sexta-feira, 3 de novembro de 2017

ANDARES DO VERBO ANDAR

De andarmos a um mundo e outro, e outro, talvez um andar de rochas,
Daremos mais passos quanto de sabermos que um vem ao outro, mas que flui...

Andarmos sobre a superfície crua do trabalho insalubre, em feriados ou festas
Que não sejam postas em serviço, qual bebida insone que se nos falta é boa!

Se fossemos andar no turvo, na túrgida esperança de que tudo melhore a maior,
De uma parte podemos concluir de outras, mas que a mescla elucida a priori.

Se Deus faz parte o é, nem de ausência do crente, mas de uma página a mais
De santos nomes que pronunciamos no mantra krsna e hare, assim, a dizer!

Mas que não pontifiquemos ausência nos caminhos, posto há franciscanos
A ensinar o sacrifício de se viver erguendo casas nos votos da pobreza.

Que o caminho do homem possa vir de várias frentes, e uma delas que se dita
Relembra o ditafone de Prabhupada quando de seus grandes ensinamentos.

Lembremos dos passos de senhores, quem sabe pronunciemos outros que não são
Propriamente aqueles de todos os ensinamentos infinitos, que a especulação não cansa!

Saber do mundo quando caminhamos em nossas paradas não nos faz verter o fel
Sobre o alimento rico de um par de palavras em que o mundo dobra-se em três…

Se propomos a andar sobre serpentes nas alfombras construídas sobre o nada
Sentiremos apenas um torto equilíbrio onde a maré da tempestade se constitui.

Na vida em que presumimos uma ordem qualquer se passa muito do algo
Em que nos esquecemos de valorizar o feijão e cuidar para que o arroz não queime.

O pão, minha nossa, esse pão que temos de manhã será sempre aquele que nos dá
O fruto de uma atitude, o merecimento do ganho e suas justezas sociais.

Em outra realidade o passo é mais rápido, menos contemplativo, quase derradeiro
No terminar de um enquanto o outro avança fortalecido pelo descanso de décimos.

Justo que a passada por vezes é larga, uma marcha que predispõe a firmeza
Em que o vento se nos passa por través, no peito, mas que o chão se nos fixa.

É como um andar de soslaio a observarmos a vida, sem a malícia que não seja ternura
Posto a vida sabe que empenhamos esforços em requisitar a si mesmo uma voz.

Posta a voz, seguimos pela latitude longilínea, ígnea como a fundição do bronze
Em uma metafísica de concreto flutuante nas nossas certezas de quase o sempre.

Vertem-se vértices por terrenos como que cambiados no próprio cardume de gente
Que abraça as complexas equações de países que pelo fato nem puderam emergir…

Triangulações celulares de formigas baldias não contam com as searas do que é ser
Quando se nos compadece um tipo de falta na incompetente fatia à nossa frente!

Se nos dite caminharmos em uma grande embarcação, quiçá que flutue ou não,
Mas que retorne à tona com muito mais autonomia do que a ciência aqui prevê.

Seguem-se sons, nos direcionamos, a comunicação é total ou quase como se vê
Em que integramos partes onde o mesmo som se torna traduzido por outra veia.

E a ciência não nos traz o refúgio pleno, pois muitos se desabrigam de si mesmos
Quando se apercebem que o seu único sentido de andar é procurar caminhos...

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