É
óbvio que em um sentido reducionista o advento da robótica poria termo a várias profissões
a serem descartadas. Se formos mais além, podemos pensar não apenas
nas funções mais automáticas ou mecanizadas, como em termos de
função – conceitualmente – em geral. Incluso em uma espécie de
afetividade em que já se abre espaço já através de gadgets
como o celular e a automação gerada por aplicativos vários, na
comunicação e no feed back
que esta gera como resposta dentro do universo da eletrônica, com
seus passos temporais lineares, agendas de compromissos virtuais e
encontro – aparentemente de confiança – ensaiados por seguranças
relativas. Em tudo há seus dois pesos e suas medidas, e sabermos que
estamos agendando até mesmo vidas com lances dados à intimidade,
vem aquém do pressuposto de realmente conhecermos nossos “objetos”
de consumo, nisto de termos um viés que facilita a mesma
comunicação, em se realizar a tecnologia e seus suportes uma
mudança estrutural de paradigmas, mas há que se ter cautela com os
revezes que essa facilitação pode proporcionar em termos de maus
procedimentos se apoiarem no quinhão inseparável que torna a ilusão
seara fértil para tanto. O conhecimento
dos meios,
suas matérias e seu uso coerente e correto é que nos insere na
sociedade contemporânea e transformadora de modo salutar. Visto a
tecnologia ser transformadora é mister sabermos nos situar nesse
processo conscientemente, ao menos sabendo muito bem diferenciar a
realidade virtual com a ficção virtual, e como nos aproveitarmos da
vantagem em que – mesmo com recursos limitados – fazer jus à
técnica, à informação que nos auxilie honestamente em nossos
procederes de ordem fabril ou não, e o conhecimento profundo de nós
mesmos quando queremos ou criamos condições para nos aprofundarmos
nessa área computacional, com suas variantes e seus métodos.
A
boa questão nos aproxima da questão inequívoca de sabermos como
lidar com os aspectos variados da ciência e sua aproximação com
processos verdadeiros de concepção produtiva, de entretenimento e
de sua performance nada reducionista que nos embala de certo ponto
com conforto inevitável e propositivo. Essa questão encerra a sua
simplicidade em nos tornarmos mais sóbrios com relação à matéria
e não avançarmos sobre um hedonismo quase bruxuleante a que nos
convida muitas vezes a facilitação comunicacional aparente. Seria
pouco afirmar que as novas gerações seguem muitas vezes com hiatos
com relação aos aspectos fabris de outras décadas, e por vezes a
aproximação através de um conhecer filosófico e histórico vem a
dar na face da necessidade da literatura como entretenimento quase
compulsório, se se quiser revisitar a cultura mesma das
civilizações, quando o ser civilizador dentro do processo
civilizatório se fizer notar perante o encontro de gerações…
Lembremos
que a Bíblia pode ajudar a catalisar historicamente a aproximação
com as letras, mas certamente não é apenas a única questão que
leve ao conhecimento dos povos, pois um único livro certamente –
aí remontando a histórica Alexandria e sua biblioteca perdida –
não será jamais o tesouro das humanidades. As leis dos países são
parte nada fragmentada de seus aspectos societários, dando ao
funcionamento de seus processos do pensar e agir através do
conhecimento do que é certo e do que é errado, e esses códigos são
porventura mais importantes ao andamento da cidadania do que
propriamente a religião, de somenos importância.
Há
de se saber que toda uma história, a sua epopeia no dizer dos
tempos, o recrudescer de seus aspectos negativos, o positivismo de
suas lições, e a justeza do caráter do proceder fabril – as suas
máquinas, os costumes, o nível cultural, a erudição, a arte
popular, o folclore – tem relação inequívoca com a ciência, a
religião e a filosofia, onde seus limites se encontram como grandes
conjuntos e suas intersecções, no domínio quase matemático das
nações. Saber-se pertencente a uma
ética saudável, à moralidade do ser e a uma produção fabril
justa e igualitária, geral e ampla, é saber de um panorama onde o
processo de encontro cultural com outras nações engrandece a
pertinência da riqueza de viver em um continente pátrio e
igualmente ampliado pelas circunstâncias de que não apenas as
linguagens se sucedam como apoio e aprofundamento da vivência entre
os povos, mas na qualidade inerente de se buscar a paz dentro da
esteira produtiva baseada e fundamentada na Verdade.
Se
o grande paradigma que afeta a sensibilidade de profissionais que se
sentem ameaçados em seus ofícios, na especulação que muitos fazem
a respeito da extinção de profissões consideradas irrelevantes
quando do surgimento de novas máquinas fabris, não serão aqueles
que propagandeiam os primeiros a cederem seu papel como personagens
televisivos os que serão substituídos pela tecnologia de informação
baseada na mídia em 3D e sua concepção e inteligência factuais?
Certamente, deve-se ter uma redobrada cautela ao afirmar que um robô
seria mais competente do que um ser humano em larga escala, pois
senão teríamos à frente a especulação igualmente seca de que
novos objetos inorgânicos e eletrônicos de prazer estariam à
frente em gôndolas na disposição nua e crua do consumo, bastando
ligar e desfrutar… Assim como tudo o que vem da matéria, o que nos
diria melhor o ditado religioso e de suma importância de que tudo o
que é animado por um espírito é mais real, e não negarmos esse
lado anímico e real será o princípio de estarmos em concordância
com a necessidade de se criar mais alimentos e ofícios a partir de
uma ciência que jamais deverá ser excludente, pois sua inserção
no mercado animaria a todos com a quebra do alarmismo oportunista de
alguns títeres de plástico do alarde vão e sem substância.
Nenhum comentário:
Postar um comentário