Algo emerge de uma compreensão alta
quando traçamos um desenho no papel. As variantes desse desenho podem mostrar
conhecimentos latentes ou mesmo possibilidades terapêuticas... Essas questões
elucidam fatos de como podemos ou pensar no papel ou mesmo no desenho
automático para trilhar expressões do nosso subconsciente. Não há distâncias
entre a mão e o traço, mesmo que os resultados ou a qualidade do desenho
demandem cuidados de um bom professor, iniciando no caminho das artes qualquer
um, de maneira independente, ou seja, com espelhamentos de seus colegas de
classe e a aplicação do mesmo desenho nas leituras que se faz do entorno, do
externo e do imo do ser, sabendo-se que um gesto solidário por parte do
professor fará ao entendimento do enfermo algo substancial, mesmo que não haja
progressão visível.
A vida de um enfermo, por mais que esteja grave em sua
psique, jamais deve ser descartada sob o panorama de sua recuperação, e o
esforço de muitos – sejam psicólogos, psiquiatras, paramédicos, ou mesmo
aqueles que emprestam seu conhecimento em compartir – é de imensa ajuda para se
enfrentar essa realidade recorrente em uma abertura de milênio onde os
problemas aumentam paulatina e geometricamente, e as soluções por vezes
encontram óbices por parte daqueles que não querem dispor de frentes
financeiras para isso, ou mesmo não reservam orçamentos cruciais para a saúde
pública. A atenção substancial dos governos para o problema da saúde mental por
vezes não é aplicada corretamente. Que bom seria termos um panorama social que
não gestasse um paradoxo em que a ciência vira palco de si mesma e a
curiosidade dos “normais” uma síndrome da segregação e decorrente fixação do
estigma a que enfrentam aqueles que destoam dos processos comportamentais
ditados pela rotina ou modo de vida da sociedade contemporânea, algo
assoberbado, conflituoso e de natureza tíbia nas relações humanitárias, assim,
do que existimos no vulgo. Assim posto, não é justo não contestarmos as razões
de equívocos que entorpecem entendimentos maiores e vitais para sabermos
criteriosamente sobre a natureza do que vem a ser uma estabilidade psíquica
para aqueles que, apesar de fazerem uso de maciças doses de medicamentos, se
sustém fixos na realidade dos fatos, na verdade de suas atitudes e na injustiça
que apesar de tudo sofrem com a segregação, a ignorância e o preconceito.
Acreditemos, portanto, que um enfermo que possa botar luzes sobre a questão do
problema com sua experiência de vida a outros, e àqueles que não conhecem o
universo em questão, deve ser de grande validade, seja nos traços simples de
uma ideia, ou mesmo em uma escrita universal que toque sobre a ferida um
remédio substancial que auxilie a farmacopeia tradicional no processo.
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