quinta-feira, 10 de outubro de 2019

CAMINHOS DESCONTÍNUOS


Verte-se a razão no ventre da terra, algo que subestima as flores
Quando estas apontam seus frutos e pistilos no caminho de pés
Algo escalavrados do sem tempo, descontinuados na incerteza…

Rogue-se que não prossigamos tanto com os teatros do sentimento avaro
Que permanece no colo dos que não colocam todos os termos
Na pontuação necessária da certeza que nos dá a sinceridade e um bom ato!

No que a razão verta, não prossigamos com a hipócrita veia de cristal duro
Porquanto o que cristaliza por vezes não desfaz máculas borradas pelo vento
Que surge na espraiada praia da mentira, naquilo que negamos simples existir!

A que surjamos nós, os passageiros do mesmo tempo, nos caminhos incertos,
Nos látegos de profundas chuvas áridas em sua frente quase turva de lençol
De uma cor por vezes de sofrimento, em que nada do que nos cabe seja cabal.

A vértebra de uma coluna repete-se em todos os pilotis de uma fundação
Onde a arquitetura se planta a discernir conhecimentos, e isso pode ser
Uma urgente solução de diapasão coerente no tom de um si maior…

Não que não se refresque o tempo citado e vário, mas o caminho contínuo
Pretende ter-se o espaço de que a vida pretenda ser mais do que apenas
A face desnuda da artimanha, o ocultar-se da Verdade, e a ela tentar explicar.

Mira-se o olhar na frente de um espelho, e o que se vê é algo inconsútil
Porquanto miríade de olhos, sentidos escusos, frontes, expressões
Que não nos levam a nada nesse teatro infantil de fontes e palavras…

No que se queira concretamente, não que seja um realismo de antanho,
Mas de um sentir consentido, de uma palavra sem solilóquios nulos,
Porquanto a semântica de uma frase interna, pode ser algo de ponta.

E os caminhos do mundo tecem descontinuidades, urgem por rumos,
Caminham com passos cansados, por homens e mulheres afoitos
Em encontrar a esperança, nem que o seja no burburinho de uma cidade.

Por vezes tecemos a rede que envolve a nós mesmos, por vezes nos testamos
No ardiloso mundo de se jogar com almas, nas menções de honras falsas,
Nas farsas de pensarmos que estamos indo adiante dentro de nossos atrasos…

Por vezes traçamos uma linha certeira, incólume, inflexível, tentando encontrar
Aqueles parceiros inquietos pela mesma luta em prosseguir como um linear
Onde o encontro das paralelas paradoxalmente acaba por acontecer.

Em uma via apenas de sinal de única mão não é fácil destilar canhestramente
O uso ambidestro de nossas habilidades, como quando em um perfil de monta
Não se sabe exatamente o que isso significa nem em termos comparativos.

E se temos por nós uma lógica positiva, se possuímos um prumo adjacente,
Quiçá possamos encontrar a vertente onde se encontra a fonte que almejamos
Dentro do pressuposto que seja água pura, e que nesse rio não haja garimpos!

Nisso de pressupormos a coragem dos alternos em que a questão de se galgar
Algum posto referenciado em qualquer alçada, vem a supor a conflagração
De um modo que possa refletir uma paz sonante no verbo descrito com ímpeto.

Mas de um outro modo, se a fraqueza nos encerra no panorama desigual,
É exatamente a fortaleza dos fortes de espírito que nos lega a sensatez da vida
Em que não descontinuaremos a jornada peremptória de nossos caminhos…

Verte-se a si essa questão, questão lata, de bom senso, nos períodos que se deseja,
Na relação da igualdade dos povos, na preservação da sua cultura, nos costumes,
E que o índio finalmente ensine ao homem branco como se pisa sereno na floresta!

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