domingo, 3 de maio de 2020

ESTRELAS GIRANTES


Girantes no firmamento, na abóboda celeste, o mapa da navegação
Em se saber de algo da ciência ultramarina, e que alguma capitania
Reverbere pelos mares de sua permanência em quaisquer águas
A força que surge de uma ilha dos mares do sul, de Catarinas,
Do som sonante igualmente dos ribeiros que deságuam, da crisma
Não realizada nas capelas e seus capelães, que se traga o lote de fel
A ser transudado em óleo motriz, nos motores de centro distantes das proas.

Que girem as estrelas, que invistam em novos astrolábios, que os instrumentos
Possam ser adquiridos nos lotes dos balcões de grandes navegadores
E que uma embarcação de pesca pese menos do que a água onde se caminha
Com os pés escalavrados como os de um bom marujo, onde se torna inverno
Por vezes o proceder de outra semeadura que germina o pão do grumete!

Oh, encouraçados, ó totens dos desavisados, ó forma inconsútil de paz
Que renasce a cada dia em todos, os dias que enfrentamos renitentes
Uma outra dita, um verbo que não sabemos quando se enfrentaria
Mesmo quando o que se quer é enfunar velas para seguir adiante!

Nesse mote, nessa maravilhosa profusão de requerimentos infundados,
Com espécies de látegos em quem não possui muita fé em tempo melhor
É apenas um leve susto o que nos perpassa, posto não seria de enfrentar
Toda uma força em torno do nada, do que não se pressente ao menos
O que viria depois de séculos de nossa história, desde algo de Floriano
Ao Caxias que reverberam talvez como ícones, mas que se mantinha
Ainda um florão na lapela na ordem que hoje é traduzida por homens da Lei!

Essa legalidade que – por favor não estranhem por similitude – mas que abraça
Toda a posição de quem urge por ser déspota, quem sente temores de grassar
Em uma semântica de que não se requer ao menos uma tentativa concreta e cabal
De saber que a constituição dos poderes é o mesmo que a ossatura de um homem.

Não há alavanca que mova um braço sem seus músculos, tendões e ossos,
Nos estranhos modos em que em dado momento um ser se aperceba, seja o que for,
Que o seu tutano cerebral está comandando seus movimentos: percebe-se pensar-se
Que quando caminhamos, seja lá para onde formos, saberemos sempre para onde ir.

Na vida que não se encerra em pífios desatinos, haja a crença do crédulo ciente
De saber que não importará quem somos, mas que o barco não admite tudo
O que pensamos ser certo, e que, no entanto, depende sempre do pespontar da estrela!

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