quinta-feira, 9 de maio de 2019

O CONHECIMENTO E SEU MOTE



          Não se tente ilustrar precisamente os mecanismos que levam ao conhecimento, mas este como pressuposto máximo do engenho humano, quanto de humanos quisermos ser, nessa faculdade a nós inerente. Os dados, na máxima da Tecnologia da Informação, nos levam às informações, e estas ao conhecimento. Isso na ordem dos fatores computacionais, e obviamente hão de haver profundos e alternativos caminhos que nos levem a abraçar as modalidades daquele, como a filosofia, a arte, a escrita, a engenharia, a medicina e tantos outros ofícios que narrá-los torna difícil para abarcar todo o seu universo, conquanto seja o conhecer ferramenta indispensável ao andamento dos seres em unidade coletiva ou individual. Seja na concepção de um motor, na ciência da navegação, na pintura ainda atual de um afresco, na vanguarda de um bom grafite, na descoberta de uma doença, entre tantas outras, e no fundamento do pensamento humano. Mesmo quando a humanidade descobre por um milagre da obviedade que a escola é a razão através do qual se gera o aprendizado, há que se saber que aprendemos muito igualmente na sociedade, na observação dos fenômenos e no perscrutar-se a Natureza e a nós mesmos, enquanto identidade e espelhamento reflexo do que ocorre em nossos entornos. Saber se comportar enquanto criança e preparando para uma adolescência saudável parte de uma questão da educação que os pais hão de ter com relação com os filhos, e do ambiente que gera uma boa noção de existência, um ambiente compulsoriamente saudável, salutar e não muito pauperizado, pois pode-se daí originar-se um filho rebelde, que esteja sufocando com as dificuldades de sua própria família: sem suporte afetivo dos vizinhos, sem um mínimo de conforto para os estudos, ou com a jaça que verte no chão as esperanças de uma vida melhor, que pode ocorrer no dia a dia da progenitura, de acordo com o comportamento reflexo dos pais em relação a uma vida de misérias e carestias. Essa realidade é escalar e verdadeira, e o conhecimento torna-se cada vez mais difícil, em países de pobreza extrema. Saber salientar essa condição não se torna uma questão ideológica, pois apenas a constatação factual, ou seja, se queremos um país mais rico, que se invista em seu povo, em suas riquezas e que se distribua melhor os ganhos, ao invés de distribuir as perdas. Esse é o obstáculo que verte sobre o nosso chão que intenta contra um povo entregar-lhe a responsabilidade pelo atraso, e isso não permite que avancemos com um conhecimento ao menos mais democrático, com acessos mais flexíveis e demandas mais favoráveis de comércio e indústria. Bem como na lavoura e nos costumes, na técnica e na arte expressiva pura, sem intermediar-se o nulo, porquanto agregando valores em uma intenção honesta, produtiva e sã.
          Mas o conhecimento por si é premissa do andamento de um Governo, do diálogo que se trava entre rivais, da compreensão das dificuldades e da solução que se encontra como uma sinalização que não dependa apenas da ação, mas da atitude correta. Como quando se conserta um relógio mecânico, enquanto o tempo não estiver sendo marcado com precisão, a máquina não estará funcionando de acordo, e o relógio deverá ser consertado por uma mão precisa e importante no processo. Essas assertivas são o fato, a coisa como ela é. Nada de uma afetação fantasiosa e imaginativa terá espaço garantido, pois muito do que se vê e comenta nas redes, ou em diálogos abertamente inúteis não é realmente notícia, verdade, ou realidade. Convenha-se que também ninguém é obrigado a andar com a Realidade a tiracolo, pois um pouco de fantasia talvez venha a calhar, mas em uma tomada grave de decisão a verdade, e só ela deve ser levada em consideração: a veracidade dos fatos, o que gira a mola, como funciona a engenharia, como é construída uma boa arquitetura.
          A imparcialidade com relação a como se proceder com relação aos fatos leva todo um expectativo público a tomar conhecimento positivo ou negativo. No caso de ser negativo, pode existir interesse, pois a imparcialidade quando se toma uma atitude ou ação jurídica sempre será positiva ante os olhos de um grupo, Estado ou Nação - soberanos. Por vezes, independe do conhecimento que alguém com poder de mando possua para que se faça o correto. Esse conhecer algo para beneficiar alguém injustamente revela de certo modo uma deterioração do uso do conhecimento em uma ação pública, notória ou não. Se essa ação porventura vira notícia a deterioração moral vem em correntes para o colo do público, seja ele mais erudito, mediano ou mais popular no sentido de menos instruído. Em uma verdade encoberta, parece um paradoxo acreditar que o conhecimento tenha que estar em um tipo de redoma de escolhidos, mas isto apenas reflete uma lógica reducionista que atrasa e torna lento todo um processo de cruzar a ponte para a fama, pois a ponte acaba rompendo no meio do caminho, quando se pretende equalizar injustamente a cultura de toda uma população em níveis mesquinhos e medíocres. A saída é justamente ficar contente intimamente, aquele que dispunha dessa estranha lógica, com uma situação onde o cidadão que não tenha acesso facilitado ao conhecimento possa estar em uma boa escola, e onde seus pais estejam mais felizes com um bom emprego. A saída é ser mais patriota, é pensar melhor no país, é possuir uma alma mais nacionalista, mas progressista e mais equânime com todos.

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