Não
diria o mundo se caminhássemos sempre à frente. O que diria o
mundo? Ao caminho das conquistas, quem sabe o progresso isso
significasse, mas o recuo é uma arte muito importante em nossas
jornadas… Recuamos a nos dizer a quem seremos, se somos os mesmos,
se o passado foi importante, se o retorno possa ser tão progressista
quanto! Não que sejamos retornadores eternos, isso é da ordem algo
filosófica, mas que o espaço nos ensine a volta aos nossos lares,
baseados em muitos quadrantes, algo reflexos: de monta, de nicho, de
cobertores e livros. Sim, um bom livro pode ser nosso melhor
companheiro, remontando décadas de histórias, por vezes séculos de
filosofia, ou quem sabe uma mera companhia de uma poesia lunar. Nem
sempre o caminho da retidão é o melhor, mas porventura em se
tratando do caráter é muito bom. A retidão moral, uma disciplina
que signifique uma liberdade, um pingo bem colocado em uma letra i,
um ponto equidistante do bom senso, nada a ver com um conservadorismo
hipócrita, mas a vanguarda mesma do vigilante caminho das luzes.
Retornamos
ao ostracismo de algo que não faça sentido, a zero escala,
retornamos ao zero grau. Nesse grau, galgamos mais uma etapa, de se
saber que o povo anda inquieto, e que manda o povo: o povo elege,
galga, reconstrói e aumenta às possibilidades. Como em um caderno
aumentamos os grifos, retocamos uma ideia, registramos um
ensinamento, como se queira, um monólogo interno, falarmos conosco,
termos uma proficiência de cuidar de nossos espíritos, de abrir
caminho nas alocuções cruas, de travar contato com a urgência do
que pareceria solidão, e apenas é um abrir de uma caixa seleta onde
as joias se apresentam sem valor, mas lindas como a turmalina e a
esmeralda. Obviamente, há uma onda de oportunidades que se revela
nos idos de quem estuda, na noite como parceira solitária, na luz
distante de uma estrela, ou no ressurgir da aurora nas gargalhadas
distantes das gaivotas no céu. Esse farfalhar das propostas a que
surjamos mais silentes e introspectivos remonta não a crudeza do
trágico, nem às pantomimas da comédia, mas a uma austeridade que
refaz-se da construção em uma personalidade que desponte consoante
com uma retidão de caráter, um proceder honesto, uma agulha com sua
linha!
A
posição de um homem e uma mulher quiçá dependa de uma tremenda e
bárbara conscientização, de se rever todos os ensaios da
orquestra, de se suar para transmutar a industriosa cultura, de se
separarem se não fora correto o andamento da consciência citada, ao
par, ao casal, que não haja erros na retidão dos princípios.
Apenas se pode aprender com a reorganização em uma plataforma cabal
na imensidão dos meios, mas em seu reducionismo necessário na
abordagem de suas interpretações, de sua análise criteriosa e
pertinente, de sabermos o que a massa considera e o que a mesma massa
pode usufruir com mais qualidade e escolha, e opção indelével, no
que entra um pouco o tradicionalismo: as letras mais antigas, uma
retomada cultural histórica, uma vertente, enfim, da cultura e das
artes, como antes se pensara, e como agora se há de apagar cacoetes
do fácil e esmerilhar na mente o que é mais sólido, e que não
flutua na nossa memória em flashies não retilíneos. Assim
seria ver o que é demais na indústria cultural, e como esta
sedimenta no plano nacional para a ocupação internacionalista, e
aqui cabe um recuo para que procedamos a uma volta paulatina ao que
se fez nos países subdesenvolvidos em termos de folhetinescas
novelas, separando-se o joio do trigo, o que era mais indicado do que
é agora cáustico e ensurdecedor em termos de conteúdo sem freios.
Retomando: há que se reinterpretar cada linha de um ator, como se esse fosse abordado com os parênteses da facilidade extrema, no que se quer dizer apenas para se perpetuar o status quo. Que se pretenda uma ordem cultural modificada, não propriamente na imposição do caráter cultural, mas naquilo que se dite de um comportamento um pouco mais rebuscado na busca da vanguarda de nossas próprias atitudes perante a mesmice que versa o que se vê nas horas de folga...
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