domingo, 6 de outubro de 2019

IMPOSSIBILIDADES


Dá-se a si a percentualidade do conveniente
Quando o pensamento não alcança muito da Lei
Que seja supramencionada em algo maior
Do que o mero estar-se, no querer do mais…

Leves são as transições do destino, no fardo
Que pesa em partes, os fragmentos da certeza!

De não cair a maçã de Newton se revoga a ordem
Qual não fosse cartesiana na questão inacabada
Daquilo que procede na análise semântica de um fato.

A volver a rótula, a migrar a patela, o joelho torto
De um ninguém que fosse, posto a caminhar
Por jornada incomensurável de uma volta
Que seja, de um passo a mais do pássaro no ar!

Na latitude de um sermão do Padre reside por hora
A verdade da intenção boa da bondade, reflexo
Do se bem portar em graus de meridianos adjacentes.

Ao equilíbrio de um rito, a uma passagem de um enfermo
No que diste do seu voluntariado sem um rumo
Se prediz o bem-querer do mais a ser feito no andar
De um trecho de uma carruagem antiga sem seu tempo
No que viria de virar-se na bifurcação do enjeitado
O significado primeiro em se ser possível ser humano.

Heureca que tenha-se a verdade na ponta dos lábios
Quando o que se deseja de antemão seja apenas um ricto
A fremir a idade na nossa ruga histórica, a ver a vida como
Um contemporâneo lutar-se na superveniência de um lago calmo…

Nada do que se espere que venha a ser tão caudaloso
Como o impossível fator que não se sobrescreva na lide
De um trabalho quase possível e, no entanto, conveniente
Quando se mostra na competência de milhões de braços.

Não que a vida não fosse assim traduzível por alguma palavra
Mas que em uma simples e lombar vértebra está algum dorsal
Que cimenta seu comportamento com a origem mesma do mover-se.

Qual não fosse um dia de chuva esperada na noite de outros
Quanto se predisse que na forma da aurora seguinte viriam pontos
De luzes de muitas formas onde não se nubla a Verdade!

Aí sim, ponto impossível de se descrever corretamente sem erros,
Quando o que se quer é o indizível ideal de corrermos livres
Sobre uma alfombra de ouro: democrática, popular e soberana.

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