sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

QUANDO NÃO QUEREMOS FALAR

 

Há que se respeitar a não pronúncia e o silêncio
Quando nada queremos dizer a respeito de um todo
Que ponteia pelo jargão do quase infinito de respostas
Naquilo que não nos diz realmente a realidade
De fatos que requeremos não saber por participação
Nas vias em que meramente somos coadjuvantes
De uma cisão de frentes e espaços ou da remissão
Naquilo que nos sentimos ofendidos ou meio baratinados…

No que nos suplante uma glória em crescermos
Durante um período que seja, uma oração sem remendos,
Uma verve que se nos escapa, uma questão de ordem
Onde nem mesmo o mais sábio teceria sombra de festim.

E por cá vem o computador e suas asneiras de consertos
Naquilo que nunca sabemos, no que entorta o erro
De ainda não sabermos lidar com a máquina
Para que esta não erre fácil, e tenhamos o controle sobre o chip.

Das virtudes em erguermos as espáduas, da confluência dos mares,
Da mão que nos dê reparações na escrita, dos versos que esquecemos
Pousados em algo mais saliente do que o pensar, dos ditos que somos
Enquanto o verbo se faz presente, enobrecemos o olhar dos pobres.

E por aí vamos resguardando as fronteiras do pensamento
Porquanto possamos dizer que nada existe sem um recuo
Sagaz na medida em que insuflamos o orgulho
Como a pedra-sabão esculpida em torno de um profeta
Que fez de Aleijadinho um barroco maravilhoso
Nos páteos de uma Igreja em toda a sua beleza…

Resguardemos as monções do tempo, que nos é dada
Uma emoção de prosseguirmos caminhando com fervor
De algo que acontece no dia a dia, de esperas contínuas
Assim como a própria esperança se nos dite a esfera!

Como se dizia no passado, o desastre não acontece
Por um mero acaso, mas para despertar na consciência
Que nem tudo são flores no reino da Dinamarca
E que, por suposição continuada, não haveria de ser melhor aqui.


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