terça-feira, 19 de setembro de 2017

ALGO DE FALAR

Um tempo inconsistente nos impede por vezes de respirarmos
Alguma fala do que o inconsciente nos dite, mas que respeitemos
No que não se prescreve na receita, a reverência sutil e próxima
De um ser atemporal que nos encerrasse o desejo das veias…

Temos muito a dizer, verbo inconsequente, que sejais a fama
De outra fama que não prescreve o tanto a que a saliva não falte
Quando articularmos a presença sutil de quaisquer performances!

Nos modos meio altercados vemos a profusão de quase significados
Tergiversando com palavras de ordem absurda, no mesmo grilhão
Reinventado com história própria de um quase verso meio abstrato.

Essa mesma não forma da película de nossos sentimentos inacabados
Perfaz a superfície crua das pérolas que entornamos ensartadas
No cordão onde tudo repousa quando encontramos o véu de Maya.

A ver que muitos não fazem o mínimo significado em seus ventres
De gentes adornadas com grampos maciços do mesmo aço
Que certas rodas adoram como material em si no quase plástico.

De se construir um dia não há a fala correta quando não condizemos
Na superfície serena de uma dúvida, na correção de um pressuposto
Onde nem tudo que é vertente inaudível não possa ser mensagem…

Talhemos por bons dias, quais sejam, a vida sem amálgamas de fel,
Sem regurgitarmos rancores, pois a atração que exerce uma rainha
Por vezes faz do peão um movimento de uma torre em descasos.

Nos quilates do tempo algo eterno, falemos de outro tempo que veio
Em plagas de escalas gigantes, onde o raio de alcance não nos vete
A semelhança de um quase território onde o homem e a mulher
Encontram em si um completar-se de vidas traçadas pelo non sense.

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