O
tempo logicamente é um limitante estratégico, quando queremos
exercer uma retomada produtiva, quando a sociedade urge por mudanças
estruturais, por vezes nas modalidades produtivas ou na consonância
da tecnologia ao menos com a compreensão destas. Por que se pode
afirmar isto? Obviamente o tempo é uma entidade referencial que
remonta ao desgaste ou envelhecimento corpóreo, ou em termos de
sociedade pode advir de prazos de desenvolvimento, metas
profissionais, ou mesmo a previsibilidade e cautela em se programar o
futuro.
Para
certas coisas bastaria um dia. Como no enunciado de uma descoberta
científica, ou mesmo no encontro de velhos amigos, aqueles que dão
suporte existencial, pois o tempo diferindo em anos ou décadas gera
a pauperização ou perda de sinceridade no contato. Este último
dá-se em um tempo relativo, e um dia a mais ou a menos pode fazer
diferença, pois somos uma espécie tão gregária que ficamos
relativamente felizes em encontrar as velhas amizades por meio do
objeto eletrônico: quase um rádio, mas essencialmente já
encorajador de suporte às nossas inteligências…
No
entanto, viramos um vértice na grande rede e estrategicamente, para
quem possa estar do outro lado, tornam-nos passíveis de futuros
encontros que passivamente não conseguimos identificar, abrindo
espaço por vezes a uma não quebra de sigilo, pois anunciamos
constantemente a vitrine do que porventura sejamos nesse processo
existencial, com os perfis e idiossincrasias particulares,
passivamente potencializadora do que somos enquanto agentes de
consumo perante o mercado. Essa plêiade informacional cria um tipo
de casta onde apenas aqueles que possuam conhecimento ou capacitação
nesse campo possam estar usufruindo de melhores situações
financeiras, quando de startups que veem no modal de
corporações mais eficientes acabam por serem engolfadas pelo grande
capital investidor quando de um passível e proficiente trabalho
nesse setor. Essas empresas nascentes remontam à necessidade –
quando de geração lógica – a um funcionamento sem rebarbas, na
maior parte do tempo copiada de países mais ricos: as suas ideias,
sua proficiência científica e as possibilidades de alianças com
capitais externos. À sapiência do império, não por se dizer
gratuitamente, mas é singular a tecnologia de um gadget
qualquer, visto do ponto finalizador do fabricante, posto apenas a
ciência da manufatura de um objeto avançado eletronicamente é que
faz de um país uma inteligência soberana, entre tantos outros
ofícios que vêm desde a marcenaria ou alvenaria, ou o trabalho da
terra no campo. Essas modalidades de trabalho não se encontram no
mesmo nível, mas a proficiência de tais trabalhos revela uma
aproximação com a ciência, esta, como razão indispensável no
aspecto produtivo em uma situação onde as mais variadas formas de
trabalho hão de coexistir em meio às demandas de uma crise crucial
do desemprego e do trabalho de ordem informal. Nesse algo saber quase
intemporal é que seja de importância relevante a que se encontre em
um dia qualquer um ensaio de orquestra que diga a todo os
instrumentistas que harmonizem suas afinações. E é nessa questão
de preparar-se o instrumento ou a ferramenta de trabalho que se faz
necessário descobrir com a questão prática aonde começa uma
função matematicamente lógica, e onde pode o trabalhador mesclar –
sob orientação de um mestre de ofício – a capacitação técnica
com instrumentos tão bons quanto as velhas ferramentas. Um
administrador que não estiver preparado com esse surgimento
tecnológico de várias frentes não será capaz de compreender os
processos produtivos de nossa era e transformação, uma era
sobremodo distinta e revolucionária em seus aspectos tecnológicos.
A
saber, basta um dia que se debruce alguns para a compreensão desse
novo modal operacional de nossas frentes de trabalho, que seja, a
começar, basta um dia. No pressuposto produtivo, o mestre de ofício
deve compartir seu conhecimento com os operários, e dessa forma
virão outros e outros dias, a se bastar que seja um para que se
possa produzir pontualmente. Esse processo é gradual e envolve
tomada de consciência do próprio trabalho, a saber, que dentro do
espectro do conhecimento tudo tem a sua hora e seu termo, sendo o dia
de produção o saber.
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