Estamos
todos em um imenso oceano, a que cada onda possa ser um reflexo
espiritual, mas no entanto torna-se cada vez mais sólida a abordagem
material do mundo, de nosso universo, de nossas atitudes perante
nossos próprios e sagrados tempos. Não possuímos a memória de
nossas devoções, a que um serviço, ou seja, viver feliz, repetindo
como um serviço a Krsna: bhakti. Deus pode assumir o que é a
qualquer um, não necessariamente em uma escritura seja o único, mas
que é uno independente das escrituras… Existem os espíritos das
florestas, e igualmente seja óbvio que o homem não é superior
espiritualmente a um asno, ou uma vaca. Consagrarmos mais respeito ao
nosso entorno nos fará ver igualmente que o atomismo divino
permanece em cada partícula infinitesimal da matéria, pois Deus é
onipresente, e em cada voz de nossa consciência, pois Ele é
onisciente. Essas são premissas de um devoto, mas sabemos que cada
cidadão tem sua liberdade de pensar o que quiser, inclusive da
inexistência de um criador Supremo, já que as faculdades inerentes
da ciência ensarta o conhecimento no cordão das maravilhosas
engenhosidades humanas. É facultado a nós o direito, e não
precisamos ser bárbaros para admitir que Roma bem o conheceu. Por
uma mescla do pensamento aprofundado, igualmente pela faculdade de
pensarmos filosoficamente as várias vertentes do planeta que
estaremos chegando a níveis mais densos e intensos de conhecimento.
As letras, as artes, o conhecimento, a técnica e nossa memória de
quem somos por aqui, dentro de uma democrática idiossincrasia e
dentro de nossas participações em diversos processos, desde um
projeto de economia sustentável a uma profissão liberal, ou mesmo
em um trabalho, desde que este seja mais merecedor do que uma
exploração desenfreada, e que as formigas nos ensinem, pois são
iguais em trabalho e organização, a vermos quão densa e
maravilhosa é a Natureza, nossa maestrina.
Nunca
é bom estarmos litigantes com algo, pois isso pressupõe desgastes
com relação a uma reivindicação que deveria estar sob uma
planificação mais lógica e humana, tornando a sociedade de certo
modo mais inacessível. Falemos igualmente das coisas da matéria:
ela, em si, sua transformação, a necessidade de todos pelas
matrizes energéticas e como dispomos destas em nossos países. Em
tese, um país de grandes reservas primeiro deve atender à demanda
de seu povo, para depois se preocupar com o excedente. Fechar
fronteiras da nação para evitar a busca internacional dos países
ricos com relação às riquezas dos mais pobres é um motivo de
sermos mais patriotas com as nossas reservas minerais, da natureza e
seus recursos, sem falar de nossos recursos humanos, de nossas
inteligências, da arte, da cultura como um todo… Não há conteúdo
mais próprio do que pensarmos que países mais ricos possuíram em
seus processos de civilização riquezas que acumularam muitas vezes
espoliando os mais pobres. No entanto, tiveram em suas origens fases
mais rudimentares e, através de independências reais e históricas,
se permitiram desenvolver pelo menos para melhorar a vida de suas
populações. É um tipo de lição básica: em uma casa, os pais
tratam os filhos com igualdade, dando-lhes as mesmas oportunidades,
dentro dos limites de uma família responsável e saudável, dentro
de um ambiente digno, mesmo com dificuldades. Esse é um pensamento
nuclear, sólido, dentro da noção que temos da primeira fase da
sociedade, onde os filhos, quando exemplares, muitas vezes superam os
pais, ou ao menos os igualam. Surgem os direitos, surgem os deveres…
A escola, a Universidade, o trabalho. Se em um país todos os seus
filhos têm oportunidades iguais, direito à escola, ao alimento, ao
trabalho, às artes, faz-se um país melhor no sentido de agregar
riqueza de dentro para fora, com suas próprias pernas. Remeta-se a
isso a questão da terra, do alimento, dos livros, da alfabetização
completa, de fontes confiáveis que não faltem com a verdade e a
erradicação das drogas como algo que efetivamente exclui a
consciência deixando massas alienadas, no que antes muitos supõem
fuga a tudo, ao sistema, ao status quo, no diálogo previsível dessa
atitude ignorante que busca o escape sem saber realmente os níveis
do que é real ou não dentro de nossos arcabouços sociais.
É
verdade que a televisão como nos é dada hoje aliena e joga com
estruturas de poder. Raramente presta serviço que informa sobre
algo, como a situação climática, as ocorrências policiais, os
desmandos da ilegalidade de certas ações como políticos e empresas
corruptas, etc, mas não oferece guarida a serviço de uma
contestação ao que se monta no cenário social, exclui notícias,
torna-se parcial, manipula opiniões e empodera falsos líderes. Seja
um observador liberal ou conservador, ou ainda, de direita ou de
esquerda, resta que olhemos com um olhar melhor sobre aquilo que
acaba se tornando a anti-história de uma nação, posto não haver
progressos substanciais a respeito do andamento de uma “família”
que se desacerta…. Um homem ou uma mulher já é suficiente para
ter atitudes que emanem respeito social. A diplomacia e o bom senso
são os fatores que agregam valor à sociabilização humana. Esse
mesmo respeito humano, extensivo – já que temos o poder de sermos
mais “fortes” - aos outros seres, nos capacita, dentro do mesmo
olhar de vital importância, a construirmos barreiras intransponíveis
ao oceano da tirania, da desavença, da hipocrisia e da intolerância,
barreiras essas que erguemos com a consciência de todos os extratos
sociais, a começar por lideranças verdadeiras por índole e origens
históricas. Jamais teremos líderes sem memória, construídos por
interesses passageiros, por gana de poder, ou mesmo na sinistra
memória que torna sinistro um quadro que o elege, sabendo-o desumano
e intolerante…
Resta
que saibamos caminhar, todos, e que caminhemos observando o chão,
aprendendo com a terra, sabendo do mar em sua superfície e no que é
o ser marinho, e ao céu dando a reverência aos seus seres a à
amplidão que nos separa das estrelas… Isso é um fruto maduro de
se conhecer e aos homens e mulheres, desde muito jovens, que lhes seja
aberto o leque para que saibamos quando já mais velhos que a
educação vem do planeta, e as letras e imagens são frutos das
nossas interpretações e, portanto, passíveis de mudanças ou mesmo
melhores atualizações, sob a circunstância de melhorias na
humanidade e sua relação com o mundo.
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