terça-feira, 1 de dezembro de 2020

UMA VEREDA DE UM CAMINHANTE

 

          Nos tempos remotos, quando não existiam carros, motos ou ônibus, quando os trens eram a vapor e as ofertas industriais ainda eram mais incipientes, o motor estava na ponta de lança para adquirir a força de trabalho, na grande era da Revolução Industrial. No entanto, hoje se vê ainda viventes caminhando, no mais das vezes desempregados e iludidos com a falta de qualquer conforto, em busca apenas de um sono seguro, em uma marquise, na esmola e no ganho de alguma comida. Uma triste realidade que deve ser denunciada, pois o Estado não pode de nenhum modo deixar enormes massas desamparadas. É função do Estado primar pelos seus habitantes, senão é como se diz: a empresa qualquer necessita do exército industrial de reserva, ou seja, daqueles que entram na fila dos desempregados e são contratados pelo mais baixo ou achatado salário, por ter mais oferta de mão de obra do que se necessita. Portanto, as coisas não andaram em muito progresso social, desde XIX até aos nossos dias. A era da informática acaba por sistematizar a desigualdade, pois que, de diversas formas atende aos interesses corporativistas, a modais do crime cibernético e a uma transgressão de valores que passa pela alienação e a injustiça instituídas, naquela velha questão que nos assombra do Poder pelo Poder, de estarmos – os poderosos – sentados em confortáveis poltronas tentando mudar cursos históricos. À revelia de termos a pretensão de sermos mais humanos, passamos a viver em clãs que ditam as normas dos grupos e seus interesses pessoais, de maneira egoísta e imprópria, a ponto de desmerecer a classe trabalhadora com o fundo irônico e déspota…
           Necessitamos de maiores cuidados, e a turba ignóbil insiste em fazer recrudescer atuais problemas, como o COVID 19 e outras instâncias do que se parece termos a enfrentar guerras comerciais concomitantemente com a pandemia, no que resulta aparentemente a busca de dificuldades em acertar os ponteiros para não confundir as bolas. Não usar a máscara não nos parece a melhor solução, pois pingaremos nos sistemas nossos extratos virais. Se não hemos de parar o comércio reiteremos que os cuidados tenham a maturidade necessária que os jovens infelizmente ainda não a alcançam com regularidade. Pontuar uma caminhada consciente de que os seres de todos os tipos se dispõem igualmente ao trabalho é como traçar a Natureza como um esquadrinhar os fatos da tipificação do bom senso. Não há prólogos quando a incerteza firma pé em um ato, um encaminhamento de uma obra literária ou em um excerto documental. Na verdade, há apenas um caminho intelectual que nos transfere de um parecer a outro, a verve que sublinha nossas invectivas do conhecimento, equiparando nossos próprios recursos de expressão com o pensar registrado nas alfombras de leis consuetudinárias. É por esse apanhado de expressões que pode o homem lutar bravamente no caminho do diálogo e da concordância mesma do imaginário e da razão. Por esse lado, havemos de manter uma convexidade na irradiação de nossas mensagens, de dentro para fora, de si para outrem, do imo ao abstrato… Assim a se dizer, nos preparamos – a ver – que, de uma maneira ou outra, o ouro de nossas conversações seja muito raro e prolífico, seja maior do que um tamanho peso família, seja de irradiação sem precedentes ou, no máximo, a performance em que descendamos de uma escala do um ao cinco, por uma nota três, em seu mínimo ou em seu máximo.
         Afora isso, sem caminharmos, é chover no molhado, e toda a noção experienciada por um pode ser a veia faltante nas conquistas do outro, quando a vereda de um caminhante elucida o dia.


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