Tem
o tempo que teima em teimar,
A
teimosia de um relapso, o nexo que termina
Quando
o mesmo tempo recrudesce na rua
E
um viandante nos pede um cigarro, suado,
Na
própria fronte de quem oferece, azedo,
No
tom de mossa, um tom de quem não vê
E
que creem o dó de um quixote que seja
A
mais de não poder, pois que usa barba ilegal
Posta
não retocada na última barbearia fechada!
Na
colina que sobe, venha o passo inquieto
No
sobranceiro caminhar, na teimosa perna forte
Que
teima, que queima no joelho, quase rompe
Em
uma ilíada em que dante convocaria aqueronte
Para
percorrer depois da entrada ao Inferno!
Pois
que teime e queime a esperança a um ou dois
Que
sejam, estarem juntos por um acaso
E
que um é pobre e o outro é rico, qual não fora,
Talvez
não estivesse caminhando naquela altura
De
um dia proibitivo do caminhar, do risco
De
estar vivendo no Sul, assim mesmo, em sul.
Qual
norte que fosse de estranha bússola
Nas
genitálias do vento que se reserva
A
ver que o som da tempestade não se escuta
Na
mesma latitude em que o verso empresta
A
arte de um caminhar seco que diz que o tempo
Aquele
se reserva ao direito de caminhar chuvoso…
O
olhar da fantasmagoria do voo negro
De
um pássaro corviáceo distante do seco mar
Distante
léguas de qualquer ruido a dizer
A
qualquer legado de um dia o ultrapassar
Da
noite que tece lânguida a companhia ao poeta!
Dita-se
nuvem, dita-se sombra, diz-se negócio
O
que não seja, pois sobrevive o ímpio
Quando
vê que no crente possa residir a montanha
Que
se desfaz em um tonel de carvalho a ser
Tudo
aquilo que a memória historiada em Lei
Relembra
que um dia a tessitura de seu linho
Predizia
melhores dias, quem sabe, ao longo
De
toda a trajetória inacreditável
Que
talvez haja tido infância na história infame.
De
difamar se difama, ao léu,
De
dizer crostas de ferida se fere, ao céu
No
palato de nossas falas, o desejo cru
De
ser quem não se é, de um despejar
De
palavras inutilmente arrevesadas
Pela
taxa de normalidade aceite
Porquanto
tente-se do justo, jogue-se da lei
Aquele
que não sabe se proteger
Do
que não perdura tanto, um sistêmico
Cacoete
que ensombra o ignorar
De
um gesto qualquer que roga ao criador
O
ente criado por si, o ser que é mecânico
Em
um icônico mastro interrompido,
Uma
meia lua histriônica,
Ao
menos o que se deseja que o homem
Seja
porventura alguém normal
Para
poder responder á casualidade
De
uma relação desigual
Com
a normalidade.
E
a análise vem de roldão, como em espera
De
se esperar uma nuance sólida como o fato
E
a ciência de se encontrar ao menos a brecha
Em
que se supõe o xadrez vencer a listra
Ou
os tabuleiros virarem linhas que não encontram
Nem
mesmo a superfície daquele tempo que se diz
Onde
a semiótica encontra-se com a lenda do não
Se
estar adiantada a lógica por aquela suplantada…
Não
que não se prega a filosofia, pois o almanaque
Sossega
quando o filme for feito de encomenda
No
achaque que se pegue ninguém, pois o que quer
A
poesia é ser encontrada com a transcendente
Palavra
que não pode ser significada, e não!
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