terça-feira, 14 de novembro de 2017

A FORÇA QUE FALHA

Letra A, qual seja teu nome
Em linha breve agora mais continuada, que seremos B igual
A tantos que nos dizem talvez algo em que não aparecemos
Em latitudes de nosso conhecer, que a seara deste é longa…

Uma força falha ao poeta, uma força ausente, mas que de dedos
Que não deixam de fluir palavras, que não se ausente, força
Nas letras que esquecemos de citar qual não fossem sílabas!

Letra A, qual seja sua ordem
E outra linha nos apanha, mas agora mais curta
Em que naveguemos os capitães de mais areia
Em que não deixemos recrudescer ocasos a mais
Do que seríamos mais uma linha a completar o tempo.

Outra força falha no dedo, depois de um acorde binário
Sendo a angústia de tantos que não sabemos sequer ensinar
As maravilhas de uma rocha marinha, quem dera, acordada?

Letra qualquer que não nos atinemos em lógicas funestas
Pois de letra apenas não se nos consome aprender no fogo
Do próprio conhecimento em que andamos sob o sol
Do elemento éter, terra, água e igualmente céu!

Não há muita força nos dedos, apenas o consonante respirar
De que dizem ser um cavalo, mas a poesia recorda tempos
Em que se estudava para fugir da vida, ainda que nela inserida.

E, finalmente, não propriamente gran finale, mas o poético encontro
Já crescendo a maré do verso, e o gran miríade de pequenas rochas
Em pedras portuguesas, em mosaicos bizantinos, na plêiade
No que porventura em palavra mágica o mundo não estivesse em guerras.

O encontro, o diálogo, uma música em um gueto, a troca de frase
Algures a poesia falando consigo mesma, em um contraponto
Quase bachiano de sabermos que não estamos sozinhos
Quanto de poder achar as coisas do poder apenas estratégia de incautos!

Ver-se um homem e uma mulher distantes do farol de avisos, amando,
É flor que transcende a vida isolada de uma árvore, quando um seu amigo
A transporta em companheirismos mútuo oferecendo sua presença
Em que a árvore orgulha-se de abrigá-lo sob a ramagem de remansos…

A força agora cessa, e os olhos cerram com a noite, na esperança
De que toda a resiliência seja resiliente, a saber, que não precisamos
Usar de palavras que denotem a própria força, pois de outras ao que sabemos
O mar o diz com seus eternos movimento de milhares de ondas...  

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