terça-feira, 7 de novembro de 2017

ALGO DE MÁQUINA

          O fascínio que nos exercem as máquinas. Restam mais dois pontos nesta reticente assertiva.. Soma-se o ponto com o ponto, mas de pontuar – esqueçam – é truque para meditar sobre alguma reação que se possa auferir quando digitamos no painel sucinto da especulação algo filosófica. Auferir talvez não seja a palavra, mas que quem escreva que possa ser meio maquinado, meio turvo no reflexo mnemônico, mas de aurora em uma inspiração que não cesse, pois certamente é de lavra para todos. Quiçá escrevêssemos na mescla, pudera não sermos tão lógicos quanto um polígono fechado, quem dera abríssemos uma geodésica em mil partes… Pespontasse algo de infraestrutura seria boa notícia, a um ser e a muitos, cada região possui seus palpites, a cada qual um, que de encerrar o trabalho comecemos pelo final e possivelmente faremos uso do consagrador veículo novo de fato. A informação virou moeda, valor agregado, valor de varejo, preço no atacado, em sistema, ou seja, de modo sistêmico e viral, mesmo quando em eventos mais isolados; pois é impossível integrar e Curitiba jacta-se da integração exemplar nos transportes: aplausos! Nada é razão que nos faça não ter dúvida quando empunhamos a bandeira da Integração. No entanto, setores comerciais e países se comunicam, e é nesse quadrante de conexão que pode-se caminhar, observando-se o processo de que o artesanal brota mais da planta: freme a haste, seja gramínea ou bambu. E, de acordo, não somos o mar, pois o mar é em si ele mesmo: possui sua vida, e pode ser abalado se detonarmos bombas em seus corais, como em testes atômicos loucos ou, na melhor hipótese, imbecis. Dentro dos continentes, o mesmo com a exploração de minérios. A máquina da Natureza trabalha melhor sem nós, com certeza, pois temos feito explorá-la ao máximo, para os de fora ou para os de dentro, sem pensarmos que o conceito da jazida está energeticamente em se mantê-la no sentido de sabermos que uma enxada é mais do que um automóvel usado para a fornicação. Um automóvel se alimenta do óleo, e este se alimenta dos ecossistemas planetários. Creiam, é melhor a enxada, o moinho, a pá, melhor inclusive que as grandes rodas das colheitadeiras, que a grande massa de grãos que se alimentam da escassez continuada e progressiva do solo e sua química. Mas isso é questão de semântica, já que podemos passar aos objetos na selva de gadgets cotidiana… A eletrônica não deixa de ser uma energia limpa, e os meios de comunicação tornam-se exemplo nas sociedades que sabem lidar com a vitrine intransponível da sinceridade. Ou seja, o know how, saber como, nas letras, na atitude, no sabermos como comportar o nexo com o amplexo. Ou que nem tudo seja um grande amplexo, mesmo porque ao tocarmos alguém podemos incidir em ofensa, já que a bolha espacial do ser homo erectus está para lá de tremendamente agigantada, em um raio que vai do comportamento controlado ao crime, em circunstâncias dos exemplos de líderes que vimos pela frente.
           Ah, sim, pois sim, façamos girar uma roda que não existe, uma engrenagem torta que não encaixa, um beijo de celebridade em um reality rouge show… Como o engajamento febril de estar engajado, apenas não se sabe que não seja apenas a questão do empoderamento, de uma massa banal de meia dúzia, a saber, sem sair de casa a não ser para ir a uma reunião de uma cúpula de Nostradamus, ou o gerenciamento do Juízo Final, que afinal das contas só tem fim na Bíblia, de onde renascem os mortos… Pois tenhamos mais juízo. Já que o homem ensinou a perdoar, parece que esse ato hoje em dia é pecado, já temos tanto das lutas de cá e de lá. A máquina continua? Sim, uma câmera de reportagem de primeiro mundo em um país de terceiro dá nisso. A máquina gigante, e as opiniões pequenas, em pequenos turíbulos incensados, da fortaleza da fé na certeza ou da dúvida que engrandece a humildade de sabermo-nos nunca os donos da verdade. Pois quem estará com esta? Se houvesse uma escritura sagrada única, mas são tantas… Inclusive no mundo cristão, há o novo e o velho, os Velhos e os Novos. Há testamentos de herança adquirida no clero dos novos Pentecostais, mas nada disso é crítica, mas apenas uma maneira de um homem também querer buscar algo, como se na filosofia não houvesse espaço para tanto, mas se uma boa leitura apetece, o que mais pode querer aquele homem? Talvez se expressar, talvez construir, talvez fazer, conforme dizia sobre a arte um italiano que o nome não vem à cabeça. A bagagem literária é um tesouro tão enorme que nos faz viajar sobre diversos mundos, sobre pensamentos, descortinando véus espessos da ignorância, traduzindo a vida sob o aspecto da realidade e da ficção. Essa é uma máquina que podemos ler, ouvir, falar, escrever, ou mesmo pintar, tecer, urdir, planificar, pensar a arte, a ARTE!
           Uma mera imagem não fala tanto como uma letra, por vezes, e aqui fala um discreto e, no entanto, excêntrico homem que não resguarda seus escritos, pois sabe que nos meios atuais é possível levarmos o nosso pensamento adiante, seja em forma de arte, ensaio, conto, desenho, o escambau.. Não dá para piratear ideias que brotam infinitamente, quão infinito é o mistério de Shakespeare perante o céu e a terra. Que brotem dramas, tragédias, comédias, o Plano Infinito de Isabel Allende, sua Casa dos Espíritos, ou mesmo as pinturas de Kahlo. Ou quiçá os livros de Borges, tão maravilhoso escritor ainda que cego na velhice. Talvez a máquina seja grande o suficiente para mostrar-nos a face de autorias circunspectas e, no entanto, atuantes, seja no modal de um período que pensamos anterior, seja no futuro em que construímos as nossas idiossincrasias no sentido de olharmos para adiante como gatos que sabem do seu entorno, e que são grandes mestres em seus movimentos e reflexos… Assim, que vivamos igualmente a fase maravilhosa da Igreja e seu Papa Francisco, em seu exemplo de abnegação e sacrifício em prol da humanidade, questão que não pode ser relativizada, principalmente por originários da Europa, com todos os seus impérios, e de um EUA em fase agora de repensar seu próprio status de poder.
           Resta sabermos que estamos em todo o planeta no mesmo barco, e se não houver uma consagração definitiva que remeta a um esforço hercúleo ao caminho da paz, estaremos consolidando certas questões que tornam nossa vida mais complexa em termos de humanidade. Se um ser nasce em algum lugar, o fato dele se tornar pátrio desse lugar já é uma questão de convenção, mais propriamente ilusória, pois se formos analisar com mais profundidade o conceito de propriedade não existe em uma cerca, pois a terra já existe aqui há alguns bilhões de anos e convencionou-se pensar que existe um dono. Se vivemos em uma convenção social, portanto, que a respeitemos na medida em que possamos pensar em um mundo melhor para todos, pois a casa é de todos, e as guerras só interessam às indústrias que lucram com isso: a arma fere e o remédio tenta curar, na medida do possível. A cura quase sempre é paliativa, já que devemos envidar os esforços para evitar as contendas, ao menos para tornar a ver a Natureza como uma realidade, e não futuramente no plano da realidade virtual, em microclimas com janelas decoradas…  

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