Dialogar
com a própria alma é estar próximo do não ser
Porquanto a
alma não se fira, não esquenta, não deforma,
Enquanto a
matéria engorda, estica e muda conforme
O tempo eterno que a
tudo engolfa no mundo material.
Se um vivente tem estudado
todo o seu tempo com as letras,
Se vive para se comunicar, nem
que o seja consigo mesmo,
Este mesmo vivente pode mostrar a
profundidade de seu pensar
Mesmo que a pena não seja tão
grande quanto a ode de outro…
Não há fantasmagoria na
produção poética, mesmo ao se pensar
Que outros escrevam por
um, no que tanja sermos um corpo
E apenas um espírito, e o que
se defende nessa questão
É que, se a poesia é reconfortante,
não deixa de ser boa por si!
A brasa de um fogareiro não
tece remissões longas
E, no entanto, claudica a força de não
ter mais cinzas ou carvão
A se atar ao calor mais um pouco, e
nisso percebemos que,
Enquanto crepitar um voo de pássaro ao
mesmo tempo nos urge.
Quando de se ceifar o feno qual se
subentenda um trabalho,
Haveremos de propor cortar a grama com
uma boa máquina
Subentendida em um ramal de energia que a
alimente
Como quando fazemos ou aparamos a barba com um
aparelho.
Não, que não interpretemos as frases a mais do
que sejam
Na medida em que elas são o que são, nada mais
além
Do que um funesto medidor burocrata, que nada faz
De
pretender colocar pingos onde os is não residem!
E se,
por pretensão de parafrasear um verbo qualquer
A ação da
palavra possui sua tépida trincheira a um outro
Ou ao mesmo que
lê na pertinácia do significado puro
Onde se sedimenta o
conhecimento da própria Lei…
E onde se acumula o
verso, quadrante após quadrante,
Reiteremos que encontramos nos
finais da estrofe
Qual seja, um significado que se antepõe
frente
A tudo aquilo que negamos seja uma opinião sincera.
Uma
vertente se nos nubla se apaziguamos as contendas
Em um modal
escuso, na forma de atenuarmos não completamente
O que se
judicializa na questão da inconformidade latente
Das versões
que não encontramos nos anéis de Saturno.
Quem dera
fossemos o fiel da medalha, uma honra ao mérito
De qualquer
tendência que nos traga o apaniguado senhor
Quando pretende que
se esconda a noite em seu rumor
Nas vertentes dos abusos que não
pretendem jamais cessar…
Nisto de tudo que se deseja, o
mesmo desejar reside na alfombra
Em seus interstícios, na
poeira mal sacudida, em um pequeno inseto
Que por ventura venha
nos ensinar que na luta da sobrevivência
O tamanho e a força
acabam por serem de cunho extremamente ilusório.
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