terça-feira, 26 de setembro de 2017

O SORRISO DE ELIZABETH

Algo de franqueza, no imaginário que seja de uma grande cidade
Verte o panorama de céus tremendamente iguais quando das nuvens
Que talvez preparassem outras cores mais decentes do que o usual…

Uma ponta de sorriso discreto em uma janela, que Lize se permitiu
Ao ver das cinzas do concreto mãos de outras obras em silêncio.

Passa-se o carro a quase atropelar um homem, carro ferido pelo piloto
Que aprende em um game, um pouco também do pujante war game
Quando fenece um amor que seria impossível se não fosse ilusão!

Nada, e Lize sorri por trás de janelas encobertas por uma cortina azul
Em que gradeamentos não apareçam na janela, mas que vê filtrada
Por entranhas de ferro o azinhavre que se aproxima da próxima pintura.

Há que raspar os pelos do ferro, de talha, de ferramenta onde o gel
Não encontra mais pressupostos de ser apenas um detalhe do óleo.

A vida se encontra com a arte de Lize, ela que está na solidão de espera
Quando urge por uma voz qualquer, que esta ao menos não apareça do nada.

Outros creem nos diplomas, em geral que não os possui na cátedra em que
Muitos se fabricam mentes em privilégios de seus erros serem contábeis
No orçamento previsto em distribuir falácia aos que são mais ignóbeis.

Ao menos que suceda uma literatura de antemão consagrada por quem lê
Encontrando algo na fonte encoberta de um anonimato sagrado em fé
Apenas naquilo que em parte são letras e em outras significados…

Haja vista a própria visão de um quase visionário na opinião alheia
Naqueles de saga tão peremptórias quanto um livro acabado em que ponteia
O diálogo inexistente, posto aparecerem os autores sem a pecha do buscador.

Nesse ínterim de perscrutarmos a verdade, é a presença da lógica por vezes
Uma acentuada escada de comportamentos em que a perdemos muito
Quando estamos centrados dentro do antropocentrismo quase autofágico.

Em que parte Lize sorri, mas sorri de seu imo, sorri primaveras, tende a si
Ser a mulher que seja a mulher, não uma outra pessoa com missões incautas
Quando percebe que o que vê é um carro com pronunciadas orelhas nas portas.

Digamos que Lize sorriria francamente, em modo sincero, mas em suas costas
Está a história de um lar acabrunhado, assim, ela defronte à janela, turva
No sardonismo de não saber se o correio lhe sorriria um santo que lhe pertença.

A troco de saber mais sobre seu tempo, Lize escreve muito em seu reflexo
De mulher esperançosa na sua intensa maturidade, a prescrever no diário
Algumas palavras mais que lhe deixam o sorriso pendurado na ironia.

Mas não deixa de ser um belo sorriso, um sorriso de aurora, meio cinza
No resto do inverno quente do desequilíbrio que não queremos ver
Quando o climatério vê dentro do ser a inquietação do novo milênio!

Sorria, Elizabeth, estaremos outros situados na vida quase real do sincero,
Estaremos esperando pela emancipação e libertação de todos mais humanos
Quanto da humanidade não se ressinta que não possamos sorrir com razão.

Essas pátinas que encobrem o tempo, este eterno tempo, lembram de um sorriso
Que as tornam transparentes, um gesto de carinho que novamente o tempo
Deixa sorrir na memória quando tocamos gentilmente a presença da realidade...

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