiúscula, mesmo que não capitulem, no que se versa o ser maior do que o nada, no que o nada pode ser gigante… De um gigante que não é sumamente organizado, pois coloca em seus vértices de atuação apenas o simbolismo de uma entidade forte, genuína em seu caráter hierárquico. Uma tremenda hierarquia nos coloca frente a frente com um tipo de absurdo de complexidade relativa, como um xadrez com diversos reis que se movem como rainhas, onde estas se postam sem movimentos importantes no contexto de um tabuleiro de poucas casas. Os bispos cedem um pouco, os cavalos passam no treino de seu óleo gastante, os peões votam mas não votam de total acordo, e as torres se tornam palafréns de um tipo de reino. Assim disposto um tanto das gentes contemporâneas, mas nas entrelinhas as damas se portam como damas, e o jogo vira damas, e quem puder jogar que se tenha do caráter para tanto! Nada de criticismo volátil, mas apenas a circunscrição de um apanhado de países querendo brincar de posses e remendos, possuindo o que possa e remendando o que já desta fora.
          Posta a vida que o enjeitado se presta a ser renitente em sua esmola, em sua sede, em querer ser cidadão a qualquer custo, mesmo sem documentos. Andar pelas ruas amarelas do sem sombras invisíveis, reza a que se tenha dó e piedade ao notívago iluminado pelo fausto de outras torres, andando pelas vias sem saber de que uma virtude apareça no momento certo, quando os nomes dos clichês houverem se pronunciado com um freio que só arrefece às cinco da manhã, na esperança de que o dia seja um pouco melhor, ou no tonel de cachaça entornado às quatro e revogado às dez. Pudera, com tantos os anjos se falta na rua alguém mais acordado na realidade que não seja a do hedonismo, um belo trabalho para uma vida prazerosa. Não, jamais se há de antepor prazer, labuta e sono à frente de algo, pois estas palavras aparentemente relacionadas são estanques em seus próprios contêineres. Algo a se dizer do Reino é que o Rei está perplexo com um gesto que não toca um procedimento cabal e, no entanto, são muitos os que dividem o próprio reino com a órbita dos quase jovens empoderados e perplexos com o tempo em que não se dividia a função das demandas de um Senhor de seu feudo. Não haveria mais o que pensar se todos os que se dispusessem a tocar um despotismo, mesmo que esclarecido, não seria em si o fruto de uma virtude dos que urgem!
        De se desfalcar de vida a intenção de estar com a demanda urgente por vidas melhores, haverá talvez um destaque no onirismo de uma fantasia, ou mesmo uma solução emergente de um país que passe a ser o exemplo quanto seja de enfrentar efetivamente os problemas sociais. Assim de se pensar um mundo melhor, está a medida de uma virtuosa corrente que emana de pensamentos em órbita daquilo que se denomina coerência, ou bom senso. Assim, de uma vida sem rebatimentos maldosos, de um painel em que se não vete a mesma coerência, em que se vota conscientemente naquilo que exista para melhor, será em um futuro grandioso que se espera da humanidade a retomada e rediscussão dos seus Direitos Fundamentais, e prontas e criativas soluções nas questões urgentes do saneamento, educação e saúde. Tripé sumamente importante, não habilitado para questões de significados escusos ou misteriosos, porquanto som aberto e vitorioso quando conquistado. As veias do progresso estão próprias na razão do que está em dia com algo que subentende a vida de um pobre, de sua busca e de sua virtude: pois urge dentro da esperança!

Nenhum comentário:

Postar um comentário