quarta-feira, 30 de outubro de 2019

O DIÁLOGO COMO SUPOSTO ENTENDIMENTO


           A se falar da civilização, não importando onde nem como, o diálogo entre pessoas, com seus vários idiomas e dialetos, é a forma de entendimento cabal. É o que exige de nós sermos civilizados, ausentes de provocações e na base do respeito de cada opinião ou ideia. É o que move em uma empresa a relação de patrões e empregados, é a consonância que redime certa pressão ou stress, é a forma correlata de uma sessão de análise, da consulta médica e do acerto entre as partes. Não adianta muito mais pensar em doutrinamentos, em posições de hierarquias desnecessárias, a não ser em instituições que nela se baseiem. Mas tentar impor à civilidade uma argumentação que não vai de encontro com a questão da escolha pessoal, desde que esta não infrinja a lei, é parva no sentido de não ter coerência com a mesma civilidade, a ordem que se estabelece entre os pares, a condição primeira do entendimento…
          Muito se pensa que o ato do poder tem a faculdade de impor regras à sociedade, de transformar o pensamento, enquadrar o ato. Temos muito do pressuposto do invisível, de sabermos que pensar é coisa de segredo único e individual, e desta fonte nada se tira se dele não quisermos compartir ou abrir para as gentes, mesmo porque não necessariamente o pensamento possa ser dissecado, posto não se traduz em palavras nem em lógica. Quando o organizamos para dar um sentido, como na escrita, estamos usando de artifícios ou ferramentas que significam os tratos para se chegar a uma análise, uma filosofia, um teor religioso, etc. Mas o pensamento de Charlie Parker no sax e em seu Bip Bop, quem diria, não se traduz nem em um minucioso estudo, posto ser improviso de modo que não possui possibilidade alguma de registro, gramática ou imagem, a não ser na música, assim como nas artes, na escultura, no desenho, na literatura, esta, que seja, talvez com votos surreais.
           O ato do registro é relativo, portanto, e a arte é gigantesca como o animismo, a espiritualidade, e esse rebatimento da ascese da arte com relação aos diversos modais de expressão denota a busca da disciplina interna no sentido de se chegar à mímese, ela mesma, da arte como fator humano transcendente, seja em que campo for. Propriamente, não há como relativizar a ciência que transcenda, posto a atma, ou a alma, apesar de ser não propriamente grande, ascende o homem para os planos exotéricos na sua circunstância divina, e esse diálogo é de suma importância, quando a ascese se torna exemplar pelo praticante!
          São tantos os mistérios do Espírito que não podemos sequer mensurar a sua grandeza. Internalizar esse conhecimento passa a ser tarefa nem tão hercúlea quando sabemos dessa mesma grandeza e tentamos, como a postura da prática de serviço devocional, alcançar esse universo, desde nos rosários, na sacralidade de uma imagem, até um trabalho na mesma citada devoção. É desse diálogo referido que nos tornamos circunstantes de nós mesmos, sabendo que as coisas que fazem parte de simples coletas como espias de diálogos fechados em si mesmos, quando se baseiam em alguma técnica, hão de revelar o atraso em relação ao tempo eterno que demanda conhecimento a respeito do infinito. A partir dessa pressuposição, haverá sempre mais diálogo em nossas entrelinhas de uma grande consciência, que nos levará a uma semântica dinâmica e real, no que a ilusão perde espaço para a plenitude do conhecimento transcendente.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

A AFEIÇÃO PELO CONHECER


          Muitos são os critérios que nos levam a adquirir um conhecimento. Existem tábuas lisas e conformes, qual registros, como placas de silício, enfim, uma coisa toda como instrumentalizadora de algo que ao menos fosse de cunho patriótico. Mas não, tecnologia comprada, inteligência externa, e voga-se que os empregos de cinquenta e quatro por cento da sociedade ou dos trabalhos humanos tendam a cair frente a automação… Mas estes são dados internacionais, certamente. Certamente, não há robô que construa um edifício e nem outros que sejam como síndicos ou faxineiros. Há uma tentativa dos veículos que comunicam a contra-informação de tentar separar o trabalho em algo que se aproveite ou não, buscando alarmar a população com índices de fantasia. Vira e mexe e o padeiro estará trabalhando, com antigas ferramentas, justamente por razão de que o sistema financeiro automatizado é apenas um detalhe da padaria, e o olhar e o cuidado – tanto do padeiro como da atendente – continuam a ser insubstituíveis. Não há possibilidade no fator da humanização do trabalho haver o retrocesso de se vingarem processos automotores no andamento de uma sociedade como a brasileira. A nossa realidade mostra que o trabalho humanizado é a grande diferença quando já se possui por subtração afetiva de uma rede social que torna autômato o se portar perante a vida e nossos pretensos relacionamentos, quando nos aproximamos de uma blindagem existencial.
          O valor do trabalho claro está faz a diferença no contato com a vida humana, e encontrar gentes trabalhando naquilo que alguns veículos de informação, algo equivocados, reiteram ser a verdade não passa de enganação de uma ordem que já veio para ficar, no diferencial humano, no tete a tete com o trabalhador, nas possibilidades das artes, e uma literatura renascida.
          Algo de se reiterar no movimento pendular que ocorre entre o bom e mal senso é justamente supor que certas forças tentam recriar um futurismo que lembra o que aconteceu com a Itália, revelando na arte de Boccioni e Marinetti algo cinestésico com as tendências históricas da época, cada qual em seu tempo. No mundo contemporâneo o que se vê na propaganda varejista, por exemplo, é um moto continuum de repetições de informações e detalhes que passam subliminarmente pela mente de quem talvez não esteja muito atento para tanto, atravessando por verdadeiras esteiras um passadismo inexistente, e nem a leitura histórica da similaridade com a atualidade. Por falta de conhecimento maior a juventude por vezes nem sabe o que significa a disciplina da história – por veias insistentes –, no atraso do estabelecimento de uma inércia que repete por intenção, e não busca o progresso no andamento do que realmente é uma programação integradora de uma lógica estacionária, dividindo o poder em populismos alternos, e rotulando pensamentos como em uma simples tradução no viés da ignorância do treinamento puro e simples, com metas e planos afeitos ao objetivo hedonista como prêmio final, no modus intercalado.
          Posto sabermos que o conhecimento é algo sui generis e de fundamental importância, as gerações dos anos passados, quanto mais antigas forem, mais desse conhecimento oralizado terão de importante a oferecer à cultura do povo... Tanto em rincões distantes, quanto nas regiões mais pauperizadas ou dentro de classes abastadas, sendo as classes médias, com o midcult, um pivô de transição entre as vertentes que emanem da própria contracultura dos anos sessenta, e a revelação da sua compreensão do mundo, do país, e do bairro. Aliás, em cada nicho, em cada registro que alcançamos, e na utilidade algo gráfica dos sinais da mesma utilidade, no bem portar-se como escola suprema, e no respeito destinado ao seu cerne como emancipação de uma atitude, o gesto como consonância de união, são regras a serem seguidas, factuais. E não o entorpecimento da agressividade como forma de tipos de chantagens e regras espúrias, que servem apenas para enferrujar as engrenagens do grande motor do presente, do mundo contemporâneo. Onde o estar-se bem predomine com as nossas virtudes; e a ignorância seja percebida como algo de interesse escuso, se realmente se comprovar que há interesse em se omitir conhecimento a quem necessite como meio de obter oportunidade, dentro de condições onde as populações desassistidas mereçam, aos olhos de todos, os exemplos que muitas vezes marcam presença em nossas vidas: na pobreza e na bonança.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

O DITO QUE NÃO POSSUI NOME


         Quem será o termo, ou qual seria o nome do termo, melhor empregada a frase… Não se comece mal o significante, posto um termo qualquer pode ser que não signifique algo que esteja fora do contexto? Seria tarefa quase impossível, mas jamais de ordem do mito, que seja, deste apreendemos muito dos gregos, mas o mito impossível quiçá seja quase um termo conveniente! Se tantos forem os termos, seria de boa monta a qualificação de um tipo de rotina que não se subentenda muito, mas pera aí, é tanto de se especular, que o valha nas palavras, posto valer no mercado. Essa questão de marketing seria especular de espelho mesmo, uma superfície refletora, reflexiva, e aí o termo funciona como um tipo de comércio onde a selva se apresenta de forma mais clara, e quiçá mais absurda. De tanto se voltar para si, que o significado pode aparentar confusionismo, ou possamos crer que dentro de um período de três palavras o sentido da frase não apareça. É de bondade crer, e é nessa bondade que nos postamos, isso já é um contexto real, se não fora a aparência algo que não se entenderá muito, jamais talvez quando sucede termos um pensamento, e como diria um poeta, livre pensar é só pensar! A partir do princípio da veracidade, saibamos que urge completar ditames de ordem, e um qualquer que esteja conforme, com suas roupas – poucas por vezes – bem trabalhadas e limpas – as que estejam – seria completar o próprio significado, porém com dois pares de hifens que não se coadunam com os corretores ortográficos! Melhor seria dizendo, o caminho das letras nos fazem subentender que por mais que não estejamos coerentes com aquilo que se espera – portando, de zero coerência – sejamos menos por abraçar mais, e mais um par de hifens desfaz a estrutura gramatical assim como se deseja que a própria gramática alterne com o leitor mais acurado… De se unir os significados pode surgir talvez uma poesia maior, mais fremente, mais aberta ou mais adequada, sem o silogismo que tanto encontramos nas estruturas de programação, no nó fechado de uma criteriosa forma de comunicação onde a interação é previsível, no sentido lato dos estímulos e respostas, de poucas composições próprias no andamento de sistemas de inteligência onde um banco de dados iterativo conforma posições e acaba criando conflitos onde o caos aparente pertence a uma ordem do mesmo silogismo. Essa posição mereça o destaque dessa engenharia de significante e significados, dos meios em si, do coagido e autor da coação, como se isso fizesse parte – e faz – de um intrincado mecanismo de se consumir informação, coagindo a autoria própria, dentro de uma peça ínfima de pequena engrenagem, global ou local. Isso posto, encontra-se o sentido de algo que por si só está como em uma nuvem maior, do que jamais saberemos a verdade se não particionarmos os contextos, pois a mesma ferramenta que por muito tempo ocultou-a volta na mesma modalidade, utilizada com recursos aproximados, em uma releitura onde relativizar a inteligência é apenas a velha questão de não saber valorizá-la, onde estiver, principalmente na postura de união de forças para dirimir as equações que possuam a pretensão de acelerar processos funestos para o andamento de um legítimo e humano proceder com os conterrâneos da espécie, que são todos os habitantes do dito planetinha que urge conhecermos melhor, que é a nossa esfera azul, com muita terra e muita água. E gelo por enquanto! Só faltam algumas pausas que se deve recriar na atenta leitura.

sábado, 26 de outubro de 2019

A AUTOCRÍTICA DE MAICON


         Maicon não possuía muitas condições de pautar… Mas necessariamente se tornava crítico, mordaz e coerente com aquilo que significasse uma questão de ordem, de saber se organizar, a manter seus petrechos no lugar, posto mais quieto que resignado. O perfil que emanava de seu peito era evidência sobremaneira de algum de casta maior, na casa que fosse, a se dizer de grupo, de benfazejo, de pensamento audacioso.
          Vivia simplesmente sem tanta a neurose daqueles tempos, de um final de final de semana onde o final se prolongasse até o fim. Não tanto por isso, pois o fim era um começo, nas reticências quiçá de uma simples rua, abraçada, perspicaz e atônita com certas atmosferas. E Maicon sabia de seu nome, que vinha de Michel Jackson, a que queria acreditar que tivesse sido um grande astro, mas sabia ele das estrelas mesmo, verdadeiras. Saber-se de um enigma na mente de seus amigos, punha-se ele de resolver peremptório, com classe, com lógica fulminante. De jogos não era tanto, mas gostava de pensar, e pensar sobre si mesmo, no em si do per si, ou algo que valesse mais do que esse simples nó de sílabas. Claro, que um amigo verdadeiro lhe tecesse uma reprimenda, não seria – repetindo – um perfil tão evidente quanto uma prova que provasse algo a respeito de suas posições existenciais. Pois sim, que travessura corria nos seus olhos quando a chuva revelava nuances de suma vitalidade, assim, de querê-la acima de tudo e de todos, pois a água era a sua praia. Aliás, de todos ou quase todos os elementos da terra, que seja, ela mesma, a água, o fogo, o ar, o éter, e o movimento, a cinestesia do movimento.
        Claro era na sua pequena história que não claudicava o suficiente para não incidir em algum grave erro, mas nos tempos daquele, os erros eram tantos que os humanos seriam mais do que o erro, e qualquer aproximação com o latim é mera coincidência. Seus olhos não eram graves, possuía a cara de um bonachão, a não ser quando seu id clamava por um exame de consciência, uma crítica cabal e que começava cedo, e terminava cedo, pois seus tempos eram de cinco às dez. Do dia para a noite, encerrando a noite e acordando o dia…
         Nas entrelinhas do que se pensasse a seu respeito talvez houvesse uma certeza de que Maicon não pressupunha muito do se planejar, mas revelava no seu gosto pelos estudos a ciência que retorna esférica depois de modelado o cubo! Assim, geometricamente, pelo caminho árido por vezes, ao retornar de um sono começava a se odiar por não ter pensado melhor a noite passada, ou por ter estudado firulas que não levariam a ideia adiante. Mas, como fruto de uma imensa agremiação de conhecimento, bastava a ele que vertesse algo que fora como um pequeno ou grande projeto, a sair do papel depois de uma boa impressão. Mantinha a crítica de pé, em noites de frio, e acalmava seus sóis internos nos verões que iniciavam após lindas primaveras. Era de se condoer de tamanha a grandeza da crítica que fazia de si mesmo, pois colocava a inteligência na frente de sua mente, e seu corpo por detrás, e a condução dessa máquina por uma alma infinitamente pequena, mas gigantescamente plena.
        Nas vezes em que não revelava seu tempo, não haveria de temer por perder um pouco dele, mas considerando um pensamento cerebral de vulto: cerebrado, saberia por onde contar a canoa que o leva sempre nas jornadas em que está sozinho a contento, e feliz por sua condição de saber que alguns pensassem nele, e que sua autocrítica seria eterna, de justeza, de caráter. A saber que em um item que personifica uma grande alma, plena, seu corpo não estranharia a inteligência nem a mente.

A LIÇÃO DA AUSTERIDADE


          Não precisamos ausentarmos nossa vida do prazer que temos, mas encontrar o prazer em coisas mais banais é um enfoque que nos faz crescer existencialmente. Termos uma vida austera, na discrição de se saber um silêncio honroso que nos traga a paz tão merecida aos homens de bem, que não há a veracidade na vida daquele que dissimula para atingir o poder, muitas vezes. Creiamos que o empoderamento é tarefa de quem bem sabe e tem boas intenções ao legislar, ou daqueles que fazem cumprir as leis do homem, e os sacerdotes e monges que vivem sob os holofotes do divino, refletindo eles mesmos as luzes que recebem do Altíssimo. Estes estão mais próximos do poder divino, da divina providência, preservando o modo da bondade com seus interlocutores, como em uma fase de atinar-se com uma energia cósmica, serena, permanente.
          Grandes são os obstáculos que nos impõem – contra a vontade de se situar bem na realidade – quando envolvem na semântica extremamente materialista a gana de se estar com uma dita posição que nada mais é do que o empoderamento da própria matéria. Uma vida simples, com certo conforto, com bons alimentos, boa morada e retaguarda na saúde e na educação vem de encontro com o que se quer de uma austeridade necessária, o que torna relativa a questão – por exemplo – do que vem a ser o desejo de cada qual. Fama e infâmia, frio e calor, fácil ou difícil, são dualidades que porventura devemos evitar, posto é mais fácil a um homem ou a uma mulher compreenderem que o essencial é justo, é primoroso, quando nosso estar-se com a ligação com o Supremo é maior do que toda a parafernália material. Nisso está a proeminência do pensamento de que o Estado deva ser laico, justamente para permitir a profundidade do estudo que qualquer vertente religiosa, não creditando quaisquer tipos de preferência a um culto em especial, posto a população mundial não ser uma única vertente religiosa, e o respeito por todas as crenças tornam a sociedade mais pacífica e tolerante… De mais a mais também é sumamente importante não rechaçar sob nenhuma mácula de rancor aqueles cidadãos que não professem religião, afeitos ou não ao pensamento filosófico, à ciência, à especulação empírica, no que se remonte o progresso de todos, sem pensarmos jamais em qualquer tipo de exclusão. Isso posto, há que se organizar as coisas para o bem estar de todos os cidadãos e aceitar boas ideias que venham a facilitar esse processo. Em uma vida mais austera, os acessos ao conhecimento não podem ser negados, seja da literatura, da ciência, filosofia ou artes. Assertiva tão simples como uma equação aritmética básica, com os devidos apetrechos necessários, como o ábaco, a calculadora, ou melhor, a mente humana, um pedaço de papel e um lápis, sem necessariamente se ter a borracha. Ter muita riqueza pode aparentar grandiosidade, importância sem par, mas esse fato atrai muitos interesses, e a vida passa a ser um pouco mais ilusória, pois o sentido outro – que seria mais pleno e sereno – passa a ser um tipo de obrigação de se manter o status, quando a colocação social já tenha galgado muitas etapas, e o engessamento comportamental igualmente passa a existir, na mesma ilusão da fama que se constrói desde então. Pois desse modo os desejos de consumo, de trânsito pelo mundo e da manutenção do status citado passa a verificar óbices quando queremos estar mais austeros, e já não o somos mais, pois pertencemos a uma classe alta, com tudo o que nela vem agregado. É crível que muitas motivações de se corromper em crime venham por reboque de toda essa parafernália, onde muitas vezes o poder se mistura com esse comportamento ignoto. Há inúmeros casos onde a austeridade leva uma família à felicidade, e igualmente inúmeros casos onde a riqueza sem par não leva a uma real felicidade, senão ilusão.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

RELIGAR-SE


          Atentos estamos quando se prescreve na boa presunção de atitude, ao menos a iniciativa de sermos melhores visualmente, ou na primeira impressão. Deveras é tanto do fato de que essa postura possa deixar nossos outros lados visíveis, porquanto que tenhamos ao mínimo a coerência de nos focarmos a um perfil dessa mesma coerência, a dizer, que seja, no modal da bondade. Mesmo porque só temos a paz quando ensaiamos ao nosso entorno uma atmosfera cálida de reencontro com nós mesmos, na acepção transparente de estarmos em uma plataforma mais contemplativa, mais de ligação com a Natureza, seja ela humana ou de flora qualquer, ou de muito a se compreender os seres em geral. A profusão de detalhes acima do nosso entendimento já era ou fazia parte dos escritos de Shakespeare, no tanto de sabermos que os mistérios existem, mas que no plano concreto é real termos a compreensão de sermos mais perfunctórios, por vezes, e em outras mais incisivos, mais silentes e ligados no que há mesmo do silêncio dos ventos, ou de seus cantares por dentro dos nichos de nossas existências. Como em um grande telhado, encontrarmos nas calhas uma água pura para dividir com os pássaros, ou como em um parafuso que começa a espanar, apertarmos um outro no encaixe certo das madeiras, de suas peças, da marcenaria correta e exemplar. Assim como se desejar que um trabalho venha a proporcionar uma vida mais austera e, no entanto, confortável em um lar de solidez fecunda.
          Muda-se um pouco a postura, uma postura erguida, que seja, de ombros abertos, tanto quanto se prediz da dignidade que a cada qual se possui: particular, grande e tocante, posto no caminhar sereno podemos erguer-nos sobre a pátina do tempo, brincando de ser humano, naquilo de ser, lúdico e real… Obviamente, no teatro da vida podemos ser um tipo de ator ou atriz que encarna o papel da arte, assim como na pintura se faz uma boa cenografia, uma boa iluminação, o inverso da dissimulação, quando assumimos declaradamente que a arte é linda, é território da cultura, é necessidade, é caminho e vida! Não precisamos encarnar o tipo malvado, o durão, ou a sexy, a conquistadora de homens, porquanto pedimos passagem às estrelas que repousam no céu para prosseguirmos com a realidade da imensidão do cosmos, e às nossas ínfimas posições, frente a alguns bilhões de seres humanos que sequer nos conhecerão, ou quiçá saberão de algumas posições existenciais particulares, as idiossincrasias e as vertentes que movem nossa religação com a pressuposta veia da Criação Eterna. Se possuímos um afeto a algum animal, este merece o respeito de um ser a outro, e nossa ligação há que ser mais tentacular, multifária e presente, em uma religação – torna-se a citar – com o espelhamento dos seres todos, quem diria, com o conhecimento que Da Vinci já citava, em seu Tratado da Pintura, o comportamento das luzes, de matérias como as rochas, os panejamentos, a anatomia das plantas e do homem, dos insetos, as noções de perspectiva, etc, como se o genial homem renascentista estivesse ligado todo o tempo com a Natureza, tantas e tantas vezes citada no seu Tratado.
          Porventura hoje obviamente os tempos são outros, partindo-se do princípio de que não jazemos a arte em terra, mas aquela arte tradicional, manufaturada, perde seus espaços para um mundo digitalizado, onde não se vê a pincelada, qual não seja em escalas gigantes a arte dos ideogramas japoneses e chineses, onde se percebe a marca do pincel no gesto do artista. Portanto há de se ver com alguma aproximação das nações do planeta a realidade que vai do índio ao robô, do açaí aos alimentos sintetizados. Verte-se daqui para diante estarmos ligados às coisas culturais, sem a perda silenciosa do processo de distanciamento...

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

POIS QUE SEGUE-SE: A NOBREZA VEM DO ESPÍRITO.

UM TÍTULO DE NOBREZA VAI BEM PARA ELUCIDAR A VERTENTE DE UMA ARISTOCRÁTICA FAVELA.

A PARTIR DO MOMENTO EM QUE A MEMÓRIA COLETIVA E CULTURAL SE PERDE EM UMA NAÇÃO, É HORA DE AFIXAR NO MURAL DE NOSSAS CONSCIÊNCIAS ALGUMA LEMBRANÇAS, QUE SEJA.

QUANDO SOPRA UM VENTO MAIS BRANDO EM UMA PRAIA DE BAÍA, JÁ SACRIFICADA PELA POLUIÇÃO, VÊ-SE QUE PORVENTURA PODE HAVER PRECEDÊNCIA POSITIVA!

A VIRTUDE INOMINÁVEL SERIA CRER QUE EM ALGUM TEXTO ESTARÁ A CONSOLIDAÇÃO DE UMA LEI QUE SEJA, A DO TRABALHO.

SE UMA SITUAÇÃO SE TORNA PRESENTE NA ATONALIDADE FOTOGRÁFICA DOS FATOS, REMONTA-SE A IMAGEM PARA AGRADAR GREGOS E TROIANOS?

NO QUE DÓI NO PEITO É VER QUE MUITOS FICAM EM UMA DEFENSIVA NA NEUTRALIDADE DO INCÊNDIO.

NÃO DOE A QUEM DOER, DOE PARA O MÉDICOS SEM FRONTEIRAS.

SERÁ QUE ESTAREMOS PRESENCIANDO UM CAMINHO QUE SE TURVA NA DIREÇÃO DOS DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS NO MUNDO?

A QUESTÃO DA LIBERDADE NO OCIDENTE TEM PARÂMETROS CONCRETOS COM A LIBERDADE DO ORIENTE?

SEREMOS ESPECTADORES DE MENTES ARDILOSAS PELO PRÓPRIO PODER?

PUDERA QUE TIVÉSSEMOS O DIREITO DE COLOCAR FILHOS NAS NOVAS GERAÇÕES, QUANDO O QUE SE SABE É QUE ALÉM DO DESASTRE HUMANO TEMOS AQUELE QUE SOLAPA AS LEIS NATURAIS.

NÃO ADIANTA MUITO SEQUER ESPERAR PALIATIVOS AO CRIME AMBIENTAL, SE ESTE PRESCREVE QUANDO NEM FORA SEMEADA A ÁRVORE VITIMADA.

MUTAÇÃO SUI GENERIS


Resta o genoma da matéria, o material consonante, de se dizer
Que o plano material faz parte do bruto, e que daquele óleo
Não se diga o que não deve, pois se é óleo do mar retém
A crueza de se permitir que façam o que querem do país!

Um ato mutante se descortina em um grande navio que não se conhece,
Mas que parte do princípio que será melhor esvaziar riqueza na nossa pátria
Do que manter outros lucros a que se designaria um óleo que possui uso…

O tempo sofre a mutação gênica, o tempo revela que jamais se limpará
O lodo em que se mete a espécie, quanto do mesmo tempo em que
Haveria a suposição do crime, mas não é encontrada sequer uma pista
Que possa fazer de nossa Marinha a dignidade de elucidar a origem do problema.

Verte-se um óleo viscoso, de temperatura suja, um óleo que move aquela máquina
Que temos de antigas modalidades, de um jurássico fóssil estratosférico,
Suando fronteiras marítimas, enquanto as nossas Forças ficam na espera de lutar
Contra um inimigo oculto, perdido nas nossas milhas náuticas, a esperar por além…

E o homem vira formiga, se enformiga de tal modo que limpa e limpa, sucede
Qual planta que solitária em meio ao oceano de concreto, tenta respirar
Ao homem que – esquecidamente – planta-se à sua sombra a admirar o frescor!

Caudaloso é o derramamento, sujos ficam os braços dos guerreiros, cheira forte
O odor de combustível no fóssil de uma engrenagem inexistente, qual não fora
A grande engrenagem orgânica de uma Natureza com o litoral antes paradisíaco.

Perdemos grande a fatia do bom senso do mundo, quando se tira por concluir
Que muda-se uma frente de trabalho ordenado e pago, para um voluntariado
Heroico daqueles que entornam as toneladas em sacos de fundos vários
Para sequer estocar dentro de uma máquina que funcione a olhos vistos.

Parte-se a mudar uma célula do braço, parte-se ao piche bloquear os poros,
Ao que o diluente agride a pele do grande trabalhador do mar, estacando
Naquilo de firulas de quem assiste de dentro de um Poder que remenda
Uma situação já sabendo que forçar uma atitude não resolve o dilema.

Resta a esperança de que cesse a emissão do óleo, que não seja mais
Do que apenas uma embarcação, e que o norte não se ressinta de sua prerrogativa
De ser um dos litorais mais lindos de todo o planeta que, infelizmente, muda assim.

A SOLIDÃO PODE SER SOLUÇÃO


          Não que se queira fazer uma alocução sobre a solidão, mas que esta pode ser um tipo de razão é bem factível. Uma solidão nos permite dedicarmos ao estudo, às artes, sem que intervenha a velha questão da presença de um círculo de amizades. Igualmente, não se queira dizer que tal pressuposto não seja bom, mas no caso de alguém que fique contente com os seres em geral, sejam eles humanos ou não, é possível ser feliz no que conceitualmente se denomina solidão. Um anacoreta pode viver em seu quarto e demais espaços circunstanciais com a fé que lhe pertença. Um homem pode ter uma vida plena e independente sem necessitar da presença constante de uma mulher. Igualmente se aplica a ambos. Se voga a algum direito, um modus vivendi, aquilo de existência. Posto quando o homem ou a mulher carregam em si um estigma que os pretenda isolar por questões culturais, étnicas ou qualquer modalidade que os tornam distintos da grande maioria, a adaptação desse senão cultural pode parecer por vezes um grande obstáculo para a auto realização. A solidão pode parecer – no viés existencial – como uma concessão ao auto conhecimento: de estar-se só para se ter a noção elementar de que somos seres gregários e, no entanto, igualmente únicos. A partir da diversidade da percepção humana, pode-se obter um conhecimento independente daquilo que encontramos no que já se abriu caminhos, no sentido de apreender as coisas da Natureza quando do respeito à Ela e da abertura que permite quando nos mostra a sua variedade e sua profundez. Como apenas fazemos parte da Natureza Material, convém nos anteciparmos a ver que em cada variedade de vida está um corpo e dentro dele uma atma, ou alma sagrada. Esse espírito individual é que dá o sentido de existir, mesmo porque não se extingue quando falece o corpo. Segue um ditame de crermos que, na verdade, nosso Eu verdadeiro não é o corpo, mas o espírito que o anima, de tamanho infinitesimal. O ciclo de nascimentos e mortes pode ser interrompido pelas regras de apenas termos uma vida voltada mais ao espírito e não pelas equações por vezes perturbadoras da matéria, que tanto seduz com toda a ilusória manta que a envolve… Essa ilusão nos leva a mantermos distância do que é real, a nossa ligação com um plano anímico, espiritual. Por vezes toda uma existência de alguém que é vista por outrem como um homem ou uma mulher solitário/a servirá como um encontro consigo mesmo e com o Supremo, ou Superalma, que se realiza em todas as entidades vivas, na flora e na fauna, nas estrelas do céu, nos caminhos de uma nuvem, nos lençóis de água, na vastidão do mar e suas rochas e no simples movimento de um graveto. Toda essa transcrição maravilhosa tece ao ser humano no mínimo a grande questão de não estar sozinho quando sua suposta “solidão” nada mais é do que encontro, resposta e realização suprema, com Deus e com a Natureza! Como se tudo fosse ou estivesse sendo ensartado em um cordão, pois nada, nem um movimento de uma simples grama está fora dos encaixes de Deus, Krsna. Nada revele que a poesia tenha a pretensão de tudo conhecer, pois o conhecimento é algo crescente, e toda a literatura transcendental revela a Verdade em cada hora que se a lê, dinamicamente, em cada situação, em cada urgência, sendo a resposta de quem realmente busca, seja conhecimento religioso ou não. Lê-se na página do tempo, e esse tempo eterno revela aos homens a atitude de progressão correta com o manancial intocável que é a Natureza, ou o atraso que destrói a nossa possibilidade de aprender com todos os seres que residem em nosso planeta.
         Karma, a justiça infalível pressupõe que aqueles que possuem poder dentro de nosso mundo hão de se comportar conforme as leis de Deus, pois lutar contra torna-os mais infelizes e cruéis.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

LOCAL OU GLOBAL


         O escopo de uma sociedade sumariamente organizada, a se crer que esse nível não seja caótico, revela o tom de um tipo de complexidade ao se tentar encontrar grandes frentes de um trabalho qualquer, nem que seja um tom de construção compulsória na infraestrutura de uma nação. A se pautar por regras que se originam de rotinas de programação, haveria um espaço demarcatório nas funções, no que a variação seja local ou global. Esse espaço atuante diferenciado é o escopo em questão, no local, mais restrito, e no global funcionando fora, mesmo, da função. O universo abraçado por esse domínio passa pela não exclusão, tanto do espaço local, quanto daquele global, mais genérico e maior, porquanto distante dos ditames construtores nacionais e, no entanto, complementares. Os valores são ícones e sinais, ou mensurações, dados, informações, no sentido progressivo à mesma construção, dependendo da complexidade das funções, dos objetos, ou das classes. Muito do processo produtivo em sociedade depende do nível de complexidade, e usar de semânticas intraduzíveis pode reverter a compreensão mesma de uma simplificação que se torna exemplar para facilitar a vida de um esforçado trabalhador. No esforço de tentar ao menos supor que sua vida – dentro da habilitação e honestidade – ao menos será respeitada no escopo local e global da dignidade. Se globalmente há esse parâmetro significa que no escopo local funcionalmente haja similaridade com esse grau superlativo de importância, pois não cala a voz do insuperável Direito que norteia a questão das Humanidades. Afora isso, não passa de tornar complexa a voz que na suposição correta dirime dúvidas, que age de dentro para fora, e de fora para dentro: local-global e global-local. Dir-se-á ser-se maior do que esse escopo, mas em uma linguagem da técnica de um sistema não há maior detalhe a respeito dessa composição, mas a discriminação de classes e objetos, funções, parâmetros e variáveis.
         São definições que similarmente ao tecnicismo dos programadores vertem no funcionamento dos sistemas de integração a lógica irrefutável que há no andamento mesmo das criações mais modernas da tecnologia. Assim sendo, não é fácil abordar o tema sem nos atermos às qualidades da concretude de igual pensamento motor, como no caso da AI (Artificial Inteligence) e as conclusões do que é projetar a uma vida sem igual na tentativa de estabelecer conexões algo previsíveis de uma ação ou de um pensamento quaisquer. Na razão que abraça o Universo Material, esse paradigma da tecnologia avança sem pedir sequer a licença, e o andamento da Natureza nos revela outra matéria quase bruta, em que avança a civilização predatória e inconsequente. Em nome do amor de Thor por Isabelle (nomes de fantasia), se destroem pequenos impérios para se erigir um desastre dentro da atmosfera brutal. Um mítico deus em chamas desanda pela floresta, parecendo uma grande “vitória” sobre o planeta, no desuso que se faz do bom senso e da qualidade de uma atitude coerente, na prerrogativa de se encontrar em um andamento de objetos, a virtuosa parafernália materialista de egoísmo sem par. E viramos espectadores do desastre… Passa-se no mundo a verdade em se prosseguir no hedonismo inconsequente, em verdades esquecidas pelo suprimento constante da irrealidade, do preconceito e da objetificação.
         A título de se conhecer uma sociedade dentro dos padrões de uma engrenagem já inevitável e exemplarmente instalada em todos os sistemas da civilização, resta formar-se núcleo sustentável e sincero de estudo a cada par, a cada grupo, em um si mesmo de organização funcional que permita ao ser humano a compreensão mesma das vertentes de um sistema computacional, ao menos.

sábado, 19 de outubro de 2019

A VÍRGULA, ESSE SINTOMA DE DESCANSO, PROPÕE UM TÉRMINO EM NOSSOS COMEÇOS!

NÃO ADIANTA ESTARMOS À MERCÊ DE UM TEMPO TRISTE, SE A PRÓPRIA QUESTÃO DA LUTA NOS TORNA TRISTES QUANDO DELA NOS AUSENTAMOS.

A FOTO MARCA, QUANDO APENAS FOTO: DIZ, REITERA E PROVA.

O MUNDO 3D RECRIA AS POSSIBILIDADES DE UM FUTURO TOTALMENTE FANTASIOSO E IMAGINÁRIO.

QUANDO SE VÊ ALGO QUE ACHAMOS ILUSÃO, VOLTEMOS À CONEXÃO COM A NATUREZA, MESMO QUE FORA A MATERIAL.

VESTE-SE SOTURNO O BREU QUE SE MOSTRA NA ERUPÇÃO DAS ONDAS EM NOTURNOS RESSENTIMENTOS.

TUDO SE ESPERA DE UM UNIVERSO SEMÂNTICO, ATÉ MESMO O ACASO NA PROBABILIDADE.

EM UM CRIME MAL RESOLVIDO A PRECEDÊNCIA É QUE OS CRIMINOSOS SE ATÉM NO QUE DÁ CERTO, ERRANDO PELA VIA INSENSATA DO FALSO DISFARCE.

ABSOLUTAMENTE, NÃO SE SABE OS CAMINHOS PARA SE TORNAR VIRAL A MENSAGEM, E FACTÍVEL DE EXPRESSÃO UM CONTEÚDO, SE TANTO QUE POSSA QUIÇÁ SE SABER, DEPENDE DA ENGRENAGEM CEREBRAL.

A VIDA ESQUECE DE SI MESMA MESMO QUANDO SE FALA QUE DELA NÃO CONHECEMOS O SUFICIENTE.

EM PASÁRGADA NÃO SEREI AMIGO DO REI, MAS ESCOLHEREI UMA CAMA DE PASSAGEM PARA SAIR DE LÁ DEPOIS DE UM SONO REPARADOR!

AS AMOSTRAGENS DA INVISIBILIDADE, PODEM SER GUTURAIS, OU EM UM GESTO POUCO USUAL, E NO ENTANTO É A PARTIR DO UNIVERSO SUTIL DE NOSSAS LINGUAGENS É QUE ERGUEMOS VERDADEIROS TOTENS DE NOSSA CULTURA.

EM UM JARDIM, QUANDO HÁ UMA GARRAFA DE PLÁSTICO, LIMPEMO-LA E FAÇAMOS DE SEU CONTEÚDO UMA FONTE RESERVADA E DE PÉ.

O FATO É QUE QUANDO OS HORMÔNIOS SE FOCAM A RIGOR EM FRENTE AOS DESEJOS, AS PALMAS QUE EMOLDURAM ESSE QUASE ROMANTISMO PERMANECEM MAIS FIXAS DO QUE A EVENTUALIDADE DE UMA INTIMIDADE EFÊMERA.

AS ARANHAS PEQUENAS COMEM FORMIGAS MINÚSCULAS, E TESTEMUNHAR A TRIANGULAÇÃO DA FORMIGA PARA EVITAR O BOTE PODER SER UM MILIONÉSIMO DE UM DETALHE DOS MISTÉRIOS DA NATUREZA.

A OBRA É GRANDE, COMPANHEIROS, MAS DE BRAÇOS OS TEMOS JÁ CANSADOS DO ATO DO TRABALHO QUASE EXAUSTIVO SEM O PAGO MERECIDO.

SEGUIMOS CAMINHANDO, E NÃO APENAS SUCINTAMENTE A POESIA NÃO SEJA EXTREMAMENTE NOTURNA, A NOITE SERVE PARA FAZER DESCANSAR OS DA OBRA.

EM UMA CALÇADO HISTÓRICO QUE VEMOS PODE HAVER EM SUA HISTÓRIA UMA RAZÃO DE UM BOM COMBATE...

O JOGO PARTICIPA DE UM SISTEMA QUE PODE SER ABERTO OU FECHADO, E ENCONTRAR A SUTILEZA DESSE FATO É MISTURAR A MATÉRIA COM O ESPÍRITO.

A PARTICIPAÇÃO E OS ENCONTROS


De se participar de tudo não é conta de principiantes
Quanto não de se desmerecer a atitude, mas de tudo não há
Algo que seja díspar do tanto a que se propõe a sinalização do gesto.

Mas que houve gente, e sim que houve sempre, no gesto casual,
Na mão que constrói um gigantesco trilho, nos canais
Que impetram vias ao acesso das rótulas em escoamento
De produções gigantescas: no gelo, no deserto, na seara!

Assim que vê um olhar ao próximo, que seja, um andante mobile,
De um estacar-se na poesia outra sílaba canta um ardor
Nada do caráter macilento da vida sem sabermos quanto ou quando
Encerra o segredo de um éter que a ninguém diria certezas.

Salva-se um ser do caminho em que não estivesse muito afeito
A regras que não suportam a mania que na ausência se perde
O próprio efeito insano da ofensa contra um tipo de portar-se
Um tando excentricamente, no viés da normalidade em que se espera
A vida um tanto quanto na pressuposição de qualquer ato que seja.

Não há muito do trabalho sem fronteiras, quando o que se dá no peito
De um que passe a fome, se dá a generosidade da medicina que não vê
A diferença absurda de classes, ao que se tira de um ermo para não se ver
Que o que tanto nos aflige é o mesmo de não se ter onde se deveria…

À vista da companhia de uma grande aeronave espacial, roga-se que venda-se
Apenas uma grande turbina de tungstênio a fim de se propor a distribuição
De um metal que valha mais do que a vida indigna de um catador uberizado.

A saber do andamento de uma construção sincera o ser participa, os seres
Como um todo, sem a exceção sequer da regra imponente dos ventos
Que batem nas palmeiras para onde se flui o tempo em que estas
Jamais se balançariam para tapar as estrelas que apontam no breu!

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

A VIRTUDE DOS QUE URGEM


           Urge-se por quase tudo. Alguns por uma vida melhor, aliás, a grande parte das populações, outros por uma vida melhor que o melhor, os que urgem por possuírem cada vez mais, e outros igualmente pelas frentes do Poder, assim com a maiúscula, mesmo que não capitulem, no que se versa o ser maior do que o nada, no que o nada pode ser gigante… De um gigante que não é sumamente organizado, pois coloca em seus vértices de atuação apenas o simbolismo de uma entidade forte, genuína em seu caráter hierárquico. Uma tremenda hierarquia nos coloca frente a frente com um tipo de absurdo de complexidade relativa, como um xadrez com diversos reis que se movem como rainhas, onde estas se postam sem movimentos importantes no contexto de um tabuleiro de poucas casas. Os bispos cedem um pouco, os cavalos passam no treino de seu óleo gastante, os peões votam mas não votam de total acordo, e as torres se tornam palafréns de um tipo de reino. Assim disposto um tanto das gentes contemporâneas, mas nas entrelinhas as damas se portam como damas, e o jogo vira damas, e quem puder jogar que se tenha do caráter para tanto! Nada de criticismo volátil, mas apenas a circunscrição de um apanhado de países querendo brincar de posses e remendos, possuindo o que possa e remendando o que já desta fora.
          Posta a vida que o enjeitado se presta a ser renitente em sua esmola, em sua sede, em querer ser cidadão a qualquer custo, mesmo sem documentos. Andar pelas ruas amarelas do sem sombras invisíveis, reza a que se tenha dó e piedade ao notívago iluminado pelo fausto de outras torres, andando pelas vias sem saber de que uma virtude apareça no momento certo, quando os nomes dos clichês houverem se pronunciado com um freio que só arrefece às cinco da manhã, na esperança de que o dia seja um pouco melhor, ou no tonel de cachaça entornado às quatro e revogado às dez. Pudera, com tantos os anjos se falta na rua alguém mais acordado na realidade que não seja a do hedonismo, um belo trabalho para uma vida prazerosa. Não, jamais se há de antepor prazer, labuta e sono à frente de algo, pois estas palavras aparentemente relacionadas são estanques em seus próprios contêineres. Algo a se dizer do Reino é que o Rei está perplexo com um gesto que não toca um procedimento cabal e, no entanto, são muitos os que dividem o próprio reino com a órbita dos quase jovens empoderados e perplexos com o tempo em que não se dividia a função das demandas de um Senhor de seu feudo. Não haveria mais o que pensar se todos os que se dispusessem a tocar um despotismo, mesmo que esclarecido, não seria em si o fruto de uma virtude dos que urgem!
        De se desfalcar de vida a intenção de estar com a demanda urgente por vidas melhores, haverá talvez um destaque no onirismo de uma fantasia, ou mesmo uma solução emergente de um país que passe a ser o exemplo quanto seja de enfrentar efetivamente os problemas sociais. Assim de se pensar um mundo melhor, está a medida de uma virtuosa corrente que emana de pensamentos em órbita daquilo que se denomina coerência, ou bom senso. Assim, de uma vida sem rebatimentos maldosos, de um painel em que se não vete a mesma coerência, em que se vota conscientemente naquilo que exista para melhor, será em um futuro grandioso que se espera da humanidade a retomada e rediscussão dos seus Direitos Fundamentais, e prontas e criativas soluções nas questões urgentes do saneamento, educação e saúde. Tripé sumamente importante, não habilitado para questões de significados escusos ou misteriosos, porquanto som aberto e vitorioso quando conquistado. As veias do progresso estão próprias na razão do que está em dia com algo que subentende a vida de um pobre, de sua busca e de sua virtude: pois urge dentro da esperança!

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

O TODO: SEDAÇÃO OU INDIFERENÇA


          Garantir-se na vida, esse é o propósito dos expertises, daqueles que aparentemente sabem do que falam quando se propõe o que urgentemente se queira viver melhor. Para que se viva, sempre… Mas a conveniência do egoísmo separa as gentes, e a totalidade ou integração de melhores tempos para todos fica ausente do que se quer de modo ativo, focado, generoso e democrático. O que seria a pressuposição que nos distancia – não propriamente do ideal – da própria concepção de um mundo mais justo? Serão as falas da magistratura, os votos do legislativo, ou mesmo a interveniência de um escopo que execute o Poder? Certamente temos dúvidas sobre muitos detalhes, do todo alquimicamente redescoberto, ou que a ilusão de estarmos participando de algo nos entorpece. A sedação, ou a indiferença… Pudera termos a força dos jovens, quisera os jovens tivessem maior experiência de vida. Mas não, o encontro das gerações espelha algo vazio que os velhos permitiram acontecer dentro da esfera da existência como um todo. Essa totalidade, o hólos, a grafia inumerável das questões do mundo talvez passe por um mero gesto, um modo de caminhar, um erguer-se o copo, uma visão de um inseto, as folhas ao vento, um prêmio Nobel a Bob Dylan!
          Se quisermos encontrar uma cultura que nos diferencie, talvez de um Tom Jobim a Tonico e Tinoco, de Jair Rodrigues e Elis, a Ivete Sangalo e Anita, o poeta diria: não gosto de muitos trabalhos na arte, e outros eu gosto deveras… Mas aquele ponto em aceitar, a grosso modo, o midcult, a profusão daquilo que aceitamos por passividades, encontramos muitas vezes a pérola que organiza a escolha mais coletiva, que cristaliza, que aproxima e que subentende um diálogo – mesmo que tosco – a respeito da cultura, das artes, dos espetáculos. Supomos cultos deveras quando o ser em si não se repleta, mas busca na inteligência digital as informações das pesquisas, as referências, não de textos longos, mas da síntese de algo que não foi construído a longo ou médio prazo, apenas a experiência de sublocar informação versus comunicação, com retornos de visibilidade, mas não o pressuposto da discussão sobre, ou de um alcance de conteúdo sobremaneira sólido. Essa é uma questão primeira da experimentação que o poder de pequenos tesouros encontrados em um insight revelam setores do conhecimento que não têm maiores segredos do que clicar em botões e tornar indiferente o livro como campo de atuação, como seara, como frente e vertente de consciência.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

UM MEIO DE SE FAZER ALGO


            Muitas das gentes procuram uma ação sobre algo, na Natureza Material, onde a transformação de uma ideia pode materializá-la – que seja – em um ganho, em um valor. Essa transubstanciação pode ser dentro de um panorama concreto, quando a transformação se dá no nível palpável, sólido e real, ou em alguns casos na imagem que se sobrepõe ao teor produzido, como se tornar cosmética a produção onde muito do que se agrega no valor é a embalagem, quando esta, no paradoxo desigual, seja mais cara do que o conteúdo. No panorama dos materiais utilizados para serem atrativos estará a velha questão do descarte de materiais impróprios na Natureza, fruto de uma sociedade de consumo não regulado e não sustentável. Far-se-á sempre uma competição desenfreada onde o marketing atinge meios cada vez mais amplos, abraçando cada vez mais a necessidade de gigantescos investimentos nesse campo. Dá-se algo nos nervos do espectador quando vê trágicos incidentes em sua pontualidade, nos eventos climáticos em macro regiões, ou mesmo nas temperaturas que já mostram as diferenças no status global. No entanto, ainda parte-se a funcionar a antiga modalidade cada vez maior no uso de energias sujas como patrimônio insano de uma humanidade que não se enquadra na mudança necessária de consciência, se atendo a questões de poder, esquecendo-se que sempre é a atitude do indivíduo na coletividade que o exemplo pode germinar a boa iniciativa para um futuro melhor na Terra. Creiamos que é no interlúdio de nossas gerações que teremos o diálogo algo importante de estabelecer a história que nossos antepassados nos legaram, e que a esperança nas novas gerações há que ter embasamento em novas posturas de mudanças na estrutura mesma do pensamento sobre as questões cruciais no embate com novos desafios tecnológicos e possíveis alternativas para essa crise de valores. Literalmente: contestar a fabricação compulsória de modais impróprios de produção que gera um lixo atávico pressupõe a releitura dos erros dos dois últimos séculos, ao menos, no que se torna a indústria a partir de então. Essa modalidade crítica e cooperativa é um meio de se arguir a cidadania operativa de uma gente que pode ser coadjuvante da melhora da qualidade de vida ao menos em uma rua, um bairro ou uma cidade. A questão da cidadania plena e por vezes silenciosa, sempre cidadã atuante, a não relativização dos problemas sociais de uma cidade, a busca por um encontro – que seja – com a mesma verdade que nos move a mudar para melhor os fatos.
            O meio em si produz seus quadrantes, suas áreas de atuação, sua forma de agir, um meio contemporizador, tolerante com os iguais e com os diferentes, sem o endeusamento ou mitificação do humano, mas sempre a compreensão do que é melhor, mesmo personificando culturalmente alguém de boa atividade pregressa, uma história que reconta o panorama existencial e inquieto quando nos defrontamos com o mesmo meio, que a nós pode parecer um tipo de paradoxo, como os acordos em uma abertura de xadrez. Perde-se um pouco de um lado na latitude em que o barco tenha que prosseguir em rotas maiores em tempos de mar alto e mexido, no que o leme não se quebre, em justo oposto, que navegue em direção à correnteza para não soçobrar sua indômita população. Justo que acresça na embarcação um povo imigrante do pequeno barco, barco sacrificante e duro, sem chances, a não ser na superveniência do navio. E que essa embarcação lote de costumes o bem servir, e que possua em seus quadros a medicina e sua permanência incólume, sólida e fremente. O meio em si é tripulado, o meio em si á a máquina feita de metais, madeira e combustível, qual não fora o próprio vento. Uma pressuposição de metáfora não diria confortavelmente esse escopo do significado e, no entanto, o grande meio é oceânico, é mar, é terra... Sejamos Noés então, esse é um tipo de meio, posto em certos mares as embalagens iníquas já navegam silenciosas, quando o óleo vira apenas um lastro bruto, onde as engrenagens da Natureza revelam seus lençóis negros em sua imensidão, aos olhares humanos!

terça-feira, 15 de outubro de 2019

A RELIGIÃO COMO RELIGAÇÃO COM O SUPREMO


            Não importa tanto se estamos conectados com o mundo inteiro, quando se perde por vezes a nossa conexão com algo maior. Não seja de se fazer análise porquanto alguém se arrogue estar em um modo absoluto, certo, sem o que se dizer do que se possa exercer uma crítica... Mas quando vemos a enfermidade anímica de muitos, incluso os que estão com situações privilegiadas em termos materiais, o ganho em si não é necessariamente sintoma de realização. Quem dera pudéssemos acreditar que não há nada além do plano material, mas isso logicamente é um pensar unilateral, quando quer justificar o estar bem com uma situação de serviços disponíveis, ou da contraparte de se lutar contra as religiões. O ano foi 1965, aquele ano em que aportava no Ocidente Prabhupada, com todos os seus livros, sabendo corretamente o idioma inglês que lhe abriria as fronteiras de suas inúmeras e posteriores traduções, e algumas rúpias no bolso. Um ano sobremaneira importante para um caminho que se abria em direção a uma consciência que vinha para aflorar, em um mundo materialista e consumista em excesso, a bênção de travarmos contato com um grande mahatma em pleno século vinte.
            A questão da religião passa por uma etapa de encontro com a realidade, com o suposto ato de crítica, a fundamentação filosófica, isenta de uma postura vinculada necessariamente com o poder. O poder já é a consciência de cada qual, e Krsna, Deus, sabe que aquele que leva a vida simples com o pensamento elevado se eleva qual uma graduação, em que o hedonismo não tece muitas flores nesse campo, pois das flores eternas e transcendentais já se lhe dá a austeridade e a regulação dos sentidos estes como parelhas de cavalos inquietos no mundo contemporâneo, onde já estamos enfrentando o início da era do ferro (Kaliyuga). Há que se controlar os sentidos inquietos, há de se ter uma vida mais contemplativa, sabendo que em uma pequena folha de capim está a igualdade dos seres, sejam eles insetos, bestas ou homens. Obviamente a forma de vida humana é que delibera no mundo, tece, constrói, desfaz irresponsavelmente, ou toma boas e humanas atitudes com relação ao planeta, mas a ciência transcendental revela que não somos apenas um planeta no universo, e que sequer somos o corpo, pois a nossa verdadeira identidade é espiritual. Por esse fato lógico é que a ciência transcendental não possui fronteiras, nem no planeta nem no Cosmos. A se tratar das fronteiras, como dizer que somos brasileiros, americanos, indianos ou franceses, se mais e mais – como uma estranha contradição – as comunicações, em se tratando das veias materiais, se tornam mais unas, mais cooperativas, mais prementes na aproximação, onde uma tragédia em menos de um segundo já possui seu registro e divulgação em torno do mundo? Se geneticamente não há diferença substancial em nossa espécie, e que um homem e um cão possuem genes muito parecidos, assim com todos os mamíferos?
            Urge uma aproximação com a Ciência Espiritual, como temática que vá além do disposto aparentemente sem solução dos dilemas que o extremo materialismo vem implantando por todos os lados, onde a tecnologia possa nos auxiliar nessa tomada de consciência, da tolerância, do humanismo e do respeito ao planeta, na profética era de luz que pregou Chaitanya Mahaprabhu há poucos séculos atrás, em virtude de seu aparecimento como o avatara dourado: a encarnação de Deus como devoto, disseminando a importância de se cantar os nomes de Krsna, em seu mantra sagrado.
            Uma situação onde se digladiam diversas religiões Swami Prabhupada, o santo do século XX, vem dispor ao conhecimento dos povos que não são diferentes os nomeados deuses de diversas culturas, pois apenas nessa relação de entendimento realmente estaremos religados com o Supremo Senhor, desde que não tomemos a motivação das crenças em geral como pressuposto do ódio e do rancor, na ação inóspita de querermos impor a certas culturas, já enfraquecidas e vulneráveis, a salvação eterna a partir de um grupo alterno à realidade cultural dos povos que mantém – já a duras penas – a sua identidade religiosa e existencial.

sábado, 12 de outubro de 2019

UM VERÃO JAMAIS VISTO


Tece a sombra de um carvalho moreno que trasfega e passa
Com pernas de ébano expatriado, na mesma latitude opressa
A que não se quer, que ponto de desejo fora, não haveria como
Transudar poros de reticências na palavra jamais dita antes…

Não que se seja muito, não se é de quase tanto, mas apenas
Uma estação de trem que não existe, um ônibus que atrasou,
Um repente mal pronunciado em sua sequência de grande folclore!

Será o verão mais sério do que a enfermidade patibular de uma voz
Que por vezes urge reclamar de um tempo mais árido, sem ser bem
Aquilo do desejo de quase continuidade, naquele cascalho à beira-mar.

São tantos os mundos aparentes, tantas as pernas que giram, que voltam
A algo que um tempo selado revele a tessitura de um amálgama de ouro
Sobre um chapéu de sol, sobre um vento morno que ajeita os dias
Na passagem destes em torno de um si mesmo que remonte ao menos.

Gira, gira o sol e sua temperatura, de escalar que fosse em primavera
A revelar um sorriso pelo brilho dos dentes de cristal moreno
Em que uma negra ressalte a mesma beleza da primavera no vestido da flor!

Assim de ser-se um pouco mais, assim de sentir-se o suficiente do bastar
Se nos dite o tempo da estação que chega sem avisar a todos os que esperam
Na velocidade em que a dita flor primaveril aponte aos seus os seus quadrantes…

Navega o barco com o timão de perfeito rumo, a saber-se que alguém soube
Que há passagens por onde os pássaros resguardam seus fôlegos para onde
Bate na rocha e intempérie de uma chuva que – renitente – não se dá os ares.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

O TRIVIAL E A SUA IMPORTÂNCIA


           A realidade é conta misteriosa… Seríamos fracos ao admitir que a mensuramos, em que o façamos com a própria imaginação, mas esta muitas vezes não possui alicerces fora de nossa limitada percepção, esta estranha ferramenta vocabular do instrumento criativo! A trivialidade pode ser seara mais sólida na acepção ou no nosso confronto com a vida ilusória, naquilo que podemos – ou devemos – separar como codificação cabal de nossos ofícios, e os caminhos para se obter ganhos na participação das estranhas ferramentas que ilusoriamente cremos que nos pertencem. Abarcar um mecanismo de articulação de instrumentos organizacionais pode ser tarefa fácil, mas apenas quando temos um titular, ou uma origem que dá os insumos preparatórios para essa automatização. Acharmos que podemos fazer cirurgias através de robôs pode parecer muito vantajoso, mas na contrapartida seria a extensão prospectiva a única vantagem, e não o corte do bisturi através de uma máquina, que falha se a máquina humana falhar igualmente. Temos dois fatores: o comando de um sobre o outro, o que pode sobrecarregar a subordinação do instrumento frente ao cérebro humano. Algo trivial seria a medicina nos territórios inexplorados, e não propriamente apenas o desenvolvimento tecnológico como proficiência espetacular de um processo ilusório de um gigantismo previsível ao sobre-humano.
           A simplificação dos procedimentos da tecnologia prevê que tenhamos ao menos a noção mais básica do que ocorre no factível mundo da trivialidade, onde a matemática básica seja a noção de assim dizer da base mesma onde se aprenderá outros conceitos no futuro. Posto o futuro ser o presente, e não investir em educação básica de qualidade não deve fornecer futuros, ao menos para quem reside no Brasil. Investir em educação e pensamento crítico e investigativo é o summum bonum da perspicácia patriota de qualquer comandante da nação e de seus legisladores e ministros. Não á atitude de apenas um, mas de um colegiado, de uma boa equipe, de um time vitorioso. Pois que, com essa atitude de dar de si para não tomar tanto no presente, de semear as sementes nos jovens, de arcar com a imensa responsabilidade de respeito ao cidadão Professor/a, se constrói uma nação pronta com as reservas de um bem público, acessível e correto na atitude e na competência altruísta de uma ótima liderança. É isso que pedimos a todos os que pensam em um país coerente, pois se manter na posição de reprimir conteúdos escolares que dizem respeito a firulas fará com que se engesse a tentativa máxima de se fazer a coerência no que seja o próprio populismo. De populus, do latim, que seja mesmo do povo, do povo que elege, e não de uma cortina que se abre para se ver um espetáculo inocente que tresanda a casuísmo, não importante posto não simples pois, se adequarmos a simplicidade à conveniência, quiçá se tome tento ou mais cuidado ao se tratar de assuntos com maiores complexidades…
          Não adianta se gastar tutanos à bola pensando em como a ilusão é fantástica, como se tratar de insights postos ou gerados por aquela, pois a trivialidade, a simplicidade nos conecta mais abertamente às coisas do mundo. Pensamos ter amigos no mundo inteiro, mas temos que possuir o dinheiro para as passagens, ou o mínimo necessário, naquela história de se querer trair sem trair, de se querer encontro às escuras, ou crer que tudo está acessível, mas não se sabe bem o que é esse tudo, nem como se ter adquirido mais cutuba quando aquilo que têm-se no livro só está esperando a verdadeira postura intelectiva, a busca essa que se quer mas não se sabe, o tempo destinado a que não sejamos tão ignorantes quanto o que nos sirva apenas os acessos permitidos no mito desse estranho modus. As gentes ignorantes ignoram muitos que naturalmente – em virtude de suas situações de vida – são ignoradas pela sociedade. Há potenciais professores, nem que o sejam da vida em si, da existência, só falta a abertura de um diálogo maior entre classes, um meio que se dê o pressuposto para esse compartir sereno de conhecimentos, pois apenas uma sociedade baseada na informação, ausenta do afeto mesmo uma juventude que seria mais apta a adotar o humanismo como bandeira, latitude e intensidade. Por isso a trivial que seja de melhor compreensão, nem que seja de se pertencer aos novos meios de comunicação, posto a partir dessa trivialidade necessária vem a possibilidade da compreensão e aprofundamento das questões referentes à identidade e à existência humana na compreensão da sua posição enquanto ser histórico no mundo passado e contemporâneo.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

CAMINHOS DESCONTÍNUOS


Verte-se a razão no ventre da terra, algo que subestima as flores
Quando estas apontam seus frutos e pistilos no caminho de pés
Algo escalavrados do sem tempo, descontinuados na incerteza…

Rogue-se que não prossigamos tanto com os teatros do sentimento avaro
Que permanece no colo dos que não colocam todos os termos
Na pontuação necessária da certeza que nos dá a sinceridade e um bom ato!

No que a razão verta, não prossigamos com a hipócrita veia de cristal duro
Porquanto o que cristaliza por vezes não desfaz máculas borradas pelo vento
Que surge na espraiada praia da mentira, naquilo que negamos simples existir!

A que surjamos nós, os passageiros do mesmo tempo, nos caminhos incertos,
Nos látegos de profundas chuvas áridas em sua frente quase turva de lençol
De uma cor por vezes de sofrimento, em que nada do que nos cabe seja cabal.

A vértebra de uma coluna repete-se em todos os pilotis de uma fundação
Onde a arquitetura se planta a discernir conhecimentos, e isso pode ser
Uma urgente solução de diapasão coerente no tom de um si maior…

Não que não se refresque o tempo citado e vário, mas o caminho contínuo
Pretende ter-se o espaço de que a vida pretenda ser mais do que apenas
A face desnuda da artimanha, o ocultar-se da Verdade, e a ela tentar explicar.

Mira-se o olhar na frente de um espelho, e o que se vê é algo inconsútil
Porquanto miríade de olhos, sentidos escusos, frontes, expressões
Que não nos levam a nada nesse teatro infantil de fontes e palavras…

No que se queira concretamente, não que seja um realismo de antanho,
Mas de um sentir consentido, de uma palavra sem solilóquios nulos,
Porquanto a semântica de uma frase interna, pode ser algo de ponta.

E os caminhos do mundo tecem descontinuidades, urgem por rumos,
Caminham com passos cansados, por homens e mulheres afoitos
Em encontrar a esperança, nem que o seja no burburinho de uma cidade.

Por vezes tecemos a rede que envolve a nós mesmos, por vezes nos testamos
No ardiloso mundo de se jogar com almas, nas menções de honras falsas,
Nas farsas de pensarmos que estamos indo adiante dentro de nossos atrasos…

Por vezes traçamos uma linha certeira, incólume, inflexível, tentando encontrar
Aqueles parceiros inquietos pela mesma luta em prosseguir como um linear
Onde o encontro das paralelas paradoxalmente acaba por acontecer.

Em uma via apenas de sinal de única mão não é fácil destilar canhestramente
O uso ambidestro de nossas habilidades, como quando em um perfil de monta
Não se sabe exatamente o que isso significa nem em termos comparativos.

E se temos por nós uma lógica positiva, se possuímos um prumo adjacente,
Quiçá possamos encontrar a vertente onde se encontra a fonte que almejamos
Dentro do pressuposto que seja água pura, e que nesse rio não haja garimpos!

Nisso de pressupormos a coragem dos alternos em que a questão de se galgar
Algum posto referenciado em qualquer alçada, vem a supor a conflagração
De um modo que possa refletir uma paz sonante no verbo descrito com ímpeto.

Mas de um outro modo, se a fraqueza nos encerra no panorama desigual,
É exatamente a fortaleza dos fortes de espírito que nos lega a sensatez da vida
Em que não descontinuaremos a jornada peremptória de nossos caminhos…

Verte-se a si essa questão, questão lata, de bom senso, nos períodos que se deseja,
Na relação da igualdade dos povos, na preservação da sua cultura, nos costumes,
E que o índio finalmente ensine ao homem branco como se pisa sereno na floresta!

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

O POENTE DO TEMPO


         Sim, todos os dias vemos o sol baixar, aos poucos vamos nos recolhendo, conforme a hora temos algo a comemorar e bebericar, mas o tempo para alguns é inóspito e cruento… As populações que vivem na rua, os imigrantes, os enfermos nos corredores dos hospitais, a incerteza de manter-se alguma educação próspera, o sentido do esforço, ou a certeza de se trabalhar a favor de uma pétrea honestidade, são requisitos para que o tempo faça parte não como gastura, mas como meio, perspectiva e meta. Talvez meta seja um jargão, mas um objetivo, mas que muitos sequer tem essa esperança de ver que algum propósito pessoal foi atingido!
           No poente de mais um dia o tempo encerra a latitude dos enjeitados, recria as perspectivas dos bem colocados, mas recrudesce muitas vezes na falta de comparecer com um diálogo suposto, entre um amistoso e um colérico, entre o dia e a noite, entre a intimidade de cada ser em sua suposta festa solitária. Em uma verdade que se relaciona com a produção, que venham bem as iniciativas de fazê-la acontecer em nosso país: nos provisionamentos, na proteção, na democrática e indefectível lei, ou mesmo naquelas que não foram escritas mas fazem parte dos costumes dos povos. Tanta é a Verdade sobre muito e tanta é a ilusão sobre muitos! Mitificar algo ou alguém remonta um tema teatral, um modus onde as gentes querem depositar algum alicerce existencial em um fator da história, ou mesmo na negação histórica, como se essa deusa pudesse jamais ter existido. A partir do momento em que olharmos diretamente para o que se passa em nosso pequeno universo, far-se-á a paródia de se notar o premente, o urgente, posto o trabalho nas vertentes de cada espaço. A verdade não possui relativização, quando supostamente um peão constrói seu ninho no colo da rainha. Essa rainha que não significa uma mulher, não a simboliza, mas que protege o rei de todos os obstáculos estratégicos, através de movimentos que denotam maior alcance e poder acima de todas as outras peças. Ou abstratamente, no jogo de GO, onde as peças trabalham com relação aos espaços conquistados, no viés de um grande ou reduzido tabuleiro, onde o tempo flui dentro dos mais e dos menos experientes, na fruição saudável de uma lógica maravilhosa, como tanta é em certos jogos de tabuleiro. Nesses jogos de inteligência específicos, a sorte não conta, a não ser como um deslize de um adversário ou quando – ao se jogar contra a máquina – o algoritmo não possui complexidade suficiente para ganhar de um bom contendor. O homo ludens joga, mas os dados não são lançados quando a tarefa não se arca por meio do acaso. No entanto, a aleatoriedade faz parte da Natureza, na visão de alguns, no que supõem outros que a Natureza possui uma lógica fechada em si mesma, onde todos os seres têm seu próprio significado anímico, espiritual e, portanto, impossível de se prever ou de se compreender, conforme a muito sábia frase de Shakespeare sobre os mistérios em que a nossa vã filosofia jamais alcançará, entre o céu e a terra… Um poeta dessa magnitude realmente deveria ser escutado, ou será que nos admiraremos com um texto de Aldoux Huxley na revisitação de nossa ainda viva literatura mundial? Será que, enquanto escrevemos, nossa webcam registra o olhar em cada sentença, quando o que se quer é que os robôs parem de nos chatear, incluso quando os bilionários tiverem seus iates nas areias de Marte? Para-se tudo que o samba quer passar, dentro daquela formosa música de Gilberto Gil sobre a internet. Parecia maravilhoso, mas não tão excludente, a ponto da ignorância ser algo em que o recurso do Google ensina tudo, mas não dá embasamento a pesquisas concretas, como um laboratório da Universidade no campo das engenharias, química, biologia, etc. Quem vos cita é ignorante academicamente, mas apenas reza por uma percepção em que a vida deve ser respeitada, acima de tudo. A profundidade em que um leigo possa crer que haja quiçá funcione como uma ponte... Uma preparação onde um leve pensamento que se origina possa revelar a alguém ou a alguns um modo silencioso em que as palavras nos tragam conforto, naquilo que se diz do Espírito da Natureza. Na natureza material igualmente, por outro lado. Como que em uma divisão em que há aquilo que anima e aquilo que é por natureza inanimado, como o Espírito Supremo que reside em cada coração da entidade viva – chamado Paramatma – e qual a implicação existencial quando tomamos alento em relação a essa consciência, a consciência de Krsna.
          O tempo se nos pára quando atingimos um grau superlativo de compreensão que é através de uma vida simples e de um pensamento elevado que galgamos o mundo tal como sempre foi, e que as mudanças tecnológicas podem facilitar certas coisas, mas efetivamente não são as únicas coisas relevantes para que possamos viver em paz no planeta. Nas ordens das coisas, se falar em preservação, respeito aos animais e aos seres humanos, os direitos, os deveres, a cidadania, a democracia, os erros pregressos, em síntese, a facilidade que há em nosso alcance para que harmonicamente suceda a relação dos povos com o seu entorno e o necessário encontro com nós mesmos, em sabedoria e atitudes.

domingo, 6 de outubro de 2019

IMPOSSIBILIDADES


Dá-se a si a percentualidade do conveniente
Quando o pensamento não alcança muito da Lei
Que seja supramencionada em algo maior
Do que o mero estar-se, no querer do mais…

Leves são as transições do destino, no fardo
Que pesa em partes, os fragmentos da certeza!

De não cair a maçã de Newton se revoga a ordem
Qual não fosse cartesiana na questão inacabada
Daquilo que procede na análise semântica de um fato.

A volver a rótula, a migrar a patela, o joelho torto
De um ninguém que fosse, posto a caminhar
Por jornada incomensurável de uma volta
Que seja, de um passo a mais do pássaro no ar!

Na latitude de um sermão do Padre reside por hora
A verdade da intenção boa da bondade, reflexo
Do se bem portar em graus de meridianos adjacentes.

Ao equilíbrio de um rito, a uma passagem de um enfermo
No que diste do seu voluntariado sem um rumo
Se prediz o bem-querer do mais a ser feito no andar
De um trecho de uma carruagem antiga sem seu tempo
No que viria de virar-se na bifurcação do enjeitado
O significado primeiro em se ser possível ser humano.

Heureca que tenha-se a verdade na ponta dos lábios
Quando o que se deseja de antemão seja apenas um ricto
A fremir a idade na nossa ruga histórica, a ver a vida como
Um contemporâneo lutar-se na superveniência de um lago calmo…

Nada do que se espere que venha a ser tão caudaloso
Como o impossível fator que não se sobrescreva na lide
De um trabalho quase possível e, no entanto, conveniente
Quando se mostra na competência de milhões de braços.

Não que a vida não fosse assim traduzível por alguma palavra
Mas que em uma simples e lombar vértebra está algum dorsal
Que cimenta seu comportamento com a origem mesma do mover-se.

Qual não fosse um dia de chuva esperada na noite de outros
Quanto se predisse que na forma da aurora seguinte viriam pontos
De luzes de muitas formas onde não se nubla a Verdade!

Aí sim, ponto impossível de se descrever corretamente sem erros,
Quando o que se quer é o indizível ideal de corrermos livres
Sobre uma alfombra de ouro: democrática, popular e soberana.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

O FUNCIONAMENTO DA REPRESENTAÇÃO


          A motivação transparente da sensatez por si só representa a atitude, no que reverte à não atitude o modal circunscrito à opacidade de um tipo de simbologia com a ação terminante dentro de sua suposição, mesmo que esta venha acompanhada da lógica: ciência instrumentadora e, por vezes, – dentro da contradição – depreciadora em seu si mesmo. A síntese de um amplexo sobre um discernimento por si só traduz muitas vezes a embalagem da representação, mesmo que retorne nula a ação de per si, posto muitas vezes possuir conteúdos inexpressivos em qualidade, mas de repetições de chavão entediantes porquanto assaz previsíveis. Nota-se que representar a mitificação em si e por si encerra uma caixa que embala sem necessidade algo, posto já se saber o que há dentro em termos de qualidade, quantidade e valor, no que a granel seria quiçá mais interessante, já que agregaria um contato humano sobre o industrioso fruto do labor.
          Nas vertentes da espiritualidade sinteticamente temos a crença e a não crença, a existência da fé e a sua ausência, mas que não se revogue a possibilidade de seu domínio, qual não seja enquanto conhecimento sacro na santidade de muitos, dos guaranis ao Papa. A representação dos ícones da cultura não hão de cair no uso quase inevitável de semânticas recriadas a partir de um nada, de um zero factível, ipsum factum, posto não ser possível apagar inscrições históricas de milênios com bases em tentar recriar realidades com estamentos incorretos. Em se tratando do ser cultural e suas representações no inconsciente coletivo quanto de arquétipos comuns a todos o espelhamento sabiamente sai em fuga para a desassociação da psique quando se busca justificar através de falsos ordenamentos jurídicos a explicação dos modos do descalabro e o tentar-se fundamentar um Estado na esteira estanhada da ignorância. Essa dissociação não deixa muitas vezes de ser um fator de construção cultural, ou do encontro daquele ser que essencialmente revisita seu imo, revendo seus próprios arquétipos e a ligação com o inconsciente coletivo: através de uma expressão de arte, nos diálogos desconexos, na tentativa de não se utilizar de ferramentas existenciais egocêntricas, mas apenas a válida tentativa do encontro tão esperado com sua cultura arraigada, posto sendo isso a necessidade da cultura ser preservada a qualquer custo.
         Fica como imagem soberana a possibilidade de um conhecimento extremamente perscrutador, universal, um conhecimento universitário amplo e geral. Não deve haver limites ao conhecimento quando a representação deste passa a não ser icônica, mas real, concreta e inadiável sempre, a partir do primeiro minuto em que um aluno ingressa – muitas vezes sem poder pagar – em uma instituição pública de ensino, condição esta extremamente importante e crucial. Esta conexão com os objetos do conhecimento vai de encontro ao minimamente e expresso fato de que a importância da existência de grandes bibliotecas, bons laboratórios, ensino gratuito de ponta e outras relevantes questões apontam para a única saída de que uma boa representatividade ao mundo acadêmico como um todo seja concreta, seja real. Quem é um cientista e dispõe de insumos para continuar suas pesquisas e experimentos, a lecionar para uma classe diversa e eclética, a ver que muitos bons alunos não poderiam de modo algum arcar com as despesas dos estudos, sente a premência não apenas de se manter a universidade pública e gratuita, como ampliar e melhorar a rede de ensino público e gratuito, no sentido de melhorar cada vez mais a sua qualidade e educar com base temporal: passado, presente e futuro. A questão de se ver a luta do povo brasileiro querendo estudar cada vez mais e melhor reside junto com àquela que diz respeito ao trabalho de nossos engenheiros, cientistas sociais, médicos e etc. Quando se vincula a produção do saber com relações mercadológicas, acaba-se com o purismo e a inocência dos atores do mundo acadêmico, que representam sinceramente a realidade de uma nação que queira ser melhor aos olhos do mundo. Esse é o minumum minimorum da capacitação humana, se é que desejar um ensino realmente de qualidade seja apenas mais uma das intenções que alguns acreditam não muito importantes na realidade de um país na condição crescente de miserabilidade atual. Na síntese desse processo de se arguir da necessidade de qualquer país em sua decência, a permissão e o investimento do Governo aos recursos necessários a termos universidades de ponta é apenas um fator de gestão administrativa consciente da missão em termos um país com investimentos públicos na educação de qualidade. Essa deve ser a condição irretocável para crescermos com soberania, e não termos que nos envergonhar quando uma pasta presta um desserviço à sociedade brasileira nesse campo… 

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

ESTRUTURA DO COMPORTAMENTO


         Não há como mensurar conceitos subjetivos, não há como medir. O que existe é a importância vital de possuirmos certas coisas – em se tratando da posse de muitos e muitos mais – que enobrecem a virtuosa rede de estarmos conectados com a sensatez e a idoneidade. Premissa sine qua non para se ter uma vida condigna no respeito e na busca de sermos mais inteligentes por saber como viver de acordo com tantas as limitações e, no entanto, os desafios inerentes à nossa faculdade em sermos humanos, e não animais de rinha. Muitas criaturas se arrogam no direito de deflagrar conflitos pelo prazer da atitude áspera, e muitas vezes violenta, a seu bel prazer: a ilicitude da diáspora, do desrespeito e da agressividade, no modal expressivo em se criar conceitos antecipados, ou mesmo juízos que quebrem com a pertinácia das leis bem fundamentadas na ordem que – longe de ser perfeita – tenha em si a sua mantença e a sua razão… Para isso temos que permitir que o comportamento se fundamente em uma boa estrutura, materialmente falando, em sua base, posto triste é a realidade dos famintos que aventam, apenas, a possibilidade de possuir fé, mas não seu pão. Fé sem pão não existe, pois a vida faz com que a tenhamos – a fé – depois de logicamente estarmos aptos para ao menos falar sobre, portanto o comportamento dá espaço à questão de sua estrutura material, abrindo vínculos coincidentes, no que relutar esse perfil quebra com a questão máxima da existência, que é o alimento a si e aos seus. O coração, essa morada de Deus, Krsna, só dá em si o aval de se ter abundância quando de si e para si o batimento real permita que O sintamos a rebater o Paramatma sagrado que se chama consciência, ou seja, a lei do Serviço Devocional – Bhakti-Yoga, serviço que nos remeta à grandeza, dentro de um comportamento honesto e sincero. Essa questão da vinculação do alimento espiritual, da vida dentro do anímico, remonta essa sinceridade supracitada, conforme com uma vida serena e estável, tal como ocorre com a mente estável, com a felicidade de viver em harmonia com os seres em geral. Mesmo quando alguns homens e mulheres apostem na infelicidade de se portarem mal diante de um fato que recorre diante de nossos olhos, em um diálogo constante com a maldade e o mal querer.
         Vivemos em uma Era complicada, que tende a ficar ou criar complexidades de teor ilusório cada vez mais variadas, por isso a importância de estarmos profundamente conectados com bases sólidas de respeito e segurança comportamental, pois se assim não fora, estaremos incidindo no confusionismo de pretensas ordens paralelas, que remontam apenas um tipo de quebra-cabeça cansativo e alterno em termos de humor coletivo, dentro de grupos que desejam esse tipo de desfecho: incorreto e constante. Essas pretensas forças que tentam impor um mal comportamento em situações em que vitimam populações vulneráveis fazem com que haja uma releitura dos direitos individuais e humanos na Carta Magna. É com os preceitos constitucionais que se deve impor uma única e integradora ordenação da sociedade para que as ruas continuem permitindo o ir e vir, e não caiamos em algum tipo desintegrador da ordem supracitada: necessária e coerente. Quando se afirma na máxima que a parte mais fraca da corda é que arrebenta, devemos antes de tensioná-la restaurar seu fragmento mais fraco, para que não se rompa toda uma estrutura de conformidade com algum contexto onde a utilidade da instrumentalização seja salvar uma vida – que seja – com uma corda de boa utilidade. A matéria é importante para a estruturação da personalidade, haja vista que jamais será de boa índole se manter instrumentos operacionais na sociedade se permitirmos que – a partir de erros comportamentais – a ciência não dê seu espaço.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

EM ALTO E BOM SOM


          Tantas são as palavras ditas, que em espaços de tempos de um segundo, bilhões de frases surgem, qual não fosse a população mundial, ou que a conta não esteja exata. Na verdade, se contarmos com os meios de comunicação ligados em cada casa ou em ambientes de trabalho, a conta talvez seja mais surpreendente, e muito do que é dito não passa do entreter, do noticiar – bem ou mal – ou de estarem escolas e instituições de saúde também com frases prementes, e daí se filtrando a devida importância: posto educação, saúde e trabalho exigem comunicação por vezes de ponta. A relação da comunicação humana com suas diversas culturas pertence a um universo tão variado que por mais engajado for o modo de se atingir a compreensão daquela, a voz por vezes não pode abraçar sequer algo sensato. Muitos são os governos que utilizam a voz e o som para grunhir pensamentos de poder, apenas, e isso passa a não propagar mensagens sensatas. Mas ainda se passa no mundo que é hora de acordar… As palavras escritas também fazem parte do som, posto que de leituras silenciosas, mas sensivelmente parte do processo da comunicação. Os interesses de marketing, os anúncios diversos, e as redes sociais também são modos de se comunicar com algo ou alguém, no que se espera a virtude do 5G e suas formas essenciais e inovadoras, onde o mercado passa a um amplexo distinto na vertente da tecnologia digital. Se considerarmos os números como meio, o mundo binário passa a incrementar a conta para a exorbitância do quase infinito, mas a finitude dentro de nosso planeta é algo em que se possa ter a certeza, como as fronteiras revelam seus quadrantes dentro do escopo em que as limitações dos meios encerram algo gigante, quantitativo, genérico, em que a qualidade pode ser esse modal imenso, mas de qualquer modo uma espécie de seleção natural traduz os meios como uma escala dentro de um teorema constante, onde a matemática sistêmica apresenta-se como reveladora de seus papéis dentro da mesma escala evolutiva.
          Uma notação essencial de que passemos às questões existenciais como um todo é descobrir que a Natureza dá as rédeas para aqueles que possuem a suprema inteligência e senso da realidade para tal. Na ordem contínua, naquela em que possamos compreender com a pertinácia espiritual de um grande animismo que reveste a nossa percepção de que não somos melhores do que a mesma Natureza, e que a concepção tribal por vezes é mais inteligente no trato com o néctar que há no planeta, que são os biomas e florestas e oceanos que deveriam ser intocáveis. A partir do momento em que as palavras e os sons se comunicam na velha questão de estímulos e respostas Pavlovianos uma carruagem carregando tesouros inexplicáveis passa às nossas vistas e a perdemos para insetos e seres muito mais inteligente do que nós, pela organização, resiliência, manutenção natural e ingerência necessária e inevitável ao desequilíbrio que a raça humana passa a ser autora, dentro desse hediondo teatro, tragicômico, infantil, mas hediondo a nós mesmos…
          Veste-se um dia como outro, e à medida que passamos já não mais desapercebidos do que ocorre na dificuldade ao menos em se manter a ordem em nossa escala ocidental, o trabalho consciente de muitos outros povos começa a ter frutos que assustam aqueles que sempre se dispuseram do mundo tal como desejavam, e que agora o mesmo mundo de sempre vai se tornando crítico em nele habitarmos por via da irresponsabilidade daqueles que acreditam que o poder sem tamanho vale tudo. Acresce na semântica do desvalidar a assinatura de projetos funestos a única atitude corajosa que um homem ou uma mulher pode se permitir antes que seus filhos sofram.