quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

ENXERGANDO O QUE NÃO EXISTE

Veste-se de rumores a sombra do que não é, daquilo que supõem
Do espaço físico, da curta noção de liberdade, da fé que dá no nada,
Do estigma anacrônico do falso dever, ou da mentira que parte do certo…

A partir do momento que temos uma morada qualquer
O que se tenha de levar em conta é a própria questão
Do certo pelo correto, nem que tenhamos que considerar
Que às covardias dos homens há por sinal
A difícil escolha que não parta do sempre
Posto de um sempre o nunca jamais existe!

De um meridiano nas rotações do planeta
Vemos por vezes uma gente que aposta nos equívocos:
De um meridiano a outro, de uma latitude ao sul e ao norte,
De um ponto qualquer que seja, a linha limítrofe
Ou a área genuflexória de atuação premente e forte…

Sim, a quem desse o contexto mais geral e responsável,
Seríamos tábua de regulação, ou mesmo o neologismo
De uma sentença a dar-se em uma cabeça, o reverberar
De uma luz inextinguível, o fator fremente de não se ter
Aquilo que se queira de anterioridade frente a desilusão.

Na dimensão da velocidade de algum poder consentido
Não se tenha quaisquer certezas cabais, visto estarmos
Em uma posição de entrar para uma década que começa
Com suas dificuldades inerentes e, no entanto, com paz!

Não que não haja crises de valores mas, a troco de uma semente
Que lancemos à terra, veremos novos passos brotarem
Aí sim, de uma latitude inquieta que nos faz retrocedermos
Quando um rancor qualquer nos cegue e, por essa razão,
Consentiremos com o mesmo nada que não é crível
Sequer de um período perdido em um cordão de pérolas.

Ademais, se tanta fora a preocupação do correto,
Veríamos a pomba da paz nos quadros de Picasso
Fora de um contexto de quase guerra
Quando o que se almeja é a mesma pomba
Se alimentando em um solar sereno...


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