quinta-feira, 30 de maio de 2019

GUERRA E PAZ



            Quem sabe fosse um tema fácil de encontrar sobre nossos ombros quaisquer fardos que sejam, mas supostamente não a conveniência do conforto em se admirar a guerra, ou de se pregar a paz dentro de uma sala repleta de queijos e vinhos raros... Estes fardos seriam de pelúcia, uma pelúcia de encontro com naftalinas, ou não, de tanto usarmos um cheiro de uso, de perfumaria barata, ou  na ponta de um algo que seja mais sofisticado, como o cheiro empolado e francês. A guerra tem odor fétido, do lucro, daquele que ganha, do covarde ato, ou mesmo do pressuposto equilibrado das potências escaldadas pela preparação do combate. Na guerra o tabuleiro é conforme, usual a todos os países vencedores, uma questão de tempo, um linear de mísseis, um homem que vale mais do que trinta, ou um trinta que move um milhão de sofrimentos, Talvez houvesse pressupor um dia, uma conflagração, uma ameaça. Talvez outra força, outro entediante e previsível movimento, uma tática facilitadora... Há de se encontrar uma sala no lado da rua, a céu aberto, uma pequena contenda na situação do desabrigo, um meio incontornável, e a situação imutável dessas sortes.
            Que o escritor não encontrasse tanto dessa parafernália existente, do que não é e não existe, portanto, daquilo que se quer, mesmo em um curso da saúde privado, onde o pequeno interesse é que apenas se possa pagá-lo sem a falta do não futuro. Perdão, do futuro, do encaixe, da não ameaça sobre o patrimônio, e que não haja negros na sala de aula, pois isso fere o andamento social pequeno de uma burguesia que se apega na normalidade que nos fazem crer como tal, como estamento, como preconceito “viável” na forma de uma lei subjuntiva e individual. Não é suficiente termos quase o viver de acordo? Qual a origem da paz, senão o armistício entre fronteiras? No consertar avarias de um carro sabemos que ele só andará com o petróleo, mas na ponta extrema não sabemos que o óleo muitas vezes vem do sangue derramado. Queremos buscar a namorada na zona sul, queremos beijar como nunca nos beijamos... Talvez apenas isso, que algo mais íntimo seria a coroação, mas que o ato em si significa? Ao óleo, poderíamos dizer, mas que óleo é esse, pois passo por um posto e lá está, e por que essa questão tão irrisória? Talvez, concomitantemente em saber, estamos na curva de hipérbole descendente, o óleo acaba em pouco tempo, se consideramos que nossos descendentes vivam mais tempo do que seja a normalidade em se viver. A paz se faz presente quando um país não nega seu ouro negro e vende suas jazidas a um preço irrisório para um país que deseja usufruir do mesmo ouro, comprado como em um leilão onde o menor preço assinta entre corporações gigantes. Essa riqueza, se convertida a um povo esfomeado, tira esse povo da miséria, e esse precipitar do bom senso é que faz de uma nação a sua soberania. Uma paz permanente se cria, mas creem, a águia dá seus sinais da garra, sequiosa pela predação.
            O que se diz da Inglaterra na virada de dois séculos atrás: o que fez com a Índia, o que fez com o continente africano? Por que se reserva uma proteção marítima entre os EUA e a Inglaterra, esse acordo bilateral? A paz vem de uma linha tênue, companheiros, e, apesar de tudo, é o trunfo que nos resguarda. Aos interesses beligerantes, muitos adotam uma postura de retaguarda ofensiva, mas na frente só encontram trabalhadores desempregados, e contra estes o canhão não funciona. Por essa cisão vem a falácia, que começou destrambelhada e continua a uivar em canais pífios, esses mesmos que já não encontram a resposta, haja vista estarem na companhia de guerras internas, da manutenção de riquezas relativas, de uma culpa que se carrega no ombro, e que não é tão de pelúcia e mais parece carvalho pesado.
            Ah, que tantos falem, vou embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei, este eleito por colegiados, na cama que escolheu. Que paraísos estranhos passam pela ideia do exterior, da terra estrangeira, a se falar língua estrangeira, nem tanto em Miami, por suposto. Mas isso não vem ao caso. A grande questão é a mais simples e pura lógica: não colocar minas onde o nosso povo anda, não minar nosso território. Pois que em cada família de nossas favelas está o trabalhador, honesto, sincero e íntegro, justamente porque vive com todos os percalços que o atingem duramente, e jamais se negue esse fato.
Atirar com qualquer artifício de guerra contra inocentes torna um país sem cuecas, envergonhado, nu perante sua própria covardia, e os massacres imputados por facções milicianas que devem ser combatidas com fogo, ao menos com o fogo da justiça que arde sem arder, mas que verte no processo o regimento de causa. Se muito se espera de uma retaliação, sabe-se que à guerra interna ocorre, quando assola muitos na consciência – e, tão logo se perca no usufruir do ego –, mas cabe ressaltar aquela que surge na imediata inação, na hora da consciência e preparo do combate, a se partir a ação de vanguarda quando o que se quer é uma justiça plena e conforme. Esse tipo de ação se torna factível quando de agentes que prezam por nossa segurança.
Digamos se falássemos de um país, diga-se que seja uma área árida de humanismo, mas este, o humanismo, deve ser o motivo fremente de se adotar a vertente da paz, e não o preparo de um conflito armado onde a palavra porte-se bem possa significar outros portes. Das pessoas que lidam com aspectos da lei, seus agentes, advogados criminais, juízes e etecetera, seja justo como sempre fora, mas livremo-nos dos incautos que temem menos quando armados até os dentes, pois de algum uso provavelmente farão daqueles. Se alguém tem um ódio arraigado contra um partido, uma ideia ou um ateu, jamais será através de uma justificação motivada – inclusive por padrões escriturais – que se fará justiça perante a boa fé do diálogo, quando e principalmente este vier com o viés de se resguardar o entendimento cidadão e humano perante a sociedade e seus atores. Assim fica-se no resguardo até que um panorama mais aceitável revogue ações em contrário, posto a permissividade comportamental dentro da ordem e preparada para a diversidade de ideias e idiossincrasias deva comportar que a tempestade não nos leve a um naufrágio facilitado pela ignorância, posto que esta exista com a felicidade plena em dissipá-la educando e primando pelo aprendizado contínuo e sem fronteiras.

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