sexta-feira, 10 de novembro de 2017

SOBRE OS TRAÇADOS

            Algo emerge de uma compreensão alta quando traçamos um desenho no papel. As variantes desse desenho podem mostrar conhecimentos latentes ou mesmo possibilidades terapêuticas... Essas questões elucidam fatos de como podemos ou pensar no papel ou mesmo no desenho automático para trilhar expressões do nosso subconsciente. Não há distâncias entre a mão e o traço, mesmo que os resultados ou a qualidade do desenho demandem cuidados de um bom professor, iniciando no caminho das artes qualquer um, de maneira independente, ou seja, com espelhamentos de seus colegas de classe e a aplicação do mesmo desenho nas leituras que se faz do entorno, do externo e do imo do ser, sabendo-se que um gesto solidário por parte do professor fará ao entendimento do enfermo algo substancial, mesmo que não haja progressão visível.
A vida de um enfermo, por mais que esteja grave em sua psique, jamais deve ser descartada sob o panorama de sua recuperação, e o esforço de muitos – sejam psicólogos, psiquiatras, paramédicos, ou mesmo aqueles que emprestam seu conhecimento em compartir – é de imensa ajuda para se enfrentar essa realidade recorrente em uma abertura de milênio onde os problemas aumentam paulatina e geometricamente, e as soluções por vezes encontram óbices por parte daqueles que não querem dispor de frentes financeiras para isso, ou mesmo não reservam orçamentos cruciais para a saúde pública. A atenção substancial dos governos para o problema da saúde mental por vezes não é aplicada corretamente. Que bom seria termos um panorama social que não gestasse um paradoxo em que a ciência vira palco de si mesma e a curiosidade dos “normais” uma síndrome da segregação e decorrente fixação do estigma a que enfrentam aqueles que destoam dos processos comportamentais ditados pela rotina ou modo de vida da sociedade contemporânea, algo assoberbado, conflituoso e de natureza tíbia nas relações humanitárias, assim, do que existimos no vulgo. Assim posto, não é justo não contestarmos as razões de equívocos que entorpecem entendimentos maiores e vitais para sabermos criteriosamente sobre a natureza do que vem a ser uma estabilidade psíquica para aqueles que, apesar de fazerem uso de maciças doses de medicamentos, se sustém fixos na realidade dos fatos, na verdade de suas atitudes e na injustiça que apesar de tudo sofrem com a segregação, a ignorância e o preconceito. Acreditemos, portanto, que um enfermo que possa botar luzes sobre a questão do problema com sua experiência de vida a outros, e àqueles que não conhecem o universo em questão, deve ser de grande validade, seja nos traços simples de uma ideia, ou mesmo em uma escrita universal que toque sobre a ferida um remédio substancial que auxilie a farmacopeia tradicional no processo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário