sábado, 9 de maio de 2020

O CONTRADITÓRIO


            Meses recrudescem problemas, dias turvos os compõem, e sequer sabemos de onde somos, quem somos ou para onde queremos ir, como disse Gauguin. Não sabemos a respeito dos mistérios de nossa existência, o apanágio bíblico pode não estar tão presente, e o recado que se deixa para o mundo são as variantes das escrituras, para todos os povos que as seguem. Alá, Jeová, Krsna, Cristo, Buda, Confúcio, etc, são meios de se tornar crédulo a um Deus, a uma ideia, a um homem, a uma mulher, ou seja, a plataforma do carinho possa ser tão poderosa quanto a fé! Se crermos em uma gramínea como um poder criativo de um ser superior, se amamos alguém como um rebatimento onde preencher lacunas afetivas possa ser um bom caminho, se acreditamos que há nações mais justas socialmente, essas crenças podem permitir um rebatimento em como colocarmos nossas mãos nos ombros do bom senso, este nosso dileto amigo a quem não se recusa impressão ou conformidade. Mas, de qualquer maneira, não podemos crer na maldade como um caminho escritural, ou com motivação escusa. Como em uma guerra onde se comandamos algo, estaremos enviando muitas vezes tropas inteiras a sucumbir... Justamente porque o contraditório é saber que na maior parte das vezes, quem toma a inciativa desses conflitos é quem deseja ampliar seu poder geopolítico sobre populações vulneráveis, para obter cada vez mais riquezas dessas nações. Posto a desumanidade reza a uma contrariedade em relação ao desenvolvimento que deve ser maior quando se trata de direitos humanos internacionais.
            Praticar esse bom senso supracitado é condição inequívoca de bem portar-se, mesmo que uma grande parte da população queira insistir em algo baseada na ignorância como modalidade de fato. Essa ignorância, esse ignorar algo que não coaduna com um entendimento primário das coisas revela sempre um lado sombrio àqueles que possuem maiores luzes no entendimento do que é real e do que é ilusão. Resta dizermos que o modo da ignorância traz para perto uma loucura que por vezes se torna coletiva, que possui tentáculos que só são explicados pelo fato de verdadeiras insanidades explicam-se no pressuposto que essa gente que parte do não estruturante e tomam o poder nas sociedades, representam o contraditório naquilo que não se previu como a necessária e, no entanto, desperdiçada, tomada de consciência de muito do que se passa. Esse floreio, esse desabrochar de pétalas sinistras vem ao encontro de que só teremos uma felicidade quando nos conscientizarmos do que quem é o que. A reação ao que é definitivamente melhor para todos não suplanta a verdade que cresce como uma trepadeira, uma era, uma planta que ocupa todos os nichos, com o tempo e, mesmo que tentem cortá-la em um muro, estará em muitos outros, em se tratando de panorama global. A equalização dessa mesa concreta, de botões e gráficos, torna a mesma verdade sendo pertinente inclusive em órgãos que tornaram sólida a recusa de que a progressiva qualidade social se emancipasse em outros tempos, desde toda a história de uma nação como a nossa, essa Pátria de bandeira que precisa sofrer rápidos remendos, antes que se subtraia o verde de nossas esperanças...
            Não existe a menor possibilidade de que vá se consertando um sistema que já dá sinais de colapso, concretamente falando hoje em dia, onde sinaliza o tempo que este mesmo está depondo contra, como um incêndio bem vindo por uma corja em uma floresta que demanda o ódio dessa mesma população que vem das catervas, de grupos escusos, que insistem no mal, como conduta primeira naquilo por que são investidos, nesse imenso poder que contradiz a sua própria não existência, da sua não verdade, da sua plêiade afirmativa, e que na verdade parte do não ser, ou ser nada. Assegurarmos que o nada, aquilo que se baseia no modal da ignorância, apesar de ciclicamente fazer parte intrínseca de altas esferas, não sobrevive muito tempo. Temos esse tempo, mas sua relatividade relembra que por muito nesta e em outras nações tivemos a escravidão, em um processo histórico de como aprendemos que utilizam o braço humano como ferramenta, e que o mesmo processo histórico revela que não será neste mais avançado século, com as conquistas obtidas por muitas leis de progresso, que as coisas tenderão a piorar, pois as humanidades já foram muito cruéis e desumanas em sua infância, e agora a maturidade de uma consciência mais aflorada tenderá a desbancar os poderes que, em suas próprias contradições, fracassam ao céu aberto, ou em torno de seus gabinetes.

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