quinta-feira, 21 de maio de 2020

OS DESCASOS DAS FRENTES


            Teimamos em redescobrir frentes de atuação, que não concordam com uma coerência que pertença ao bem comum… Essa falta que nos dá saber que a ciência da matéria tem muito a ver com a espiritual e, no entanto, sentimos a falta, dá a falta, dá para perceber, a alguns, que muito teremos a crer para sair do espectro tão tardio de nossas consciências, que o salto que damos quando tomamos conta dessa crença nos leva a redimir muitos atos cometidos erroneamente! Um tipo de atitude reflexa, algo impensado, um molho mais curado da comida, um alho que esquecemos de fritar. Essa metáfora tem a ver com a arte da culinária, pois revela aos degustadores experientes a arte como modalidade do prazer da comida… É como remodelarmos nossas mente, e encontrar em uma eternidade o sopro que significa a vida humana. Nada do que esperamos seria muito da eternidade, senão que a própria consciência espiritual, anímica, que tantos somos os que temos a angústia de viver por eras mais complicadas quando da solidão que abraça nossas frentes.
           Temos muito a conversar, tanto é assim que muitos falam a si mesmos, temos um monólogo interno em cada vertente de nosso caráter, temos uma voz sem estarmos necessariamente na ribalta, fazemos crer que podemos nos governar em cada individuação proposta, e o amor é gigante e não possui pecados, haja que possamos assim agir. Esses lapsos algo esquisitos de nosso comportamento nada mais são do que os recursos dos quais podemos nos habilitar, caso a sociedade venha a não tomar bons rumos. Esses rumos que esperamos, sempre na plataforma da bondade, como modo da existência material. A questão do modo da ignorância é pertinente, mas apenas aqueles que compreendam-no sabem tergiversar por vezes, evadir de suas circunstâncias, mas de qualquer modo acabam por voltar a novamente compreender essa questão. A ignorância é seara fértil para aquele mestre que ensina o beabá, as palavras, sitas na luz na equidistância vertebral do conhecimento. Portanto, não há totais ignorâncias, mas sim as modalidades de compreensão de determinado fato, de premissas quase inexistentes, da lógica às avessas, no breu…
          A possibilidade de ignorarmos os descasos de nossas frentes fala mais ao quesito da busca, de uma procura incessante mesmo ao letrado, mesmo ao não civilizado. O índio fala mais ao seu papel, à sua busca, e é pertinente afirmarmos que os índios são mais sábios do que toda uma civilização que se torna construída pelos alicerces da dominação. Não vai adiantar terem ódios dos indígenas, pois todo o seu legado antropológico é tarefa de registrarmos de algum modo na história de nossos ancestrais. Fossem esses ancestrais portugueses, no mais, que tenhamos de Espanha um pouco, de Itália, de França, da Alemanha, de alguns países que possam finalmente respeitar a cultura indígena como algo de que nos lembraremos sempre, e que sempre fique na alvorada do pensamento a oportunidade de transcrever ao trabalho de quem está nas frentes mais progressistas, o legado indelével do que nos espera nesse momento civilizatório da atualidade.
            Desenhar o próprio legado sobre o que esperar nas frentes que tenhamos que enfrentar a qualquer custo, cabe dizer que mantenhamos a ciência acordada, que possamos pensar em progresso e que a mensagem de paz nunca seja derradeira, posto não estarmos prontos a que alguém venha com uma arma dizer a que tipo de passos temos que andar, haja vista a marcha ser para soldados, e o passeio seguro ser para civis. Nesse remontar-se de um bloco lógico é que temos a confiar maiores inteligências, e não outorgar tendências ao bel prazer de demonstrar a farsa da autenticidade falsa.

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