Vestimo-nos
agora com roupas quase imateriais, quando nos damos conta da beleza
da Natureza. Seria bom, talvez, que o encontro com uma vida
espiritualizada fosse partilhado com os pássaros e seres que nos
acompanham sem que vejamos esse fato quando deles nos separamos por
causa de nossa soberba. Não olhamos melhor para a terra, o céu e a
arquitetura de nossas vidas. Pautamos por encontros virtuais, mas
creiam que é na mesma Natureza de sempre que teremos as respostas
para os duros dias que por vezes se apresentam: nas rochas marinhas
imóveis, em um campo de lavouras, na pigmentação que o sol imprime
em seus matizes, ou no movimento maravilhoso de uma formiga… Não
que sejamos existencialmente uma única vertente, mas os novos meios
traduzem um comportamento assaz previsível no ato reflexo em que não
termos os smartphones nos levam a desconectarmos do mundo. Mas
temos que observar que a conexão com o mundo não precisa passar
necessariamente pelos meios eletrônicos, como são utilizados agora,
onde autorias mais longas perdem espaço para o comércio ilusório
dos atentos olhos que nos assistem na grande rede que abraça a
“quase” todos, no modal inclusivista, e deveras imaginário,
posto não ser exatamente a mensuração afetiva real, se porventura
igualmente existisse esse absurdo, esse teatral caos, panegírico de
nós que não mais somos como era tudo o mais, em uma questão
temporal.
Possuímos
uma janela bem indiscreta com relação à vida de quase uma
totalidade, nos meios eletrônicos sociais. Uma rede que murcha e
infla, que faz e desfaz famas, que corre atrás dos mais cônscios,
que exclui externamente os que não estão inseridos no contexto e
que cria semânticas de linguagem indireta, dependentes do contexto
aquele, x ou y. Se um qualquer pode dissuadir sobre a maquiagem
sistêmica, isso pode ser altamente aproveitável, pois abre ou apoia
outros canais de percepção e universos saudáveis porquanto
críticos de comportamento individual ou em equipe. Esse anteparo
filosófico faz a refração logicamente aceitável dentro de novos
padrões de conhecimento e apreensão das diversas realidades que
inevitavelmente fazem parte dos nossos tempos. Mais ou menos como na
ótica, a ciência e seus prismas, e sua quebra para vermos melhor a
luz! No momento em que democratizarmos profundamente nossas
sociedades em termos de participarmos dos funcionamentos que
matematicamente, ao ampliarmos esse conhecimento para muitos, temos
dos sistemas a que participamos, aí sim, de forma a sabermos como
funcionam as máquinas de computação, estaremos mais cônscios de
como utilizarmos melhor essa grande ferramenta que possuímos muitas
vezes sem saber a nossa posição real nesse processo de mudanças
tecnológicas mundiais. Justamente quando soubermos da importância
do papel e do lápis, da caneta e do caderno, suas transcrições e
suportes computacionais, da matéria em si, seremos mais aptos para
reconhecermos o ser que somos, a partir da lógica e do sentimento, e
não depositando nos conflitos de interesses todos os esforços
inúteis que apenas levam à regressão a existência do humanismo
como ponto vital e fundamento de uma vida melhor, para todos os que
habitam o mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário