domingo, 5 de maio de 2019

A PRODUÇÃO DOS VENTOS



          Uma tremenda redução de possibilidades abarca a vida contemporânea, enquanto em outros modais – não tão importantes – reflete-se uma produção naquilo que se mostra mais complexo, no seu uso cerebral, no uso da inteligência, mas não necessariamente em um trabalho essencial. Trazem-nos bons ventos a aproximação com novos recursos de monta fabril, novas modalidades de máquinas e bons outros recursos para empreender o design, seja funcional ou não, seja de entretenimento ou de negócios. Esse grande vento gera um redemoinho, levantado a poeira que de qualquer forma há de assentar sobre o solo… Todas as eras da história onde profundas transformações tecnológicas acontecem, causam igualmente profundas mudanças nos costumes, na questão existencial e no modo de ver o mundo onde estamos. O que permanece, o que se mantém é justamente o avanço da tecnologia e o fortalecimento da ciência e da filosofia, ou seja, dos frutos do pensamento. Não exatamente que precisemos de ideólogos para fundamentar e orientar governos, mas do debate horizontal indispensável de boas cabeças, bons cérebros, e a possibilidade de dispor desse diálogo abrindo as portas democraticamente aos acessos desses saberes. Como a força do vento é sua capacidade de entrar por nichos e lugares ocultos por vezes, de difícil acesso, tanto em um imenso arranha-céu quanto em uma pequena lavoura, o conhecimento e mudança de paradigma chega em cada tempo, no seu tempo. Um tempo a cada, como um número de átomos infinito a um pedaço de comida, ou a uma rocha, ou a incidência infinita dos ventos, seja no âmbito planetário, ou nas super novas, nos buracos negros e os impactos dos ventos de um meteoro gigantesco. Entre outras tantas medidas às quais sequer conhecemos, pois certamente existirão outros sistemas planetários, quiçá infinitos, mas não fosse por isso que o planeta onde habitamos é este, a Terra.
           Porventura o que é mote razoável seria analisar um pouco os novos processos de produção, mas falta tarimba ou conhecimento padrão de sabermos que, sempre que um equipamento é acionado, sempre que um robô inicia movimentos, há uma linha de comandos, que por sua parte é a mão humana, e que já se dá o processo de abertura de canais perceptivos nas máquinas: os sensores de luz, as células fotoelétricas, sensores de movimento, ondas eletromagnéticas e tantos outros quando se pensa na vinculação de uma inteligência que pode se tornar de artificial para natural, dependendo do tipo de materiais que vão atuar, ou seja, a questão orgânica ou inorgânica, não necessariamente em termos de cadeias carbônicas, mas de células de seres vivos. Essa vinculação da inteligência com os diversos aparelhos de robótica pode surgir diretamente do controle manual ou em realidade virtual com o objeto, como em rotinas de programação, onde os condicionais comandos como o if, por exemplo, são muito necessários, posto inteligente é o robô que já começa a assumir atitudes próprias, mas sempre no domínio algo simples de significação do estímulo e resposta. Apenas novas variantes de vastas bibliotecas de comandos de programação tornam o reagir do robô e sua tomada de gostos e desejos artificiais, mais complexo. Torna-se importante aproximarmo-nos dos eixos em que a integração entre diversos campos tecnológicos se faz presente, e avançarmos no sentido da “re” compreensão das modalidades produtivas que estão ficando à margem do processo industrioso e limpo, conforme assume essa categoria, e em uma escala tão importante quanto, mesmo assim à margem do ganho, onde o exclusivista, o novo, não participa e nem divide seus conhecimentos de modo a democratizar melhor aquilo que deriva de uma sociedade onde a competição pode se tornar um esporte, a invés de um tipo de guerra insana. Inclusive o treinamento empresarial deveria transferir a quaisquer funcionários um insight ou uma descoberta procedural, o que vem a beneficiar a própria empresa e seu desenvolvimento em recursos humanos. A vida de uma nação não passa propriamente por tal ou qual doutrina econômica adaptável ao país, mas sim em um tipo de simbiose particular onde a nação utilize o que for mais importante e fundamental para o seu desenvolvimento econômico, assim como no positivo e negativo, yin e yang, no hólos, e não tornar mais convexo o que é de natureza côncava. Não seria muito factível com uma sociedade onde um sistema computacional por vezes é mais complexo do que qualquer sistema de governos, deixar de acompanhar linearmente ao menos o básico de um sistema em qualquer equipe que se preze na gestão, para equacionar melhor o que há e o que é. Existe por vezes absolutismos na forma de pensar de certos homens que exercem algum tipo de poder, o que gera contrastes ou contendas em que – se formos parar para pensar – só interessam para aqueles que veem tudo de babilônias locais ou transnacionais.

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