sábado, 18 de maio de 2019

AMOR QUE SEJA O PRIMEIRO



De amores e de sombras, o primeiro verso
Não se encontraria com o significado último
Que se entenda por substantivo um pouco
De uma atitude reflexa na temperatura de um.

Um e mais, a dois e três que se calcem
No que se incute ao anti debate, ao não
De um diálogo que porventura subsista
No platô conforme ou de dissimulado ato!

Mas que o vento nos empurre mais fundo
Ao que quiséramos do estar-se e do ser-se
E um único verbo nos ensombra por ser
E estar em simplificações silenciosas…

A verter mais grãos em uma panela alimentar
No gosto de um voluntário, no predito
Modo em que apertamos o verbo amar
A tanto de se rogar que seja ao menos o tal ser.

Não de ser do nada, mas a convexão de se ter
Uma sinalização de tempos que permita
O gestual pano de fundo de uma grande rosa
Em seus espinhos que nos cravam as mãos.

No que se permita todo um corpo de jus
Cujo átimo nos revele uma simples sombra
Na esfera de um jornal, no sorriso de um livro
No que se tente ao menos encontrar o verbo!

De frente ao acaso tentemos soletrar o furo
De uma sacola que nos falhou ao se carregar
O fruto de uma compra de um fruto
Que fosse a mescla entre banana e abacate.

Verte a sombra o sinal que teremos por adiante
Nada de profético, pois o futuro de uma lei
Sabe que o mundo é de tal modo e circunstância
Que o que é de botão saberá melhor em um ato.

Mas da atitude que envolve a primogenitura
Do arco reflexo de uma gênese fecunda
Revela de um salmo a ciência do espírito
Que se antepõe na íris de um olhar de mulher.

Saber-se de um menino em sua travessura,
Saber-se de um velho em sua sabedoria,
Saber-se de um display que não encoberta
Mas que, no entanto, sabe muito o não saber.

Que a tessitura do linho nos envolva
Na circunflexa lente de uma boa máquina
Em fotos não factuais apenas, mas da arte
Que se deixa levar por linguagem ampla e livre.

Um clicar, um programar a função daquela
Encerra o último sorriso de uma primeira
Função do amor que se sorria nos prados
A mais do que se pode sorrir sendo gentil.

Que retornem as musas de um farol do céu
Aos aspectos de estrelas que povoam
A luz que não remonte a sombra crua
Mas que reflita o saber de todas as ruas.

Ao saber de tudo o que se cerca do afeto,
Nos é dado um aproximar de um barco
Onde Noé se esqueça ao menos de um ser
Para que se lembre do seu futuro extinto…

Ao ver que não se sobressaia muito a voz
Não teime-se o escrutinar de um outono
Posto um inverno outonal mescla o clima
De outros que avizinham chuvas em um mel.

Uma víbora escrutina, pertence, solapa,
Verte na alfombra de seus passos sua natureza
De se saber que quem ouse navegar ao léu
Esquece que o motor é de sempre sem norte!

De bússolas incaicas não saberemos muito
Posto tremendas civilizações soçobram
Ao menor ruído de futuras tempestades
E ao ressentir de um fruto de mesmo silêncio.

Ver-se-á o tempo, verso que não seja nulo
Posto ao nada não há endereço fixo
Mas apenas um cruzamento sem nexo
De um poetar-se conforme e com plexo.

No solar adiantamento do soldo, quem dera,
Haveria a conveniente marca remanescente
Com uma face apontando para o serviço
E outra no mesmo silêncio absorto do servir.

A mais do que se queira, de amar-se
O tanto de querer-se amar mais ainda
Tudo o que foi gerado pela Criação
E por encima o torso refreado do não.

Haveria por debaixo de uma questão
A própria pergunta sem a razão de si
Que diz-se de uma suprema verdade
Em ser do espírito o primeiro amor!

Do ser que escreva o infortúnio, mote
De seu amor primeiro a Deus, conforme
A se conformar com a luz do dia
Onde sempre se encontra o trabalho são.

Das mãos que não prescrevem latitudes,
Dos dias que aquilatam dimensões
Que sejam as dimensões fraternas
Onde nem sempre se atenuam as feras.

A carocha de metal que passa grande,
Das rodas e seus aros quase plásticos
Não se ressintam os donos das riquezas
Pois para elas surge sempre um resto.

Ao restar de um sentimento afora o prazer
Sabe-se ou tenta-se por vezes pensar em amar
Aquele que não ama por convicção, mas vê
No amor de si a proposta algures de ser amado...

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