sexta-feira, 29 de setembro de 2017

ESPERA DE DIAS SEM CONTAR

          Emília trouxera sua bagagem da viagem à Europa. Entre seus itens, variados objetos, pequenas esculturas, um pouco da outra boa bagagem do mundo velho, de muitas heranças, enfim, ela se tornava mais – aparentemente – a um tempo e a uma experiência maior: por quantas foram as histórias da civilização que encontrara… O que foi a civilização, e como esta estabelecia seus padrões mais atualizados, pois a eletrônica lá oferecia a passagem mais verdadeira, ou melhor, uma realidade em muitos e muitos lugares, sem, no entanto, sacrificar a tão necessária arte.
          Encontrou Emília seu apartamento como o deixara, em que os cuidados de Clarice foram fundamentais. Clarice havia saído para comprar pães e iogurte. Encontrou com Emília já dentro do apartamento, e seria redundante dizer que ela estaria deitada se espreguiçando em sua cama, em seu lar, saudosa de seu canto. Viera como sempre, sem maquiagem, de jeans um pouco desbotado e uma blusa de algodão com um pequeno colete de linho, azul-turquesa, combinando com seus olhos. Ambas tinham mais de cinquenta anos, de boa e cúmplice maturidade, naquele sentido em que grandes amigos por vezes em um mero olhar encontram nobres reflexos. Clarice a olhou descansando um pouco, eram oito e meia, guardou a bicicleta nos fundos, pendurou uma roupa lavada com poucas peças, e garimpou suas notas observando perscrutadora que o dinheiro fora suficiente, aquele que lhe deixara Emília antes quanto de ter saído há um pouco mais de mês. Não contara os dias, apenas esperara por muitas coisas, a rotina, o jornal do dia seguinte, uma carta qualquer, a melhor hora de ir ao banco, ou a paciência de ignorar quando se jactavam em ofensas em pensar que era solitária, e que, no entanto, pudera ser por opção. A vida depois de seu divórcio litigioso fazia lembrar algum filme, quiçá uma anedota, das partes de fora de sua existência, posto ainda ser muito atraente e infelizmente naquele bairro só encontrava um chauvinismo renitente. Vá lá, que a vida poderia ser mais equilibrada, mas considerava por vezes a opinião alheia. Os vizinhos como Eliseu, por exemplo, viviam se perguntando o que se passava em casa de Emília, por motivos maiores que não passavam da curiosidade típica dos vizinhos incultos saberem mais sobre a vida daqueles que são autênticos por natureza. Aquilo de ritmos, de acentuação em horas de fala, do destoante, idiossincrático, quem dera, um pensamento mais intenso sem tantos verbos… Um acobertar-se na realidade do cobertor, lã, vértices do conforto, quem sabe, se não houvesse um cidadão descoberto.
          Emília esperava. Alice esperava. Não temiam uma vida mais rebuscada, pois naqueles tempos os gadgets preenchiam os seus tempos de outros, de uns mais, a função quase obrigatória e os índices de curiosos caminhos alternativos. Mas porventura não seria a vitalidade de um display internacional que ajudasse? A eletrônica versava tanto no mundo… Seria indiscreto dizer de alguns ou muitos que não estivessem participando dessas inovações, pois as mudanças tecnológicas existiam nos estabelecimentos em geral, como em uma instituição de fornecimento de água, por exemplo, no mercado e igualmente nas TVs. Tudo seria tão próximo. Até a Europa, com suas fotos de 360 graus, seus filmes e museus. Mas Emília vira o impressionismo, vira o tachismo francês, suas pinceladas com volumes, a luz, a diferença de ver uma tela a dois metros, ou se deslocar para apreender a pintura e sua inerente realidade de ser, de objeto existente, e não o bitmap dos pixels que sem sombra de dúvidas não representa uma obra de arte como ela é. A literatura por sinal se revelava o bastião da nova imprensa, da nova galáxia de Gutenberg, da universalidade das letras e sua consonância primorosa nos avanços da arte, a mesma palavra literatura que não esmorece. Talvez não fosse muito afirmar que o meio abstrato da palavra rege até mesmo quaisquer sistemas digitais, quais não sejam os números que vêm como acréscimo fundamental, no que a música signifique a sua natureza essencial: o ritmo, o compasso, as notas! A união de ambos – número e palavra – segue-se à não espera, pois se contamos, no tempo podemos ler, e se lemos, nas páginas contamos por vezes, quando a tarefa é longa. Assim, sem esperar de dias, a que Emília não contara, pois agregara conhecimento, e este é tão importante que passamos pelo mundo a adquiri-lo sem muitos contratempos, já que a sede que muitos tem por ele é retroalimentadora. Nunca é demais conhecermos, e de um bom diálogo reside o fato e de sem contar-se a uma leitura das boas é vertente cabal que não termina, assim seja, sempre. Esse mar digital ensombra, deveras, e é nele que devemos estar atentos para não esquecer daquele que emerge de suas profundezas para ensinar ao homem o nome do Oceano. Emília o atravessara, em lócus, permanente viagem pelo insondável, pois um pequeno inseto por vezes não consegue atravessar um fragmento de terra. A Natureza não espera, nossas reverências a ela.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

O ASPECTO DISSONANTE DE UMA DESUNIÃO

            A princípio todos são iguais, mas essa premissa é válida em uma Declaração Universal que nos resta contestar de onde vem e como a distância que separara o ideal em relação com a nossa realidade aponta um tipo de hipocrisia onde a fonte das premissas invalida ações que se pautem por justificativas sem teor de verdade. O desunir-se, a diáspora gera gérmens residentes em nossos corpos físicos e sociais, em patologias novas que nem mesmo a psiquiatria dá conta de classificar. Deem licença, pois de um lado profundas transformações mudam as dimensões da psique humana, e por outros fundamentam-se antigos discursos de mudanças que acreditam necessárias desde épocas de queimar pneus, em grupos que se dizem resistentes postando-se como anarquistas nos intervalos da maconha. Tudo bem que cada qual prefira, tudo bem que cada qual roube, trafique, mate, mas existe a lei que se dá no processo de nossas garantias de segurança, e estabelecer latitudes menores ou menos piores vira semente de cada indivíduo no cerne das sociedades: o pobre vira traficante e o rico vira corrupto e ladrão. Há modalidades de roubo, há interesses em jogo, e à medida que as coisas vão ficando mais ocultas por uma cosa nostra revisitada nas Américas, fica difícil estabelecer padrões de condutas espelhadas por vezes nos mais altos escalões do Sistema Jurídico. Restaria a nós contestar alguns paradigmas, mas a desunião de uma Nação faz com que a luta na esfera política seja sempre o toma lá dá cá, a obtenção de vantagens, o diálogo às avessas, o cumprimento de mandatos equivocados, a destinação doentia de orçamentos – suja – e a supressão de reformas onde a maior parte da população em sua carência necessita para melhorar ao menos as suas condições de vida: a vivenda, a alimentação, o descanso justo, seu lazer, suas leituras, seus estudos e as oportunidades de crescer academicamente e tecnicamente como seus iguais na Declaração referida no início do parágrafo, mas que infelizmente tem se tornado ao longo dos tempos fruto de uma organização que apenas tem interesses unidos em botar as suas garras em cima das riquezas dos mais pobres, paradoxalmente, vinculando o nome de Organização das Nações Unidas com a hipocrisia desde seu nascituro. Fosse isso não tomariam parte da OTAN, ou do G8, as algumas de tantas faces que impõem as mesmas garras, ou propriamente as suas incansáveis intenções de fazerem de países que lutam por sua independência, meros coadjuvantes de um desenvolvimento com resultados reflexos e pífios.
            Há que se impor a um país uma ideia de que seus habitantes e seus estrangeiros que vem por cá a ajudar em seu novo patriotismo e carinho pela nossa terra uma União que esteja presente nas diferenças, a cada qual, às funções, ao rotor que nos move as consciências, pois aqueles que vêm em missões de nos golpear, temos que mandá-los a que nos respeitem como nação, nem que o seja dispensando sua pretensa ajuda ou clarificando as evidências que estes estejam pecando contra nosso patriotismo: de construirmos uma nação para todos. Essa diáspora que não precisamos citar revela um nível ao mesmo tempo fracionado e totalizante de predisposição à violência em que verdadeiras castas de homens e mulheres imparciais só enxergam o fator ideológico, a vivência do que aprenderam ainda novos – quando já velhos de atitudes agora – em grandes universidades do planeta, conhecimento adquirido para apenas possuir maiores molinetes para pescar muitos bem intencionados pelo meio do caminho. Obviamente, para ser importante em alguma grande emissora de rádio-tv, ou no vice versa do grande domínio da WEB, a desonestidade vira um fator generoso para se conseguir uma boa posição, havendo-se de importância citar que as grandes redes de comunicação passaram a ganhar seus status de dominação coadjuvando com iguais e reptílicos níveis de corrupção da classe política, não obstando bastar-se a seleção de candidatos a atores e telejornalistas, bem como as origens e corruptelas jurídicas de como surgiram e se estabeleceram esses gigantescos oligopólios de comunicação. Em resumo, forma-se um poder paralelo, onde os atuantes mais velhos ou de hábitos mais antigos acabam por se alicerçar nas informações que recebem dessas duvidosas fontes, e uma grande massa de categorias profissionais dessa área acaba por derivar na neutralidade da sobrevivência, se acovardando como jornalistas que deveriam estar na base crítica da sociedade.
            Esse é o introito de uma questão pouco complexa, a ponto de devermos estar cientes de qual interesse nosso país é vitimado, esse interesse que atravessa fronteiras e acaba por dar nos costados da matriz energética mais importante do planeta neste princípio de milênio onde ainda não se ajustou a solução da falta que nos fará o petróleo, e de sua corrida ao controle de todas as reservas mundiais, a saber que não falamos apenas dos impérios, mas do que tudo isso significará em termos de traumas e feridas crônicas nos povos em vias de pauperização nos países que possuem grandes jazidas dessa matriz energética. Enquanto não estabelecermos o grande padrão de que uma estatal que dá lucros satisfatórios à União jamais deve ser privatizada, enquanto soubermos de uma vez por todas que um serviço estratégico nunca deve parar nas mãos de estrangeiros, não veremos um país melhor, pois não é traçando amigavelmente paralelos desenvolvimentistas com um país fora de nossa realidade – de nação que emerge, ou que ao menos tentava emergir – a riqueza que idolatramos do “outro” só nos servirá para sermos capachos nas barganhas que o grande capital impõe às sociedades mais vulneráveis, em consciência crítica e capacidade de defesa. O Papa Francisco está certo quando diz que a casa comum é a igualdade mais acentuada das riquezas entre todas as nações do planeta Terra: a nossa casa.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

O SORRISO DE ELIZABETH

Algo de franqueza, no imaginário que seja de uma grande cidade
Verte o panorama de céus tremendamente iguais quando das nuvens
Que talvez preparassem outras cores mais decentes do que o usual…

Uma ponta de sorriso discreto em uma janela, que Lize se permitiu
Ao ver das cinzas do concreto mãos de outras obras em silêncio.

Passa-se o carro a quase atropelar um homem, carro ferido pelo piloto
Que aprende em um game, um pouco também do pujante war game
Quando fenece um amor que seria impossível se não fosse ilusão!

Nada, e Lize sorri por trás de janelas encobertas por uma cortina azul
Em que gradeamentos não apareçam na janela, mas que vê filtrada
Por entranhas de ferro o azinhavre que se aproxima da próxima pintura.

Há que raspar os pelos do ferro, de talha, de ferramenta onde o gel
Não encontra mais pressupostos de ser apenas um detalhe do óleo.

A vida se encontra com a arte de Lize, ela que está na solidão de espera
Quando urge por uma voz qualquer, que esta ao menos não apareça do nada.

Outros creem nos diplomas, em geral que não os possui na cátedra em que
Muitos se fabricam mentes em privilégios de seus erros serem contábeis
No orçamento previsto em distribuir falácia aos que são mais ignóbeis.

Ao menos que suceda uma literatura de antemão consagrada por quem lê
Encontrando algo na fonte encoberta de um anonimato sagrado em fé
Apenas naquilo que em parte são letras e em outras significados…

Haja vista a própria visão de um quase visionário na opinião alheia
Naqueles de saga tão peremptórias quanto um livro acabado em que ponteia
O diálogo inexistente, posto aparecerem os autores sem a pecha do buscador.

Nesse ínterim de perscrutarmos a verdade, é a presença da lógica por vezes
Uma acentuada escada de comportamentos em que a perdemos muito
Quando estamos centrados dentro do antropocentrismo quase autofágico.

Em que parte Lize sorri, mas sorri de seu imo, sorri primaveras, tende a si
Ser a mulher que seja a mulher, não uma outra pessoa com missões incautas
Quando percebe que o que vê é um carro com pronunciadas orelhas nas portas.

Digamos que Lize sorriria francamente, em modo sincero, mas em suas costas
Está a história de um lar acabrunhado, assim, ela defronte à janela, turva
No sardonismo de não saber se o correio lhe sorriria um santo que lhe pertença.

A troco de saber mais sobre seu tempo, Lize escreve muito em seu reflexo
De mulher esperançosa na sua intensa maturidade, a prescrever no diário
Algumas palavras mais que lhe deixam o sorriso pendurado na ironia.

Mas não deixa de ser um belo sorriso, um sorriso de aurora, meio cinza
No resto do inverno quente do desequilíbrio que não queremos ver
Quando o climatério vê dentro do ser a inquietação do novo milênio!

Sorria, Elizabeth, estaremos outros situados na vida quase real do sincero,
Estaremos esperando pela emancipação e libertação de todos mais humanos
Quanto da humanidade não se ressinta que não possamos sorrir com razão.

Essas pátinas que encobrem o tempo, este eterno tempo, lembram de um sorriso
Que as tornam transparentes, um gesto de carinho que novamente o tempo
Deixa sorrir na memória quando tocamos gentilmente a presença da realidade...

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

A UNIÃO DE TODOS EM UM PAÍS PODE SER O CAMINHO PARA QUE RESGUARDEMOS NOSSAS ESPERANÇAS NÃO EM SALVADORES ESTRANGEIROS, MAS NA SOLIDARIEDADE EM BEM RECEBÊ-LOS PARA CONSTRUIR COM ELES NOVAS ESPERANÇAS AO MUNDO COMO UM TODO.

SE A VIDA NÃO SE RESUME EM FESTIVAIS, QUAIS SERÃO AS ESTRANHAS FESTAS PARTICULARES DE GENTE PODEROSA?

O PROPÓSITO DA EXPERIÊNCIA LAICA DO HOMEM E SEUS GOVERNOS É ACREDITAR EM UMA UTOPIA SOCIALISTA DENTRO DE UM REGIME DEMOCRÁTICO, QUANDO NOS APERCEBERMOS QUE O FILHO DO OPERÁRIO PODE SER DOUTOR, POIS SE O OPERÁRIO RECEBE MAIS PODE MANTER-SE - APESAR DE CERTOS ESCARNECIMENTOS BURGUESES - DENTRO DA CIDADANIA E DIGNIDADE DE CADA TRABALHADOR NA TERRA...

A HORA QUE OS PAÍSES TORNADOS GIGANTES EM SUAS HISTÓRIAS PERCEBEREM QUE NÃO TARDAM A FENECER SOB JARGÕES ICONOCLASTAS, É HORA DE PERCEBERMOS QUE NÃO É DA OBRA ROMANA QUE QUEREMOS A CONSECUÇÃO.

O QUE FAZEMOS DE UM MUNDO SENÃO PONTUAR PARA QUE SEJA MELHOR, AO INVÉS DE DESFILARMOS NOSSOS MÍSSEIS PARA O REDUNDANTE DESCASO EM RELAÇÃO A PROBLEMAS MUITO MAIS COMPLEXOS DE RESOLVER DO QUE O DILEMA ENTRE O OCIDENTE E O ORIENTE?

NADA DO QUE FOI SERÁ DE NOVO, MAS SE O NOVO É ALGO DIFERENTE, POR ASSOCIAÇÃO DEVEMOS AFIRMAR QUE ESSA DIFERENÇA SÓ EXISTE SE O PRECONCEITO ESTIVER ENVELHECENDO E SE DETERIORANDO.

É ESTRANHO E ULTRAJANTE MANTEREM-SE DE PÉ AQUELES QUE PROPÕE O NADA ESTRUTURAL DENTRO DE UMA CONJUNTURA DE CONFETES PARTICULARES.

HÁ ÂNCORAS QUE ESTÃO TÃO PROFUNDAMENTE CRAVADAS NO PRETENSO JORNALISMO DE ESCOL QUE NÃO SABEMOS NEM SE ELAS ESTÃO ATRELADAS A BARCOS MAIORES E MAIS PODEROSOS.

UMA TELEVISÃO QUE PERPETUA UM GOLPE TRAMANDO OUTROS CONTRA GOLPES NÃO MERECE QUE LHE DEEM CRÉDITOS QUANDO APONTA BARBARIDADES QUE INDIRETAMENTE COMETEU.

NA DOSAGEM DE UM MEDICAMENTO ESTÁ NÃO APENAS A ESPERANÇA DA CURA, MAS O DESESPERO EM PENSAR QUE NÃO SE TENHA SEQUER ACESSO A ELE.

O VERDADEIRO CONSORTE DAQUELES QUE SE AMAM É UM LIVRO DE LITERATURA CLÁSSICO, POIS ENFEIXARMOS PALAVRAS COM TERMOS HIPERBÓLICOS É APENAS TENTAR OCULTAR O INVISÍVEL, O NADA QUE EXISTE.

PODEMOS QUASE SABER O QUE SEJA UMA NOTÍCIA, MAS FEED DE NOTÍCIAS FALTA DE SABERMOS O QUE SIGNIFICA EXATAMENTE O FEED.

É FÁCIL FALAR DO AMOR QUE SE NÃO SE AMA DIZENDO O OPOSTO QUANDO AO SINAL DO MENOR REVÉS A FRASE AMOROSA JÁ SE PERDEU NA LINHA DO TEMPO.

A CRÍTICA SERVE PARA QUE OS PRÓPRIOS DONOS DAS EMPRESAS QUE NÃO A ELA RESPONDEM PASSEM A PELO MENOS DEBATER EM SUA IMENSAS SALAS O DIÁLOGO QUE POR VEZES TORNA-SE A SEMÂNTICA QUE FOSSE AO MENOS UM PROGRESSO HUMANO.

POR VEZES QUE SE FALE NA REDE SOCIAL, MAS QUE REDE É ESSA EM QUE TODOS FALAM SEM CONSIDERAR REALMENTE O QUE SEJA A SOCIEDADE FECHADA DESSA VIRULENTA REDE?

sábado, 23 de setembro de 2017

NA VIDA DE UM MARINHEIRO ESTÁ A RESPONSABILIDADE DE ATRAVESSAR PROCELAS QUE POR VEZES SÃO QUASE INSUSTENTÁVEIS: AÍ É QUE SE REVELA UM CAPITÃO.

A CORRUPÇÃO É IMPERDOÁVEL PARA QUALQUER UM, MAS ATIRAR PEDRAS COM TELHADO DE VIDRO É PIOR AINDA.

TODO AQUELE QUE PRESUME QUE O INFERNO É UMA QUESTÃO DE TEMPO, JÁ NELE ESTA NATO, INDEPENDENTE DE SEUS PARAÍSOS FISCAIS.

HÁ GENTES QUE QUEREM CONTROLAR NOSSOS PENSAMENTOS E, QUANDO SE DÃO CONTA, UTILIZAM CARTILHAS TÃO ANTIGAS QUE NÃO ACOMPANHAM A ATUALIZAÇÃO DE SEUS NERVOS.

SE HÁ PAZ, O PRÓPRIO PENSAMENTO NELA ESTÁ PROFUNDAMENTE CORRETO, POIS NÃO HÁ VIDA NEM LIBERDADE SEM ELA.

SE HÁ UMA GUERRA CONFORME MUITOS PENSAM, APENAS AS ROUPAS SÃO TROCADAS, POIS OS ESPÍRITOS PERMANECEM EM QUAISQUER VESTES.

ESTEJAMOS SEMPRE ATENTOS, POIS AO LADO DE PROFUNDAS REVOLUÇÕES TECNOLÓGICAS CAMINHA UM LONGO TREM QUE MARCHA NO SENTIDO DAS MUDANÇAS HISTÓRICAS.

CONSEGUIREMOS REDUZIR AS TAXAS DE ANALFABETOS QUANDO O LETRADO SOUBER O QUE SE PASSA NAS TELES.

SERÁ REDUNDANTE FALAR QUE A LITERATURA NÃO PRECISA DE PRÊMIOS NEM DE FORMAÇÃO, POIS DE RECONHECIMENTOS PRECOCEMENTE VAZIOS O MUNDO ESTÁ COMPLETAMENTE SATURADO.

GANHA NO MUNDO MILITAR AQUELE QUE RESPEITA O POVO QUE LHE DEU A FUNÇÃO DE ZELAR PELA SEGURANÇA, APENAS.

QUE OS MILITARES QUE DESEJAM A INTERVENÇÃO FIQUEM MAIS BEM COMPORTADOS NAS SUAS INTENÇÕES DE PLANTAR MALDADES EM SOLO ÁRIDO DOS SEUS PLANOS.

NÃO É OBRIGAÇÃO MORAL O COITO, NEM PARA VELHOS NEM PARA MOÇOS, POIS A VIDA NÃO SE TRADUZ NA RELAÇÃO SEXUAL COMO FIM EM SI MESMO.

A TÍTULO DE REFRESCO, A BONDADE AINDA É A MELHOR QUALIDADE DE VIDA.

VERTER A ESPERANÇA DE UM SER SINCERO É COMO FRACASSAR ASSUMINDO A MALDADE COM JUSTIFICATIVAS INSINCERAS E HIPÓCRITAS.

AO MENOS QUE A EUROPA REVEJAM SEUS CONCEITOS, AO MENOS QUE GANHE A TOLERÂNCIA COM RELAÇÃO AOS IMIGRANTES QUE NESSE CONTINENTE AO MAIS SEJA DE ABRIGO.

PARA QUE SERVE UMA ENERGIA LIMPA SE SUJAM A TORTO E A DIREITO COM A ENERGIA SUJA?

JAMAIS HAVEREMOS DE ACERTAR UMA UTOPIA, POIS A PALAVRA JÁ DIZ QUE OUTROS QUE A TENTEM JÁ FRACASSARAM NOS SEUS MODAIS EXPLORATÓRIOS.

NOSSOS CICLOS DE VIDA NA TERRA SIGNIFICAM O TEMPO EXATO DO QUILATE DE NOSSOS ERROS SOBRE ELA...

NÃO HÁ REGRAS PARA SABER VIVER, MAS APENAS AQUELAS QUE REGEM A HARMONIA DO CONJUNTO ONDE TEMOS A OBRIGAÇÃO DE RESPEITAR A PRIVACIDADE DE CADA QUAL, SEJA VIVENTE HUMANO OU SERES QUE ACREDITAMOS POR VEZES ERRONEAMENTE LIMITADOS.

TRISTE É AQUELE QUE SÓ COMPREENDE AS ENTRELINHAS, POIS A SEMÂNTICA PRÓPRIA DE CADA PALAVRA EM SEU SENTIDO LATO É QUE NOS ENCAMINHA PARA UM SÓLIDO PENSAMENTO.

A INTOLERÂNCIA É UM ATO IMPOSTO PELA IGNORÂNCIA DE SE COMPREENDER O OUTRO DENTRO DE SI MESMO.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

EMÍLIA ESPERA POR VÍTOR

          Um rescaldo da noite anterior trouxera nossa heroica mulher à tona… Quem sabe não fosse exatamente uma noite bem anterior, quem sabe o seu pulsar se escutasse dentro do coração, ainda que seu trabalho como secretária da associação a trouxesse de alguns associados uma estranheza particularmente real. Nada a ver muito, o Microsoft Word vibrara sonante como uma CPU tremendamente veloz. A culpa fora de Vítor que lhe trouxera do bom scotch. Vítor trouxera notícias da Inglaterra e a derrubada sorrateira da compreensão propriamente continental do que se tornava a Zona do Euro. Mas o mundo não olhava mais para os problemas de muitos países, a não ser a contemplação algo continuada e peremptoriamente paradoxal sobre aqueles que possuíam suas milenares riquezas. Alguns Mandelas trafegavam por todos os continentes e Zumbis apenas viam a cessação de seus quilombos. A miserabilidade era uma pontuação indiscreta frente ao ocaso de alguns sistemas imperiais, assim com em sua forma de mostrar as garras nem tão precisas mais, em termos de estratégia e operativos. De garras que firmavam falsas condutas abraçando como ursos moles os Direitos de Cidadania, mas essas mesmas tenazes de falso aço refletiam no universo do entretenimento páginas que buscavam nos hormônios mais aflorados seu cunho e teor imagético, profuso, caótico, profundamente – porém mal e incompetente – subliminar. Não era nem daria para fugir de um desfecho trágico quando alguém porventura mais inteligente pudesse mostrar que todo o investimento a partir do pós-guerra na indústria do ilusionismo finalmente – e deveras – caía por terra. Eram as notícias de Vítor, que encontrara em Londres as façanhas de melhores pensadores do antigo império, ou seja, de séculos imediatamente subsequentes. Emília era brasileira, e Vítor igualmente cidadão australiano e estadunidense: possuía dupla cidadania. Nesse Norte algo com nexo brilhante em que as escumas de alguns protestos desorganizados e anacrônicos podiam ter a visibilidade efêmera, algumas notícias rugiam por seu construir perene e concreto, notícias de circunstâncias estruturais, sistêmicas, internacionais, por vezes quase amadoras, ou quiçá em colchas de retalhos de ter fontes de retaguardas mais transparentes: com blindagens necessárias em seus vidros! Em países ainda fortemente alicerçados em seus capitais e circunstâncias febrilmente ricas, os povos já sentiam profundas diferenças pautadas pela concentração estranha ao american way of life. O estilo que se tornasse a cruenta dominação – declarada, assumida – não poderia competir com o atraso de séculos e séculos da supremacia romana em que a crueldade se oporia ao novo e mesmo estilo, das democracias “salvacionistas” mesmas do pós-guerra, em detrimento de certas cortinas de chumbo. Não há como apagar sequências históricas concatenadas, momentos que se cruzam, repetições de personas e líderes acachapados em rótulos de controle, códigos ocultos em sistemas que tangem a dominação como um tanque de guerra em um trigal, ou apoteóticas missões religiosas onde o Deus do Amor vira o deus da vingança.
          Surgia em Emília um sorriso ao ver Vítor, com aquele jeans que lhe conferia sempre a mesmice que a ela era agradável… Ele trouxera livros e mais livros. Estava ativo, mas a temporada em que estiveram juntos era tão agradável como o toque fraterno no que se passava entre eles. Um olhar... Bem, estavam no sul do Brasil. Mais precisamente em uma cidade serrana em Santa Catarina, onde as maçãs eram o forte daquele fim de estação. A primavera prometia bons goles de bom vinho, mesmo sabendo que para isso dependeria sempre de um mercado um pouco maior ao menos para se encontrar um chileno. Seria algo magistral a Vítor estar frente a um fogão a lenha, com seu violão ao colo e a presença tão terna de Emília. Três dias se passaram no idílio do encontro, mas tiveram que ir à Capital, pois o recesso de Emília houvera acabado e, desde as novas notícias que ele trouxe, verteriam no trabalho investigativo o modo de como alicerçar uma boa repetidora para o sul, de cunho independente. Partiriam da premissa básica alcançar bons sinais na TV aberta, irradiando ao Brasil as conquistas de sua própria independência, e as mudanças estruturais que se faziam em torno do mundo, como o start da boa navegação em um display, de modo mais profissional e seletivo, ao bom uso do que se quer real, dentro do pressuposto de se compreender o funcionamento. Assim mesmo ao compreender-se um sistema que seja: “Hello World”, como uma string necessária e seu valor na variável destinada que porventura pudesse se chamar amor = x, em que todas as letras outras do alfabeto sejam – concatenadas ou não – estruturantes desse princípio cabal.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

            A página mestre de qualquer país é o que se constitui em suas leis. Em qualquer das verdades e suas faces relativas, porquanto estarmos afirmando coisas baseadas nos sentidos imperfeitos do homem, há, no entanto, prerrogativas. A que se baseia na Carta é a democracia como Estado do Direito, e esperamos sempre que a Ordem do direito substabeleça dentro de um critério humano e sua consorte Justiça que se continue aprofundando e melhorando essa referência – fruto de intensas lutas para se conquistá-la em 88 – mesmo com o sacrifício pelo qual centenas e centenas de pessoas passaram dentro do anonimato imposto pelos veículos de mídia, até chegarmos a esses status. A vazão que dá consequência a grupos de cunho fascista cada vez maior é o resultado pronto em vermos pouco a pouco as nossas sociedades tornando-se “amantes” do militarismo como ordem de fatores, de crerem que a militarização do Poder seria a saída “moral” para o nosso país. É um equívoco pensar desse modo, posto a sociedade se pautar por governos que, ainda mais importante do que ser laico é ser civil. Nosso processo civilizatório, em que qualquer retrocesso no sentido de militarizarmos o Poder, semanticamente, seria desconstruir nossos períodos gramaticais, é fazer com que se cale um protesto inevitável, pois em exemplos anteriores de nossa história mostrou-se que qualquer tipo de ditadura foi má gestora, incluso de si própria, trocando favores com os impérios. Há boatos de muitas técnicas onde a ignorância que pouco a pouco se estabelece naqueles que nunca leram os clássicos de literatura, mas apenas se treinam no estudo da lei, se jactam de estarem na ponta de lança de si mesmos, pontuando pelo acontecimento de eventos de uma juventude realmente cada vez mais alienada e febril em estranha motricidade, esta que vem a dar nos costados da revolução tecnológica dos dias contemporâneos que propriamente por vezes trata de ausentar o ser de si mesmo, o que torna o nada “factível”. Não existe nessa assertiva nada que não seja o valor em si, posto este seja quiçá hoje o fator da sinceridade e a quebra da hipocrisia e da intolerância, como pano de fundo de nosso lavor de principiarmos melhores dias para atenuarmos afetivamente e podermos refletir melhor sobre a onda de violência que está pouco a pouco tomando conta do continente das Américas. Essas são condições onde os cálculos não encontrarão jamais a seara propícia para que possamos fazer uma releitura mais humana do que rege nossa Carta Magna e seus preceitos incoercíveis no processo de andamento de uma sociedade brasileira onde a vitória o bom senso deve rever as tentativas algo irresponsáveis de certos grupos escusos neste imenso país, Brasil.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

ALGO DE FALAR

Um tempo inconsistente nos impede por vezes de respirarmos
Alguma fala do que o inconsciente nos dite, mas que respeitemos
No que não se prescreve na receita, a reverência sutil e próxima
De um ser atemporal que nos encerrasse o desejo das veias…

Temos muito a dizer, verbo inconsequente, que sejais a fama
De outra fama que não prescreve o tanto a que a saliva não falte
Quando articularmos a presença sutil de quaisquer performances!

Nos modos meio altercados vemos a profusão de quase significados
Tergiversando com palavras de ordem absurda, no mesmo grilhão
Reinventado com história própria de um quase verso meio abstrato.

Essa mesma não forma da película de nossos sentimentos inacabados
Perfaz a superfície crua das pérolas que entornamos ensartadas
No cordão onde tudo repousa quando encontramos o véu de Maya.

A ver que muitos não fazem o mínimo significado em seus ventres
De gentes adornadas com grampos maciços do mesmo aço
Que certas rodas adoram como material em si no quase plástico.

De se construir um dia não há a fala correta quando não condizemos
Na superfície serena de uma dúvida, na correção de um pressuposto
Onde nem tudo que é vertente inaudível não possa ser mensagem…

Talhemos por bons dias, quais sejam, a vida sem amálgamas de fel,
Sem regurgitarmos rancores, pois a atração que exerce uma rainha
Por vezes faz do peão um movimento de uma torre em descasos.

Nos quilates do tempo algo eterno, falemos de outro tempo que veio
Em plagas de escalas gigantes, onde o raio de alcance não nos vete
A semelhança de um quase território onde o homem e a mulher
Encontram em si um completar-se de vidas traçadas pelo non sense.

domingo, 17 de setembro de 2017

PERMANECE UM ROCHEDO

Veste-se o pássaro com a fuga por sobre a cumeeira de segundo plano
Onde não se vê – que não as bateu – seus movimentos de asas
Na envergadura de um tempo onde ainda muitos voam em silêncio.

No entanto, as gaivotas gargalham na vista dos peixes que um generoso
Homem oferta na solidão acompanhada dos baldes que felicitam o dia
De um final de semana continental, em que comece agora no domingo…

A poesia é cerzida frente a um arbusto, onde argutos andarilhos por fora
Trazem as notícias de vidas melhoradas, que seja, o próprio poeta
Se felicita se nessas mesmas linhas algumas veredas outras cerzem a luz!

É um domingo pouco diluviano, mas que algumas testemunhas de javé
Trazem notícias outras que podemos trilhar por caminhos de profetas
A que não caberia citar por estes trechos pois a bíblia é texto longo.

Quem dera sermos mais simpáticos a tudo o que nos faz mais felizes
Se cada vertente que não encontramos pelas distâncias do mesmo mar
Nos prega a peça de não sermos tão condizentes com verdades maiores...

ESCOLHA INCERTA

          A troco de sermos sinceros em um idílio de formato bem breve, a escolha que traçamos é a pena de um giz rasgado no quadro negro, um apagar sonante das moedas, a mensagem em si, uma paráfrase na mesma semântica que se aproximasse do ritmo daquela mulher: Emília. Talvez bastasse que a personagem não existisse, mas o explicar é a fonte de alimentarmos as mensagens do mundo… Em sua juventude era mais seletiva com amores, pois era de uma atividade grande no afeto, e preservara incrivelmente essa qualidade na sua atual idade. Seu mundo contemporâneo a fazia pensar de tal forma que – justo com suas manias de cálculos e plantas – sua compreensão se dilatava mais do que o suficiente para ser rotulada como uma mulher do seu tempo. Mas ela não desejava que assim o fosse. Já houvera passado por tempos outros, e o resgate desse diálogo interno a abraçava sempre, desde ainda muito jovem: nada mudando. Mas a apuração desse afeto mandava que fosse mais receptiva em sua cotidiana e interna vivência, a reiterar que a vida individual, quando de uma percepção acurada, é extremamente valiosa. Eli Heil, uma artista do Sul do Brasil, seria um exemplo claro dessa genialidade em plasmar em seu próprio mundo as inquietações e procuras, fazendo-se entender maravilhosamente através da arte. Pablo Picasso, outro exemplo, como uma antena que girasse em favor de seu virtuosismo. Fica o mundo desses artistas, roga-se que se preservem seus legados, pois a imagem mais realista dentro de seu angustiado onirismo da Guerra Civil Espanhola foi Guernica, obra de gênio retratando o bombardeio alemão sobre a Espanha, justamente no local onde vencia a resistência a favor da República, antes da tomada do poder por Franco.
          A escolha incerta na ida e na volta de nossas dúvidas nos fazem tropeçar por vezes, mas um artista expressa seus tropeços, rasga suas obras quando as quer rotas, procrastina por vezes, mostrando algo ao mundo que este não está sempre preparado para sentir e ver, ou ler, ou mesmo escutar. Exemplos são dados para que se saiba que o processo de mudanças reais na humanidade igualmente podem ter um cunho político, um engajamento, com em Camus e Sartre. A mesma cunha em que a filosofia deva existir sempre, a que chegarmos a um termo, mas termos caminhado bastante para tal, e que essa ferramenta duramente – através do estudo mais e mais aprofundado – nos modele qual escultura de bom madeiro.
          Qual não seria dizer que Emília amara mais aos livros do que Oliver, seu único amor. Mais seria dizer que Emília tivera mais prazer no platonismo de seus amores do que propriamente na carne e suas relações que seu companheiro tão sabiamente ensinara. De uma necessidade pouca ao aparentar, mas que ele soubera das coisas do prazer, enquanto doidamente Emília vertia a atenção em tantos e tantos pares de dias aos estudos que o desgaste foi tênue e a separação singela e concreta. Pois a ambos aconteceu de conhecerem o mundo, a ambos foi a relação de companhia sincera quanto o que podemos crer que seja possível das relações saudáveis, sem venenos ou incrementos que não sejam a própria e frutificadora vivência cotidiana entre dois adultos intelectuais ou não, extremamente conscientes como quando ligamos a luz ao ler e desligamos ao dormir, em que a sequência de cada parágrafo iluminado gere mais energia, os watts de minutos na compreensão de séculos, em que depois de desligada a luz por vezes o tato no corpo alimente o espírito com o carinho de um prazer a ser descoberto em cada centímetro. Isso de medidas, de tentarmos narrar o inenarrável, parte daí a importância de coletivizar um texto para chegarmos a ver a dimensão do ser, de sua transparência, de não nos importar o nome, de abolirmos a propriedade sobre o “outro” justamente porque estabelecer esse critério nos faz sermos mais fracos quanto enfraquecemos as nossas posições como seres humanos, nosso moral, nossa segurança em nos sabermos mais fortes quando temos total confiança em quem nos tece a companhia…
          Uma escolha de erros seria sabermos que nada que nos alcance dentro de um padrão coletivo seria de qualquer modo melhor ou pior do que o seu oposto, mas pensarmos em um mundo melhorado para a maioria no mínimo é tal fato que nos remete a uma posição como seres melhores igualmente. Essa é uma dedução, por exemplo, que não se nos dite apenas pensarmos em uma caridade – assaz importante no entanto – mas na razão indispensável de criarmos oportunidades em que cada cidadão possa ter seus filhos em boas escolas e com serviços essenciais de primeira grandeza. No mundo torna-se fato de que todos devem pensar desse modo, para que um que escolha comprar um livro para seu companheiro saiba que termos acesso à cultura é condição sine qua non para termos uma sociedade melhor, sua indústria melhorada, melhorado o consumo, o saneamento, e os insumos necessários para que sempre se possa pensar e aplicar na prática a justiça social. Sem dúvida, uma boa escolha. Sem dúvida uma boa escola seria sempre bom para todos os que a possam frequentar, e que essa possibilidade não se arranje sem haver uma boa e saudável democracia, onde o cidadão participe de seus atos e regulamentações.
          Não devamos pensar se quando conversamos com alguém mais vulnerável, por exemplo, estaremos incorrendo em erro, pois isso apenas nos revelará a dependência que urdimos de modo opresso em relação àqueles que tem a opinião de chumbo, sufocante, posto no mundo em que estamos a convivência entre um cidadão e outro, independente de suas classes, são a porta para a compreensão de que a cunha nos entalhou o espírito para que possamos empreender a mudança interna necessária, que se refletirá nos caminhos que se abrem para a mudança dinâmica e permanente, dentro e dentro de nossas sociedades e, para fora, com os quesitos de as mantermos seguras.

sábado, 16 de setembro de 2017

AS VITRINES DO CONTENTAMENTO

          Emília traçara rumos na cidade. Perscrutara as lojas, procurara informações em seu notebook, anotara pequenos rabiscos quase incertos, felicitara a si própria pelo contentamento da mesma cidade onde abrigara as novas, onde caminhava em suas descobertas. A cada rumor, por vezes alto de uma loja que tivesse anunciando algo a brados de seus sons, a cada passo meio que em silêncio ao verificar um preço que vinha no roldão de uma calça ou uma saia, cada vez que olhava para o alto e se altercava com um pombo em seu encalço, a vislumbrar arquiteturas, o que a motivava era algo de um deslumbramento quase vertical, mas muito de sua personalidade introspectiva para fora. Diziam alguns que uma sonata era rara, que um bom teatro não se encontrava com facilidade, mas ela pensava quase o oposto, a ver que a vida sem aparências parecia a ela como jornada alongada do conhecimento, de como processar esse conhecimento sendo um simples mortal, ser humano na verdade algo arrojado quando mais distante de sua superfície… Era justa a simplicidade de Emília, quando interpreta-se a vida simples com a mediação necessária do algo a mais contemplativo, ou das ações conscientes que nos pegam por vezes distraídos, no moto largo de estarmos quiçá apenas em um caminho sem compromissos quaisquer, que não sejam da própria vida e suas idiossincrasias.
          Por vezes Emília pensava encontrar um conhecido, mas essas vezes algo raras lhe mostravam que efetivamente poderiam inclusive saber o seu nome, mas jamais pensasse ser qualquer tipo de estrela, por mais diminuta e inalcançável fosse. Não seria jamais a hora da estrela, que por sinal gostava tanto do anonimato que qualquer mero cuco de parede já assustava a circunstância por ela alcançada. Parava no café – algum que houvesse – de quiosque, tomava um pouco, pagava e via as pequenas vitrines dos salgados, referia os nomes de uma banca de jornais próxima e particularmente lhe atraíam as manchetes de revistas sobre novelas televisivas que jamais vira, mas que em termos de rótulos fascinavam-na. No seu lado algo de erro por pensar alto sobre atitudes hostis, via sempre aqueles rostos rotos pela energia negativa, por um rancor, muitos de uma luta transparente como uma cortina de chumbo que pressentia jamais existir fora da ilusão, como sabia o fato, nos seus ocasos de mulher adulta. Para ela, chegar a meio século de existência já era o suficiente para assim sentir-se e, quando chegava nesses pontos, pensava em São Francisco, o santo de sua preferência, que tornava seus dias igualmente mais felizes, apenas por pensar na figura masculina generosa com os animais. Parecia a ela que o sinal de seu contentamento se espelhava nos outros. Ela, meio que de uma formação espiritual antiga de sua década de trinta, com a experiência do kardecismo, pensava por vezes nas blindagens espirituais, nas manifestações sutis e místicas, mas quando sabia de seus interesses pelas questões religiosas apenas guardava para si, pois muitas delas não lhe competiam nem lhe agradavam por inteiro.
          Emília talvez fosse multifocal… Talvez seu intelecto respirasse mais ousadia do que o fator vulgar da maior parte dos frutos de atitudes outras, quase inumanas, apesar de gentes, de ações pessoais, pois lhe ficava a impressão de que as novas empresas teriam fatores de ordem mecânica na inter relação pessoal em certas seleções de candidatos, justo, frígida como um cartesianismo atemporal, anacrônico, onde testava-se, na seleção de funcionários, até mesmo a tensão e as pressões que um trabalhador tem que estar preparado a enfrentar o famoso mercado de trabalho. Ela estivera sempre acostumada com profundos estudos e pesquisas sem a ordem de formalização ou administrativa cabal, pois improvisava a aquisição do conhecimento de fontes que sabiam confiáveis, e primava pela leitura quanto igualmente por exercitar o seu pensamento rico de ideias que porventura pudessem se contrapor a certas outras alturas de menor consistência. Sobremaneira, definitivamente, seus homens de outrora não acompanharam sua multifocalidade, e na verdade ela ressentia-se pouco por ter permanecido mais solitária, visto que a sua independência não comparecia obrigatoriamente com a presença masculina. Sua propensão existencial era observar o aqui, o agora, sem no entanto prever ou planejar o dia como princípio, em que se sobrasse o tempo importante para o planejamento de períodos mais longos, como saber que parar de beber, por exemplo – no seu viés de vantagens – traz frutos palatáveis igualmente a longo prazo.
          Talvez Emília fosse exemplo de virtuosidade existencial, mas apenas – reiterando – consentia em ser apenas mais uma aluna da vida e, nesses quesitos da vida, querer transformar o mundo talvez tenha sido o grande enigma malfadado ou equivocado da humanidade, pois as vidas exemplares, em qualquer função, fazem de uma sociedade o espelhamento sereno da correção e de ações que nos equiparam na justeza existencial de todos os seres vivos do mundo.  

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

EMÍLIA COM SORTE

           Mais um dia de transições, ao menos na aparente mania de se pensar que assim fosse… Havia no jardim de Emília um arbusto que dera sinais de vida depois de uma poda sem freios, que ela empreendera no sentido de fazê-lo crescer rapidamente, a pensar que as flores logo surgiriam. Esse logo que era o problema, uma lógica que espera resultados, e que estes só se dão com a intermitente palavra final do clima, da natureza, da planta. Tantos foram os ramos de um universo particular que a palavra lógica não traduziria o trabalho para cada planta outra: seus nós, suas folhas, suas páginas a respeito, pois se fosse uma questão de registro manual algum poderia ajudar. Dependia sempre da água, da terra, e lidar com ramos era para ela tão grande trabalho quanto uma reação nuclear, em si ramificada, ou uma estrutura de diretórios ou pastas em um computador, remontando a que isso fosse tão importante quanto o conhecimento mesmo em que por exemplo – em uma questão mais inteligente – uma palavra pode assumir diferentes significados, dependendo do contexto, que seja, uma poesia a milhões de formas: a verdadeira poesia, em que não há necessidade de ficarmos remendando sonetos.
          Outros vasos de Emília, outras flores e tonalidades, e a sorte lhe beirava ao precipício existencial como um bom parapeito de onde vemos se descortinar por cima as montanhas, e não as vertentes de algum enfado ou sensaboria que nos faça pular para o infinito. Não damos esse salto, isso é vertigem, um tipo de alucinação existencial, se é que poderia se chamar assim travarmos embates que não existem. A verve dos discursos fatídicos ficara na imprensa gigantesca, que ela via, no entorno de suas miragens, no discurso da tela. Fosse a tela que fosse, notícias girantes, nada que fizesse recrudescer mais do que a mesma mesmice. E que não ligasse, realmente não importava a Emília que se dissesse mais do que o próprio nada para não se contaminar de ovos podres tão largamente enfeixados pela tele-visão. Mas era de importância capital, se assim não fosse não estaria vivendo, como tantos outros que colocam tatuagens inapagáveis e tortuosas em si próprios, deixando para um tempo de codinomes a lição do que criam ser liberdade!
          Em sua própria realidade, Emília tinha lá suas manias – como todo bom cidadão que graças a deus as tenha – de cruzar com a caneta de modo vibrante, sobre contas e mais contas, exercícios numéricos, equações que continuavam a inquirir seu espírito investigativo pela simples noção de que uma mulher já aposentada tinha que aproveitar melhor seu tempo corrigindo a si mesma no padrão vigente e cartesiano quando o panorama é o julgar-se ou traçar caminhos pela vereda da inteligência. Que daria no mesmo, a pressuposição da intel era justamente formar pensadores que compreendessem seu funcionamento, com a experiência cabal que não se trocasse em miúdos toda uma conquista eternamente frutificadora e latente em potencial de expansão a um indivíduo que fosse, junto com suas noções de planeta Terra. Se fosse de coisificar, dir-se-ia que a coisa era e seria rápida, mas as estatísticas não devem convencer mais do que um texto que explique melhor certas questões de ordem mundial… Os maiores estudiosos do mundo viram que sempre existiram os estudos, e que estes – assim como na boa medicina – nunca concluem carreira, a não ser que os trabalhos sejam estanques na progressão de atualização para exercê-la em missões humanitárias, em que o Criador agradece a esses braços gigantescamente generosos. Esse fascínio que se chama ciência, em diminuta escala em equações de primeiro grau e noções de lógica, exerciam em Emília algo de poder em que ela gostava a ponto de amar quando encontrava uma resposta através de utensílios ainda frequentes como a própria caneta, seus lápis e as borrachas, estas que preferia fossem de silicone, o que a tecnologia as trouxe no reboque na novidade de materiais concretos. Seguia calculando, o número acima com significados, o número abaixo igualmente com a sua semântica, e as palavras com suas sílabas e ritmos que regulassem o aprendizado coerente e contínuo da nossa estudante celibatária de mais de cinquenta. A sorte lhe fervia o Animus, e o pressuposto da compreensão agora quase numérica de uma abertura de xadrez lhe empurrava questões tão nobres ao espírito quanto de mergulhar de cabeça a ver que ainda possuímos corais no caribe! Isso era rico, realmente, justo quando descobrimos onde e quando, em que momento encontrar uma informação que não é apenas um soletrar de significados, mas um conhecimento espesso que nos reduza um pouco a um platô mais conforme não de certezas, mas de como construirmos as dúvidas, e como aprender a elucidar alguma de suas partes, em um diálogo de construção interno que porventura possa depender de auxílio: do outro, daquele que dialoga com mais experiência, com a sinceridade não dos sábios de virtudes acadêmicas, mas apenas um perscrutador das coisas da alma que traduzam a matéria que a sustenta tão maravilhosamente em nossas veias.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

PERFUME DE QUASE PRIMAVERA

            Seria o suficiente, mesmo que nossa personagem não o sentisse, um clima das flores, ao menos que as procurasse nas lojas, ao menos que tomasse um café antes para fumar, que fumava um tanto não de se preocupar muito. Mas as gentes não fumavam mais quase e ela – Emília – tentara várias vezes suprimir o vício do cigarro. Estava se aproximando a primavera, e quando houvesse alguma mudança no clima talvez saberia, ou estaria resgatando ilusoriamente uma impressão quase daltônica que o aquecimento solar talvez não existisse como alguém por ventura citasse nas entrelinhas algo trágicas o tempo de nosso planeta. Mesmos que se soubesse muito, esse trágico para ela não significaria o tudo, algo que fosse sua própria totalidade, visto um ser vivo carregar consigo tamanhas verdades que – como um bioma particular – se reveste de uma esperança pétrea e a gana de viver como ninguém. Ou como não saber, pois nada sabemos de outras espécies além de nossa percepção do bicho, externa, que no todo jamais a humanidade saberá da riqueza da vida. Mas ao menos Emília, a anônima mulher, não buscava qualquer fama, apenas seu modo de coadjuvar com as miríades que encontrava na cidade, nos lugares onde sustinha suas fortes pernas quando de ver uma vitrine que fascinava, ou em uma questão de descansar onde outros apenas cumpriam mecanicamente suas pausas. O perfume das flores, o desempenho de um computador, um homem que lhe consertava a casa, vivia uma parecença a que muitos não se atinham, mas que era conforme, como o indivíduo que passa pela primavera sem esta ter chegado. Se é que logicamente fosse necessário, a própria lógica, pois esta não passava muito por Emília... Em um arremedo de pensamento ela saíra com suas conjecturas, pensante, não em modos cartesianos, mas no fluir de sentimentos que afloravam através do que percebia em cada passada, em cada folha no chão, no rutilar inquieto dos insetos, e nos pássaros que lhe teciam companhia assaz sagrada para ela, sem o saber muito, pois não era sequer do vernáculo usual. Quem dera não fosse ausente da normalidade, mas não devia nada por ser autêntica, mesmo em um mundo onde a quebra da autenticidade fosse um ensaio de orquestra.
            Em uma verdade, aliás, pudessem ser as verdades apenas uma, na razão que assombrava outros que tentavam saber de muito, e Emília navegava nada contraditória quando não se acredita que tudo o seja, pois a vida encerrada em cartilha soçobra algo de suas próprias contradições no fato do ser humano, com seus sentidos imperfeitos, navega de verdade outra – de muitas – sabendo sobre o que acontece em seu entorno. Emília não pensava em questões finitas, posto quando via acontecia o rumor pouco solitário de estar familiarizada com o próprio vento. De uma vida pungente, meio que esperava a primavera depois de longa separação em si mesma... Esperava a primavera pelo nome, mas sentia no perfume das flores da loja Casa das Begônias os cheiros que a aproximavam da estação. Da grande estação. Seria razoável para ela que o movimento das pessoas, seus carros, suas bicicletas e motos pareciam um incerto rufar de asas, uma mania em sua mente que escondia, talvez por ver por essa dimensão, já que o vulgo não costuma delongar muito o se curtir a rua, as pedras, as águas, o chá ou o café. Ou poderia ser de certo modo uma ingenuidade de ela pensar assim, pois seu assombro com a animada sensibilidade vertia em seu moto próprio mais entusiasmo. Fascinada, percorreu a época de mais daqueles dias que antecedem não propriamente a esperança, mas o encontro diário com o que há de real e algo ilusório do sem tempo...

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

ONDAS GIRANTES

            Saíam a passeio naquele arremedo de litoral, variados, com suas cores, sempre o ícone das cores. Não fora por isso, Emília torcia para que o mar ficasse mais calmo, em que as fotos dessem a urgência da tranquilidade. Aprendera mais um pouco o inglês, e a Inglaterra se tornava mais e mais próxima... Como um país que possuíra a história tão nascente, e sua imprensa formidável, pensava Emília, uma imprensa que se tornara desde muito algo mais confiável. Mostrava, revelava aos povos do mundo agora tão informatizado os pontos de mais imparcialidade dos fatos. Isso que mostrassem a ela, mas seguia não sendo uma leitora muito contumaz, apesar de ler na natureza de sua percepção as coisas de que gostava, como a oscilação das marés, os barcos ao longe com suas faixas de cores e nomes, as pedras imutáveis em posição, mas com dependência em relação ao nível das águas, os ônibus tão bem cuidados, por fim, a vida em si, que a ela pulsava tremendamente bela. Às tardes costumava resolver algumas tarefas domésticas, pagava contas, organizava sua cozinha, lia quando dava mais um tempo por si, e o desenho também lhe respirava alvitres. Um modo de expressão, como tantas as expressões, nem que fosse em um simples gesto, pois o teatro da existência existia em suas veias como algo a mais da arte, sim, da arte que para ela era o mote da vida... Seguia em presenças oscilantes de uma vanguarda em si, de uma mulher que deixava para si mesma o legado do ser, porquanto o nada e a inação também fosse típico de uma sociedade algo contemplativa, mas a ela bastava viver do melhor jeito, por trás de algumas veredas, mas no caminho que pertence a todos, invariavelmente, pois os carros andam por tudo, mas não por tudo que desejariam se tivessem vida própria. O traçado da cidade que navegava por seus olhos teimava em não consentir a geometria fácil do funcionamento, e a beleza era a profusão das gentes, os mercados, o comércio, toda uma luta em que muitos se viravam para estabelecer as suas propostas existenciais, o trabalho, algumas contendas saudáveis e o modo como se referiam em seus passos rápidos, na mesma cidade rápida, em suas partes mais antigas, de patrimônio arquitetônico, de estrangeiro – bem recebidos – e de outras tentativas de um conservadorismo algo hostil quando ao passar pelo burburinho.
            Olívia e seu mundo, pois que a ela parecesse mesclar-se em uma água, em uma onda que passava por entre as pedras, fluida, forte, e que vinha renitente, em um olhar que poderia durar dias quando o vento não mudava, quando a onda gira em torno de nós mesmos, quando de uma ou tantas pedras menores em que as vemos de cima, em um ocre escuro, quase negro, revela a transparência e resistência em tornar-se mais clara que a própria água, no vai e vem, em centenas de pequenas gotas, infinitas joias da Natureza. Era um olhar quase solene, nada antecipado, de rompante sem lógica, ao menos no que não percebia que essa ciência navegara sobre até mesmo as pedras newtonianas. Uma vida não integralizada, posto nada seria o mesmo, como não será em todos os mundos, como uma centelha signifique ao Universo a fagulha do existir antônimo da fama ou do poder. Assim era predito, ou ao menos quase, e o amor por Emília deste que se ausenta em carinho humano faltante era o retorno de uma natureza humana e de seres animados e inanimados gigante por ser apenas, e que a ela lhe bastava, mesmo que de modo mais ingênuo perante qualquer crítica indutiva.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

O QUE SERÁ A PRIMAVERA...

            Tantas as estações que passavam por Emília, com tantos erros, o aquecimento que ignorava, as coifas nas cozinhas, as calhas que via soltando águas pelas correntes, que o espectro de sua vida não rondara mais o azinhavre de sua pretensa consciência. Buscava, como uma verdadeira buscadora, mas ao mesmo tempo ia comprar as flores de Virgínia Wolf, a senhora que muitas possuíam no imantado espírito perscrutador. De uma idade sem porquês, de uma história narrada, de uma descrição subatômica e perene, efêmera quanto o vento que sempre existe, mesmo em suas ausências. Não que se lembrasse da poesia, mas a literatura a bebia de fontes que não secavam, aliás, a não ser naquele ensolarado dia muito mais solar do que a normalidade da primavera que rescendia a começar. Esse preparatório emblema... Tantos ícones, a semiologia não se cuidara de estudar, não possuíra tempo para as questões, e a intelectualidade também parecia uma efemeridade, posto a chuva deixar nos rastros por onde tocava a independência de suas outras flores. Talvez houvesse cansado a razão, mas que por ela passasse, na cumplicidade era. Remontava episódios, ou os vivia intensamente qual não fossem, mas que não permitia a palavra: realidade. Florescia por si essa palavra, e a ilusão de permeio era o fato mais concorrente daqueles profusos dias em que via mulheres caindo de seu feminismo em outras e mais silenciosas ciladas do chauvinismo. A pátria era algo faltante, mas ao mesmo tempo uma flor que mesmo murcha exigia mais cuidados. Não que se dissesse por dizer, mas os dias de primavera prometiam ser um bom banho naquele entardecer onde os passantes do continente se regozijavam de estar, quiçá em pontes mais perfumadas, quem sabe em terra se falaria melhor dos casos e ocasos raros da Ilha... A ilha poderá ser um, mas que o seja com toda a ilha de si mesmo, no olhar sobre o que há além ou em suas próprias cercanias. Como não pensar na ilha de outros, como no continente sólido, da lembrança, mesmo em que os barcos atraquem, mesmo no realismo algo fantástico que se possa sempre e sempre. Emília pensava em profusões, no interlúdio com a natureza das coisas, na tradução do movimento dos carros, nos passantes algo iguais e no entanto tão diversos em suas roupas, em seu modo de caminhar, em suas plataformas de existência e invejava os pensadores, mas que mesmo assim quase não era de ficar pensando: colhia, buscava, confiava, tecia, urdia, tramava, não no modo ausente, mas para sentir a vida, esta que não precisasse ferir a si mesma, nem a qualquer ser, pois amava tanto o burburinho como o silêncio, e sobretudo a ilusão de estar em dia com alguma comunicação, um tanto do raro carinho, um muito das cabeças turronas, a ver em um animalzinho algo lindo como a poesia em que jamais imaginara que um dia fosse encaixar em sua vida de mulher de mais de cinquenta. Assim continuava a vida, e seria para Emília mais uma primavera de uma luz que jamais se extinguia, pois como nunca ela estivera tão apaixonada por aquela!

sábado, 9 de setembro de 2017

A RIQUEZA DAS PALAVRAS

            Será redundante falar, enquanto se fala e a palavra cresce em nossas linhas. Nossas porque são mandadas ao relento de uma atmosfera cálida que não cerca nada a que não seja de interesse, porquanto não há um qualquer desse tipo de troço. Quem sabe se fora permitido um jornal de menos interesse, quem sabe alguma pronúncia a respeito, quem dera dessem alguma pontuação no mesmo jogo onde chegam alguns querendo apenas o nosso isolamento enquanto indivíduos, posto de coletividades ausentes... Os fragmentos de algum topo, alguma parada em um cais, o universo tão rico das histórias e a pertinência de podermos dizer algo a alguém. Esse é o fato, o preço da liberdade que sempre será respeitada, posto nossos pensamentos vivos não se ressentem se não dizem o que outros ou a maioria quer ouvir. Mesmo porque a grande massa já escuta de outros que fabricam outras questões, em uma indústria de entretenimento que sucede a compreensão mais ativa enquanto inteligente que porventura nos reservamos. Deve haver uma denúncia a um tipo de opinião cartilhesca – de direita ou de esquerda – que não coloca termos nas suas próprias verdades, mesmo se certos pensadores possuírem uma lógica imediatamente exata, mas que peca quando só olha para o materialismo grosseiro: as transformações, a exploração, e etc. O cérebro é mais do que um folhetim algo transformador, é imagem, reflexão, transporte, meditação, vida religiosa e, por vezes, o mesmo celibato necessário a que possamos criar sem as amarras do compartir algo ilusório, pois a vida de dois pode ser pior do que a vida de um, e o dois coletivo, a quatro, pode ser menos do que o dois indivíduo, a um em cada si mesmo. Um basta que se dê à coletivização desnecessária, pois as cúpulas existem na farsa de importâncias majoradas na farsa de pensarem ser mais inteligentes, suprimindo as pequenas ervas muito maiores que essa cepa de lógicas maduras mas inconsistentes no lado humanístico. É maior uma opinião de luz do que um amontoado de trevas, que acabam pensando que as mudanças tem que partir do ato ou da atitude de violência, na refinada vingança a que não se lhe deu o propósito inicial, e o término no futuro da inércia do desesperado ato covarde, tornado nobre quando coletivizado, e ainda mais covarde tornado!
            Não há tanto a saber, não há treinamentos maiores, pois quando um incêndio devasta os nossos sertões, isso é tão grave quanto as perdas humanas, já que o topo do conforto se relaciona com o topo do desconforto, um é igual ao outro em substância, e as queimadas afetam o mundo tanto quanto os topos se querem altercar. Não há bases, há topos hoje, apenas, o refrigério do topo do mundo, as mudanças equiláteras do que está encerrado no mesmo triângulo que não se quebra, em colunas variadas de cores múltiplas e essências díspares, como um torto que se regula pelos andamentos das vigas. Só há possibilidade dessa arquitetura se tornar viável quando se tornar apta a nossa efeméride humana nas tábuas rasas dos dias, como um acontecimento em que se possa planejar – easy rider – cada passo de nossas conquistas, e quando desconstruirmos o que é de um lado ao que é do outro, e caminharmos íntegros por pontes de equilíbrio. Quando reescrevermos o que cremos ser material e que na verdade reserva o mundo do espírito, posto a cada madeiro um espírito retorna, no ciclo evolutivo que não aprendemos em nossas escolas e que desaprendemos na ciência. A ciência da auto realização espiritual, que jamais recebemos na escola, em que os seres vivos não somos apenas nós, homens e mulheres. E que o nosso prazer é o tipo de ópio em que se permitiram muitos do sem retorno a uma vida, que seja, a apenas um crédito ou oportunidade. Creiamos, ainda há jeito, mas está mais complicado agora enquanto a própria religião está se tornando materialista quando enfrenta contendas em nome de um futuro onde quase todos seriam destruídos para se dar abrigo a poucos eleitos. Uma sociedade materialista é o fim da jornada, é o equívoco da humanidade, pois permite a gana dos ignorantes de colocarem linhas de luz no meio de uma fogueira que apaga o conhecimento que serviria à humanidade como um todo: fruto do próprio conhecermo-nos. Este dá a sustentação ao nosso imo, sem a conceituação que parte de premissa rotulare do sem nome industrial, pois que seja nos frutos das lavouras as bases de nossa valoração e importância, e não na reserva sem medidas da produção de grãos na escala improdutiva que precisa de mais Amazônias para não fracassar o sistema fabril da indústria beneficiária em que nos tornamos.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

TODO O NAVIO PRECISA DE UM BOM TIMÃO E UM CAPITÃO QUE NAVEGUE BEM, DURANTE A PERMISSÃO DA ROSA DOS VENTOS E SEU ITINERÁRIO PELAS ESTRELAS...

PALAVRAS DURAS AJUDAM A CONSTRUIR POR VEZES UM ALICERCE, E A TERNURA NOS DITA O REMANSO DE UMA COLUNA QUE UNE E CONSTRÓI ESPAÇOS.

VOLTAR PARA A CASA É ALGO QUE REMONTA TERMOS CONSTRUÍDO COM CADA TIJOLO O NINHO QUE DEUS NOS ENVIOU...

UM ESCARAVELHO PODE POUSAR NO NOSSO OMBRO, E ESTEJAMOS ATENTOS QUANDO JÁ TENHA VOADO QUANDO RETOMAMOS A DURA CAMINHADA, JÁ QUE POR VEZES O ANIMAL NOS ENCONTRA EM OUTRO JARDIM.

A SE GOSTAR DE UM SER, BASTA, POIS GOSTAR DE QUALQUER SER QUE SE NOS TECE COMPANHIA POR VEZES SEM NOS DARMOS CONTA É MAIS DO QUE A VIAGEM QUE PENSAMOS TER EM RELAÇÃO AOS OUTROS.

NÃO NOS RESSENTIRMOS DE ALGO É FATO DE QUE O RESSENTIMENTO QUANDO SE TORNA RANCOR É COMO UM CAFÉ AMARGO ONDE NÃO NOS DAMOS A ATITUDE DE ADOÇÁ-LO.

MAJORAR UMA CONSCIÊNCIA FAZ PARTE DE TORNAR A VIDA EM UM PASSO QUE DAMOS, A SABER, QUE MUITOS EM CADEIRAS NÃO PODEM CAMINHAR MAS ANDAM MELHOR DO QUE OUTROS MUITOS.

NÃO HAVERÁ UM MUNDO ONDE TODOS QUEIRAM SABER SOBRE AQUILO QUE PENSAM TORNÁ-LOS SUPERIORES POR SABER, POIS NÃO SABEREMOS NUNCA O SUFICIENTE, POSTO NÃO SERMOS ONISCIENTES.

AINDA HÁ TEMPO DE VERMOS O MUNDO SOB A ÓTICA DE UMA RENOVAÇÃO EM NOSSOS COSTUMES, A PUREZA EM QUERERMOS O MELHOR PARA AQUELES QUE POSSUEM MENOS DO QUE AS PIORES EXPECTATIVAS.

GEOPOLÍTICA OU MAL ENTENDIDO...

            O que reconheceria uma palavra com tantos sinônimos, e por vezes tão significativa para certos grupos, e a outros, mera curiosidade? Geopolítica, algo como política geográfica. Melhor, o mundo é uma geografia, e há políticos com gana de dominar, ou nações e suas representações. Quem sabe o óleo explique melhor... Petróleo, onde a curva está em declínio acentuado, e ainda não resolvemos nossa relação de dependência com o combustível fóssil. Muitos dinossauros morreram na queda do cometa, e seus restos servem para acabarmos mais uma vez com muito de nosso planeta, incluso nas questões das guerras motivadas para capturar dos países que possuem o petróleo essa mesma riqueza, às custas de vidas humanas. Será geopolítica? Acertou quem pensou, ao menos, mesmo que não se pronuncie. A sanha mundial já está “resolvendo” geopoliticamente quem fica com o que, na corrida derradeira aos recursos naturais mundiais, os quais deveriam pertencer, ao menos em tese, aos países que possuem as reservas. Essa corrida é fruto da prospecção e mapeamento realizados pelas potências mundiais e os golpes de estado, a invasão e as guerras com diversos nomes passam a ser pura e simplesmente fruto desses interesses, e de outros que vêm a reboque, como madeira, zonas estratégicas, matrizes de sementes, de aves, boicotes a países fora da circunscrição facilitadora, distribuição de pesticidas estocados, experimentos grotescos, e por aí vai, o mundo que pensamos ser um pouco melhor, que vira um imenso “curtir”, na participação igualmente grotesca dos grupos que se dizem libertários em países como o Brasil, por exemplo. Justo, por aqui há algum mal entendido em geopolítica? Creiamos que não, mas que a nossa fé não seja bombardeada pelo discurso chauvinista de Marx, já largamente superado pela engrenagem que o desativa a cada instante no mundo. Os velhos devem participar de suas histórias com as novas gerações, mas dizer verdades superadas pela história já não vem mais ao caso em questão, onde a contemporaneidade de uma OOP e suas instâncias já mostram os outros lados do sistema capitalista, igualando a muitos países socialistas que utilizam o sistema tornado único dentro da plataforma dos objetos e classes, coisificando o ser humano e seus bichos agropecuários: na dita ciência da matança, onde bois são confinados e porcos e aves, no abate generalizado, que apenas coisifica o karma da raça humana ao seu próprio retro confinamento na era em que vivemos, de Kali, do Ferro, da ignorância, do chumbo, onde os paraísos soçobram frente aos desastres naturais que cada vez mais serão frequentes, no desafio maior que a Natureza lança sobre a nossa espécie em uma maturação trágica de responsabilidade equivocada, quando pensamos que apertando o botão de um aplicativo obteremos nosso filé ou mesmo um hambúrguer teleguiado por um drone, na fantástica maquilagem do fracasso. Mas temos outros bichos, os insetos se repartem no quinhão sobrante, as espirais proteicas teimam em ser produzidas, mas nada gera o genoma isento do câncer fruto de uma civilização transgênica.
            Não há como fugir, camaradas do que diziam ser um país sem patrões, mas que virou o próprio padrão consignado em erros que não há o escape em si, e a roda girou para onde agora não retorna... Um mal entendido? Erros crassos. Bastasse não pegar o imundo poder, se era de imundície se locupletar, pois hoje não vemos novos homens ou novas mulheres, mas apenas relações atávicas acentuadas no quanto melhor pior, ou quanto pior melhor, sem o meio termo de nenhum equilíbrio que se suponha entre lados que se combatem e permitem aos estrangeiros criarem arenas onde quem ganha é o mérito dos perdedores, esses mesmos que residem no modo da ignorância, que querem tomar banho na imersão do patrão, que querem fazer sexo sem camisinha para tornar seu “rebento” filho do príncipe. É triste certa questão, é triste ver um cidadão que se torna enfermo psíquico depois de abusar do álcool ou outras drogas, é triste ver o veneno na sociedade, no veneno igual do caráter, na troca de favores, na dependência, no sofrimento, na traição. Um companheiro que alimenta alguém com alguma droga no mínimo não é companheiro. Essas associações envenenam, meus amigos, e não é da justiça que evitaremos a repressão equivalente, pois quem usa também tem uma dose de culpa. Só interessa a um império uma nação anestesiada pelo caos, pelas drogas psicoativas, pois assim, meus caros, é muito mais fácil de se dominar. Tomemos as armas contra as drogas, pois essa é uma guerra que deve se tornar inevitável, pois esses venenos tornam a sociedade praticamente insustentável em longo prazo, inutilizando gerações, e o diálogo saudável e concreto algo sem substância. Essa é uma prerrogativa nacional, de enfeixamento duro mas embate prologado que, ao que se dissesse, tornar o mundo mais sóbrio é tarefa da responsabilidade moral e ética de todas as sociedades, a se respeitar nas culturas indígenas autênticas onde os usos e ritos delas fazem parte.

O SOL É BRANDO

Nos dias que temos à frente de uma poesia pétrea
Por vezes saibamos da força de um sol silencioso
Qual brando fosse pensar na sua mesma existência
Que não nos silencie, como ao silêncio nos tornam…

A ver, que é o brando sol, quase branco, de nuvem
Que se apresenta ao lado de outras luas que surgem
No céu de infinita profundeza como a um mar
De onde escutamos a maré noturna a esperá-lo!

Sol ditame, que não cansa, que recolhe mastros
Que se oculta por detrás das tempestades e, quando retorna,
Veste o cais na brandura de suas cálidas veias
Sobre a superfície algo molhada da alfombra do madeiro.

E quando ressurge, em primavera que já não é a mesma
Vem profuso, aprofundando flores, exercendo a cidadania
De uma Natureza verdadeiramente inteligente
Posto não existir razão fora que não seja intrínseca sua ausência.

O sol algo de quartzo na corredeira, algo de rio de mantras
Aquém dos brilhos das estrelas: maior, gigante,
No modo que pensemos, ao modo que é distinto
De tantas e tantas outras naturezas humanas!

Falar do sol é como tecer um amor gigante, etéreo,
Mesmo sabendo de pequenos vermes que se revolvem
Secando em sua presença, na parecença de viverem
Em uma escuridão túrgida, úmida e turbulenta…

Aparece o sol, quanto de ser ele que fosse mais
Em que não temos certeza de sua grandeza:
Mas que a um olhar mais apurado e atento
O verso termina antes do ciclo de mais um dia.

Esse mesmo sol que alimenta o húmus do camponês,
Que verte na roupa de um andarilho o conforto do calor,
Despe o mar revelando a própria transparência
De um olhar terno e azul quando o tempo não nos reduz.

CONTRAPONTO

           Segue-se um jogo de cenas fantástico, misto de farsa e de ilusão, mas igualmente de ciência gigante, a quase alicerçarem o domínio dos seres humanos. Não é preciso muita cátedra para podermos pensar a respeito do que encerra no pensamento, qual não seja que o leigo pode ser igualmente crítico e de vanguarda quiçá até mesmo por não possuir algum preconceito acadêmico. A universidade, no entanto, é um princípio de conhecimento que gera pensadores e cientistas na medida em que prepara o terreno, qual não seja exatamente o das letras, pois talvez seja este o ofício em que se pode aventurar livremente, o ofício de escritor, por quase necessidade, mesmo sabendo-se que não se inclui o ganho na maior parte das vezes, posto não sermos um país de leitores mais profundos, de termos uma massa mais crítica, de podermos alcançar bons resultados qual não seja apenas a intelectual substância das tentativas de ao menos levar uma mensagem, sem esperar demasiado o feed back… O exercício mental, a exposição de ideias sempre deve ser a razão em que se faz chegar a qualquer camada da sociedade o acesso às linhas de pensamento que envolvem o funcionamento das sociedades: como somos, o que queremos nos nossos desejos, quais as mudanças que são possíveis para que se melhore o nível cultural das humanidades e a importância da liberdade de expressão como parâmetro cabal quando da busca pela mesma Verdade que está na vanguarda do pensar-se e do portar-se civilizado dentro por vezes de uma barbárie sistêmica e imposta. A afirmação de que enfrentamos praticamente julgamentos do “outro” por vezes por sermos da mesma vanguarda citada acima é sinal de espécies de patrulhamentos ideológicos que tentam aplastrar na ignorância das massas as pontas de ideários reais, ao invés da dedicação e valoração de tentar subir a um nível mais alto o nível de compreensão das populações, evitando-se a pauta ferruginosa de cartilhas livrescas de antigos e já superados doutrinamentos políticos e ideológicos, onde a lógica não deva ser a rainha de um tabuleiro obsoleto de aberturas que estrategicamente não suportam a contenda do jogo com inteligências maiores. Os mais velhos devem ser escutados, com eles devemos aprender a história, mas se torna tarefa igualmente importante sabermos do que anda essencialmente na cabeça da juventude, da geração esta distante porquanto situada mais coerentemente com as inovações de cunho tecnológico que lida com uma sociedade multi sistêmica, com a Era da Informática. Uma era que começa, nos computadores pessoais, praticamente na transição do século XX ao XXI, em que devamos demandar esforços para que saibamos das suas engrenagens, dos melhoramentos, e, principalmente, do que podemos fazer ao consultar as informações que navegam com a velocidade da luz em nossos lares, em nossas universidades e nos displays portáteis, estes que já são acessórios cada vez mais indispensáveis aos olhos mesmos da massa que nem sempre conhece seus verdadeiros usos e sistema operacional. Enquanto não conseguirmos organizar os dados e informações que nos chegam em verdadeiras avalanches talvez sejamos seres vulneráveis a transtornos e males mentais na velocidade pungente de um verdadeiro bombardeio em nosso universo consciente, e sintomas decorrentes como a insônia, incapacidade em lidar com perdas ou afetos mal construídos e a extrema facilidade com que os filhos traçam conhecimentos que nem sempre são confiáveis.
           Pontuemos que deve haver um diálogo mais intenso e frequente entre as gerações mais experientes, aquelas subsequentes e sobremaneira uma educação que permita um pensamento crítico e histórico sobre as transformações tecnológicas ao longo de nosso passado, a ver que igualmente a roda foi uma invenção tremendamente transformadora, assim como o fogo, nas raízes antropológicas de nossa espécie. Hoje, sabemos ser da tecnologia o mundo digital, mas em diversos períodos de nossa história a tecnologia tem impulsionado não apenas a transformação da matéria, como as relações humanas, que vem desde a pedra lascada até a conquista espacial. É por esses fatos que transcorreram na história de nossas humanidades que nos situamos em uma escala evolutiva da ciência, mas não necessariamente de melhorias sociais. À medida que são criados cada vez mais os objetos de consumo, a complexidade de certas ferramentas, nota-se que também cresce a ingerência da exploração do homem contra o homem através do uso indiscriminado da própria ciência. Muitas vezes há grandes retrocessos históricos na falta de planejamento econômico de países em desenvolvimento, cessando este para dar lugar a verdadeira face de um subdesenvolvimento a serviço de potências estrangeiras. Mede-se um país em potencial pelas suas riquezas naturais, como um exemplo pontual do petróleo, e igualmente mede-se a condição do país frente ao domínio estrangeiro quando suas reservas do óleo passam para as mãos do mesmo domínio. O descaso se torna factual, e a riqueza efêmera das transações dessa ordem – gigantescas – passam pelas garras daqueles países onde a parte da população mais abastada tem como referência, como se nesses países existisse a nossa copiada matriz cultural. Uma tremenda falta de identidade brasileira deixa o nosso povo à mercê de uma indústria cultural sem precedentes, onde a pretensa participação atual através das redes sociais apenas transfere essa questão para um perfil mais cosmético, fazendo-nos participar de tremendos volumes de informação com baixa frequência, como um rádio operativo que nada resolve, uma tese de descarte, uma linha, um afeto de aceitabilidade, a transcrição do idioma pátrio ao zero de uma escala sem escalas maiores.
           Parece que a cidadania em país pobre latino americano como o Brasil remonta ao entretenimento de uma novela sem fim, não apenas no que se produz “culturalmente” aqui dentro, mas igualmente no que recebemos de fora, sempre a velha questão de evitarem as novas gerações de ler com mais assiduidade, mesmo fora do escopo do estudo acadêmico, pois justamente por vezes a leitura fora desse contexto é que leva o estudante ao conhecimento de outras vertentes, de outras questões, como nas gerações mais antigas se processava esse mesmo conhecimento. Aquelas camadas da população que tiveram bom estudo, se aprofundaram em boa literatura, que conhecem filosofia, arte, romances históricos, geografia, etc, certamente fazem parte do escol da cultura erudita brasileira e, portanto, da classe mais inteligente.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

HÁ NOBREZA EM UM BOM CARÁTER

          Estamos por aqui, nós que nos situamos em algo mais sólido do que o que se desmancha no ar, e não é frase de contraponto ao Milan Kundera. Seria muito antigo, hoje a fantasia já não se alicerça em uma realidade, em sua dialética, mesma sabendo que nada escapa a um diálogo, pois até mesmo as ciências ocultas se valem do diálogo, e o que seria dos princípios da alquimia se não fosse assim… Ah, os Templários, os Essênios… A própria história vista como participação, ou mudança, ou algo assim. Mas nada isenta na própria lenda ou fato do caráter do homem ou de uma mulher, ou mesmo de uma criança com certo juízo de valor. Será certo termos sempre a esperança, apesar de fartos, gigantescos erros que a humanidade lança como dados, por vezes representada por poucos, os trágicos desfechos contra ela mesma, no sentido em que destrói cidades, florestas, mares, fatores de direitos humanos, cobrindo com mares de insensatez consubstanciada por hipócritas atitudes o universo da Terra. Mas não seja por isso: os cães possuem a nobreza do caráter, quando não são treinados pelo homem ou por ele fabricados para serem monstros de agressividade, quanto a qualquer treinamento para praticar danos, em que muitas vezes uma ação de dolo tenta se justificar até mesmo a uma motivação de caráter. Uma questão complexa, pois muitas vezes as leis criadas não vêm da vontade popular, ou da maioria de nossas populações, defendendo penas alternativas aos crimes de colarinho em detrimento de massas encarceradas brutalmente por vezes com penas desproporcionais à incidência de delitos não muito graves. E a máquina do sistema prisional gira “ensinando” aos “protegidos” de certos grupamentos organizados como se portar dentro e fora das cadeias. E pobres daqueles que vivem em locais onde a segurança inexiste fora dos padrões das ocorrências, ou seja, de modo preventivo. Os sistemas de defesa da sociedade viram reféns da criminalidade e suas variantes que, com a técnica mais avançada, creiamos que se deem mais fatos com a previsibilidade a que se possa fazer contenções necessárias fora dos critérios de urgência.
           Nunca devemos sair do escopo da nobreza do caráter, mesmo que em uma análise menos rigorosa nos pareça um pouco abstrato. Mas trata-se da essência do juízo, da natureza das leis que existam em países com mais desenvolvimento humano. Trata-se de se abolir qualquer espécie de preconceito e, idealmente, ficarmos sinceramente felizes quando alguém de um grupo mais vulnerável consegue superar suas mazelas, suas dificuldades, e ingressar pela porta da frente nas sociedades, estas em que não nos devemos permitir afirmações suspeitas de que pertençam a alguma supremacia de ordem racial, de classes, ou mesmo o simples pensamento que se traduz na atitude em alguns pensarem que o enfermo psíquico não é normal, porquanto esteja fazendo a lição de casa quando assistido por um profissional da saúde, uma medicina que não deve faltar. Aí vejamos, onde falta a nobreza de caráter: creiamos piamente que falta aquela onde a política passa a não investir em serviços de natureza social, posto a velha e impecável premissa que reza que quando um povo é atendido em seus anseios, através dos impostos que duramente pagam e suas taxas e contas, deverá haver um retorno justo para que se melhore a sua vida. Um ser qualquer não pode possuir uma fortuna gigantesca enquanto milhões estão sem emprego ou na miséria. Um ser qualquer não pode roubar somas gigantescas e sair ileso, perdoado por um ministro de última instância. Obviamente isso não está correto, e põe em xeque todo o sistema. O xeque mate será dado pela nobreza do mesmo povo em mudar quando for necessário o perfil dos seus representantes, dentro de um contexto em que a Democracia Participativa o coloque – o povo – em níveis de consciência de suas bases, e uma análise rigorosa de como se pode mudar para melhor um país que praticamente vive uma crise que pode colapsar o sistema como um todo. Não é de agora que não vemos facilmente um camarada de bom caráter, pois quando o Poder está em jogo muitos se ocultam dentro de suas vacilantes covardias, incluso aqueles grandes ladrões e canalhas que a Operação Lava Jato têm revelado ao País e esperemos que revele ao povo brasileiro as Privatizações “outras” que levaram a várias contas do Exterior volumes de dinheiro que ainda por lá devem estar! Será que se escreve assim?: off shore. Bonito, parece até o nome de uma lancha. Aliás, é o que não falta em Miami. O chicano que tem uma dessas por lá certamente não vai precisar ser deportado por Trump, o trampa… Riem, um pouco, canalhas, pois não rirão por muito...

domingo, 3 de setembro de 2017

QUANDO UM ENFERMO MENTAL PASSA APENAS A SER TOLERADO COM RESERVAS DESIGUAIS, TORNEMOS A DIZER QUE A DIFICULDADE EM SOFRER PRECONCEITOS DESSA ORDEM É AINDA POR CIMA ESTAR MUITAS VEZES MEDICADO E SEM FORÇAS PARA LUTAR POR UM DIREITO, QUE SEJA, O DE EXISTIR COMO SER NORMAL.

POR FAVOR, ABRAMOS PASSAGEM, POIS QUEREMOS APENAS UM MUNDO MELHOR, SEM VIOLÊNCIA E SEM PRECONCEITO.

POR MEDO CALAM-SE OS IGNOTOS, POR MEDO TECEM DEBATES OU DIÁLOGOS QUE MUITAS VEZES SÃO PÉROLAS JOGADAS NO BARRANCO.

NÃO NOS RESSINTAMOS SE FALAMOS ALGO DE PROTESTO, POIS O QUE ESTÁ EM JOGO NO PLANETA SÃO CONTENDAS INFINITAS ONDE UM SER HUMANO NÃO ENCONTRA ABRIGO MUITAS VEZES NO COLO DE ALGUMA COMPANHEIRA.

NÃO ADIANTA ACHARMOS QUE PAÍSES DE TRADIÇÃO LIBERTÁRIA SÃO REALMENTE LIBERTÁRIOS, POSTO TERMOS QUE VER DE QUE OUTROS PAÍSES PERTENCE A OTAN OU A ONU.

EXISTEM DOIS PRESSUPOSTOS NA VIDA DA NATUREZA: POR UM LADO O POVO INDÍGENA QUE A PRESERVA, E POR OUTRO AS CONCESSÕES DE MINERADORAS QUE A DESTRÓEM.

UMA GOTA DE GELO DERRETIDA NA ANTÁRTIDA PODE SIGNIFICAR MAIS UMA CENTELHA DE QUEIMADA DE MILHARES DE HECTARES DE FLORESTAS.

APENAS A CIÊNCIA NÃO PODE SER SOLUÇÃO PARA TODOS OS INFORTÚNIOS HUMANOS, POIS ELA MESMA SE REVELA A CADA SEGUNDO A PRÓPRIA CAUSA DA DEVASTAÇÃO DA NATUREZA E CONCOMITANTEMENTE DA NOSSA ESPÉCIE...

UMA FORMIGA PROPORCIONALMENTE POSSUI MAIS FORÇA DO QUE MUITOS GUINDASTES, POSTO SER MAIS INTELIGENTE E OBRA DA CRIAÇÃO.

UM MERO GATO TEM MAIS REFLEXO DO QUE O HOMEM MAIS TREINADO DA TERRA.

O CAMINHAR DE UM ANIMAL PODE SER MAIS BELO DO QUE MUITOS CONCURSOS, QUIÇÁ ATÉ MESMO DE INGRESSOS NOS CHAMADOS EMPREGOS PÚBLICOS.

UM RETORNO A PENSAR-SE

          A forma de uma letra, se nos ativermos a essa questão, é algo maravilhoso, em que nosso contato com ela nos abre uma lacuna de dimensões quase infinitas, quão infinito é o cérebro humano. Não poderemos afirmar que um ser seja infinito, posto possa encerrar, como única certeza – de que o nascimento também faz parte – a morte enquanto término do nosso aparecimento neste nosso planeta, agora tão conturbado e complexo, infelizmente. Mas as letras podem auxiliar, um texto de esperança auxilia, ou mesmo uma fruição literária, uma apologia, um fundamento filosófico, a poesia, uma carta de amor, um conto, crônica ou simplesmente a brincadeira do poetar algo concreto. Sim, um recurso grandioso para um homem solitário, que vê nas palavras um universo tão gigantesco quanto a expressão da arte, uma força criativa e criadora que transporte mais e mais o conhecimento compartilhado a todos os que saibam que existem canais que nos levam à leitura! Uma boa estratégia para termos filhos cidadãos é ensinarmos a maravilha da leitura, a importância da literatura, da história e suas frentes consonantes com aprendizados, onde a descrição das nervuras de uma folha e a seiva elaborada em uma aula de biologia pode tornar-se mais perfeita quando do bom uso do idioma. Justo que o aprendizado de outras línguas também possui todo um Universo, uma transcrição de significados, as estruturas da gramática, enfim, se a vida se tornar um aprender perene e um ensinamento que possa fazer parte da vanguarda de uma nação, que seja, ipsum facto!
           Pois bem, dentro dessa alfombra que segue a realidade das linguagens teremos também algo que exerce um fascínio similar, que são as rotinas de programação, a técnica de uma profissão, o trabalho de atender em um balcão, neste o modal da relação bilateral com os clientes, ou mesmo no diálogo algo abstrato com objetos, diálogo este que transpõe barreiras de ordem científica na proporção da complexidade dos mesmos objetos, seja uma ferramenta de trabalho ou um gadget na robótica. Teremos sempre que pausar e meditar um pouco sobre a complexidade sem par em que se transformaram as sociedades, uma pausa de reflexão para fazermos assentar a avalanche sem conta de nossa percepção consciente: boas noites de sono e boas caminhadas para tal, uma organização das informações que possuímos para poder bem analisar conceitos que por vezes por causa de situações caóticas não encontramos interpretações cabais à altura dessa grande máquina sumamente objetiva, em que muitas coisas no mundo partem a um funcionamento, a um sistema quase paralelo de integrações quase sempre incompletas, posto o homem não ser um objeto.
          Há linguagens de programação orientadas a objetos, classes, as tradicionais variáveis, os contêineres de informação diferenciada, o entrelaçamento quase inteligente dessas vertentes. Uma programação mais distante do piso da máquina, esta que ainda obedece ao padrão binário do zero e do um, em infinitas combinações, padrão este que sempre existiu desde o lançamento do computador em seu nascituro. As matrizes eram lidas nos rolos, nas fitas, e geniais matemáticos mundiais se tornaram cientistas desse estofo. As respostas que obtemos hoje através da evolução técnica dessa quase inteligência versa hoje a grande parte dos sistemas que vão desde um armazém a uma Agência gigantesca de Inteligência que coordene uma nação. Essas questões vêm de uma descrição através das letras, e se estas passam pela fronteira da matemática em ritmos que vão desde os fonemas até estruturas de ritmos e acentuação, pode se dizer que aproximamos um pouco a linguagem humana a algumas certamente recém-descobertas estruturas do cérebro, por onde anda a ciência de ponta nos países com maiores índices de desenvolvimento. Resta às nações em desenvolvimento se apropriarem igualmente da ciência nessa vanguarda crítica, mas sabemos que o know how dos países desenvolvidos encerra a sete chaves descobertas consideradas estratégicas para o desenvolvimento de suas indústrias, seja nos setores dos medicamentos, alimentares, genéticos em geral, e na própria indústria bélica. A manutenção de bons parceiros na ordem tecnológica e a oportunidade que criamos para aprender sobre determinados campos de inteligência é importante, mas geralmente não há intercâmbios “sinceros” sobre essas relações ou diferenças da inteligência dos países, onde as fronteiras significam apenas a geopolítica de quem vai explorar quem, ou se compramos máquinas como jatos para a nossa própria defesa, obtendo na contra-parte negativa a dependência da manutenção das peças, quando avariadas ou obsoletas.
         Havemos de confiar em nossos próprios sistemas em um panorama mais racional e nacionalista com relação a setores estratégicos de nosso país… Deveremos evitar qualquer relação de subserviência com outras nações. Tornarmo-nos independentes significa darmos condições a que a educação de nosso povo seja a melhor possível, e que nossos cientistas obtenham todo o ferramental para as suas pesquisas na ponta tecnológica mundial. Poderíamos começar com a melhoria das nossas indústrias de transformação, ou seja, qualquer estatal que já tenha dado lucro ao Governo e que o know how seja brasileiro, JAMAIS deve ser PRIVATIZADA. Talvez estes pensamentos sejam aproveitáveis, é o que desejamos nós, brasileiros, com a humildade necessária de tentar construir um país para quem já sofreu tanto as carestias impostas com a entrega de nossos recursos naturais e de INTELIGÊNCIA nacional. Esse pressuposto vai além das fronteiras da ideologia pois, como exemplos de maior vitalidade no mundo, precisamos fazer as nossas lições de casa para não apenas fazer com que nosso país, que volta pouco a pouco ao mapa da fome, saia dessa triste estatística, mas agregar a seu mesmo povo condições para que possa se desenvolver dentro da cidadania plena e assegurar um consumo majorado e consciente. Somos um grande país e nunca deixaremos de sê-lo!

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

POESIA DA EXCLUSÃO

Quantos algozes excluem grupos ou portadores de enfermidades
Que por si estes são meramente humanos, sem as fronteiras do cruel
Em um mundo onde a covardia inepta calça sua bota de amianto
E parte a crucificar os mais vulneráveis pelo prazer paradoxal
De talhar um embate de forças onde o mal passa a ser normal...

Reside a paz onde sabemos que o preconceito contra enfermos
Se encontra no olhar daqueles que constituem grande a parcela
Em um mundo que não nos resguarda enquanto seres humanos
Mas nos enfeixa no madeiro que é retirado das florestas...

Pois que agora vivemos um país da entrega, de um subterfúgio
Quase permanente de não sabermos mais onde nos metemos
Quando de uma parafernália a se mostrar quiçá mais ciente
Não traduz o que se diga de uma plataforma realmente justa!

Do justo queremos a justiça, mas se não procede não seremos
Quase nunca posto apenas a preferência da parcialidade
Em que desconstituem um país no desconforme de uma não razão
A desconhecerem o que vem ao menos por base o direito do ser humano.

Quando nos propomos a existir na ciência das leis, como será
Que evitaremos de saber que a própria criminalidade reside
Em um regime de juristas excludentes para os outros e que
No entanto para si sabem o que é receber de casta o milhão!

O grande paradoxo que destrói perenemente uma instituição
É saber que os Poderes sobrenadam em riquezas anunciadas
E que as máfias dão o exemplo nefasto ao povo brasileiro
Ao que este parte ao crime mesmo sabendo que não são os grandes.

Pois os grandes ladrões são muito maiores do que muitos outros
E que vendem toda uma nação a interesses estrangeiros
Porquanto sabem de uma verdade encoberta, onde se reduz
Através de mecanismos as penas em que quem as criou deve retratar-se. 

NA VIDA DE UM ANIMAL PODE ESTAR OCULTO O SORRISO DE UM CRIADOR.

ESTAMOS AMIÚDE PREOCUPADOS COM MUITAS COISAS, MAS O FATO É QUE HÁ CERTOS DIAS QUASE PREVISÍVEIS EM REPETIÇÕES HISTÓRICAS DO SEM TEMPO EM QUE ELAS APARECEM COM A SUA APARENTE FORÇA.

O CÁLCULO EXATO DA COMPREENSÃO DE UMA PÁTRIA APARECE COM O SEU POVO NA MEMÓRIA PERENE DE UM ESTADO SOBERANO.

O MUNDO NÃO SE RESSENTE DE UMA PAZ QUE FLORESÇA NA ABERTURA DE SEUS BOTÕES, DAS FLORES QUE NÃO FORAM ANUNCIADAS E, NO ENTANTO, SE RESSENTE QUANDO SABE QUE EM ALGUNS JARDINS A TERRA NÃO FOI CIMENTADA.

HÁ LUGARES MAIS INÓSPITOS PELA GRANDEZA DE SUA PEQUENEZ, E É NESSES MESMOS LUGARES QUE DEVEMOS SEMEAR A ESPERANÇA.

QUANDO O AMOR DEIXA DE CONSTAR EM UMA OBRA DE ARTE, ASSIM, DE AMOR PELA EXPRESSÃO, NÃO CONVIVEREMOS PACIFICAMENTE COM NOSSOS PRÓXIMOS.

UM PAÍS É LIVRE QUANDO SOUBERMOS QUE EM SUA HISTÓRIA RESPIRA-SE VERDADE PELOS POROS DO SEU POVO!

A TRANSIÇÃO DA TIRANIA PARA A PAZ NÃO DEVE SER OBRA DE MISSIONÁRIOS DE GUERRA.

O DIÁLOGO QUE TEMOS COM O MUNDO SUPORTA VERTENTES DURAS PORQUANTO MESMO SOZINHOS TENHAMOS ESSE DIÁLOGO CONOSCO MESMOS, JÁ QUE ACRESCENTA AO MENOS QUE NOS LEIAM EM PEQUENOS TRECHOS...

NÃO CONSTE NUNCA EM QUALQUER MODAL CIVILIZATÓRIO QUE A ALIENAÇÃO SEJA UM MODO DE PENSAR.

A LAVRA COMO ANTECIPAÇÃO

            A periodicidade do fazer, do laborar, do criar em si não há de ser separada do anímico, da aura que nos reveste, do sonharmos com dias melhores, mesmo quando o ato do movimento dos braços em um balcão de padaria, por exemplo, precisos por necessidade da mantença do emprego, ou na precisão das alavancas de um trator ou mesmo na britadeira, devem vir no gesto, o movimento como um dinamismo que deve ser aproveitado para organizar os objetos: antecipar a experiência laboral. Por outro dia, igualmente, e que se levante a possibilidade de que as sociedades compreendam de uma vez que a classe operária, os comerciantes, os atendentes, não devem estar vinculados com coisas absurdas para o nosso tempo como o exército industrial de reserva. Deve-se sim saber o conceito de certas coisas nas conversas e criar debates em uma roda de amigos, discutir em minúcias, debater onde houver oportunidade, seguindo as trilhas de um empreendedorismo funcional de trabalhadores, quando empreender nesse caso, alicerçados com boas representações e lideranças, seja justamente tentar compreender a própria engrenagem dos ganhos e das perdas, da acumulação e dos gastos, o que é investir e o que é o trabalho em si. Sem essa tomada de consciência fica difícil de compreender o teor da consciência classista, ou a importância dos meios de produção, a se refletir, pois que o meio da comunicação em smartphones não chega a aprofundar muito a questão, pois uma leitura mais linear e a compreensão de textos longos são um andamento cabal de se apreender a realidade em um fluxo que nem sempre deve acompanhar uma razão fixa, uma lógica predominante, mas a mescla com o anímico, o espírito, no que a estética agradece por poder existir em letras que não sejam muito brutas. Esse lado da estética nos pressupõe que nem sempre estaremos realmente nos realizando os sonhos quanto de estarmos sempre envolvidos com a cinestesia digital, pois o entorno da Natureza possui seus diálogos para uma eternidade de vermos, e a similaridade de um painel infinito enquanto a compreensão de gestos que poderemos aplicar em nossos afazeres: basta olharmos um pouco para o alto, ou para abaixo, no meio termo igualmente o mediano olhar, sem termos necessariamente que achar que a representação cromática não oculte pessoas iguais, ou que sempre aquela defina pressupostos de situações ou posicionamentos.
            Vemos muitas vezes um padrão, uma superfície. Dividimos uma gente absorta nos meios digitais, atuante enquanto empreendedora, mas abastada, com capitais de investimentos, e por outro lado gentes que não possuem mais condições de acumular bens de capital para alçar maiores voos, quais não seja o trabalho e algum lazer, dada a importância do trabalho possuir seu perfil anímico: saber-se girante, gregário e solidário onde houver lacunas para tal. Como uma competência de enxergar no colega um camarada que pode não estar na proa, nem de capitão, mas está no barco... Essa questão de viver com um perfil de separação entre aqueles que estão na linha de frente, trabalhando nas ruas e outros que do lado das telecomunicações reflete uma separação quando o homem não encontra nada mais em que depositar a sua fé que não seja a tecnologia e as novas frentes mercadológicas, estas que repetem um passado em que em nosso futuro estará mais trágico ainda, posto perdermos gerações pensantes ou aquelas que deveriam estar pausando um pouco essa corrida em que a lógica dos insights nos escraviza. Serão longos os tempos em que as nossas riquezas do planeta mudarão suas nações realocando-as para outras? Permaneceremos sempre como padrões de repetição das matrizes, sejam de nações ou algoritmos? Há sempre uma questão pendente na relação de forças que emanam de solos tornados pedras, ou daqueles que lutam por algo que não existe porquanto apenas a tirania. O totalitarismo de qualquer modal deve ser afastado, e, no entanto, enfrentamos o pior deles que vem com o capuz sinistro do livre mercado neoliberal que incompatibiliza a manutenção de decência de propósitos nos governos reféns desse modelo selvático. Viramos a plutocracia exemplar, quando autoridades acabam por se assumir pertencentes e agentes de regimes excludentes e brutais, no modo em que despontam periodicamente, como em pequenas e pontuais tempestades, essas cristas de galos de aço galvanizado. Com o devido suporte repressor que apenas compatibiliza contingentes maiores e imputa crimes contra populações vulneráveis, sem sofrerem denúncia, pois não há espaço mais humano para tal.
            Parece que corremos a um mundo policialesco em que para que sobrevivamos temos que estar vigilantes o tempo todo, guarnecendo a nós mesmos como se estivéssemos em guerra permanente, o fator humano que nos tira a paz em que melhor viveremos se deixarmos para quem zele pela segurança o seu papel, pois um homem desarmado não pode defender sua casa, e apenas uma mudança de paradigma em que se permitisse ao povo eleger seu máximo representante traria – ao mesmo povo – uma tranquilidade maior de ver que está representado pelo líder de sua escolha, pois a manutenção de um estado democrático de direito ainda está na nossa Constituição Brasileira.