Nos
dias que temos à frente de uma poesia pétrea
Por
vezes saibamos da força de um sol silencioso
Qual
brando fosse pensar na sua mesma existência
Que
não nos silencie, como ao silêncio nos tornam…
A
ver, que é o brando sol, quase branco, de nuvem
Que
se apresenta ao lado de outras luas que surgem
No
céu de infinita profundeza como a um mar
De
onde escutamos a maré noturna a esperá-lo!
Sol
ditame, que não cansa, que recolhe mastros
Que
se oculta por detrás das tempestades e, quando retorna,
Veste
o cais na brandura de suas cálidas veias
Sobre
a superfície algo molhada da alfombra do madeiro.
E
quando ressurge, em primavera que já não é a mesma
Vem
profuso, aprofundando flores, exercendo a cidadania
De
uma Natureza verdadeiramente inteligente
Posto
não existir razão fora que não seja intrínseca sua ausência.
O
sol algo de quartzo na corredeira, algo de rio de mantras
Aquém
dos brilhos das estrelas: maior, gigante,
No
modo que pensemos, ao modo que é distinto
De
tantas e tantas outras naturezas humanas!
Falar
do sol é como tecer um amor gigante, etéreo,
Mesmo
sabendo de pequenos vermes que se revolvem
Secando
em sua presença, na parecença de viverem
Em
uma escuridão túrgida, úmida e turbulenta…
Aparece
o sol, quanto de ser ele que fosse mais
Em
que não temos certeza de sua grandeza:
Mas
que a um olhar mais apurado e atento
O
verso termina antes do ciclo de mais um dia.
Esse
mesmo sol que alimenta o húmus do camponês,
Que
verte na roupa de um andarilho o conforto do calor,
Despe
o mar revelando a própria transparência
De
um olhar terno e azul quando o tempo não nos reduz.
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