Justo
hoje, que sofremos as modalidades dos recursos judiciais, de não
sabermos mais se podemos contar com certos poderes, e suas
dificuldades operacionais, algo de processos longos que se estendem
sobre a esteira das vaidades, requer que vejamos mais pontualmente as
questões dos municípios. Se há pessoas de caráter, que levam a
sério a relação da saúde pública com suas populações, isso se
evidencia no tipo de ação de cada administrador, pois hoje a
realidade da pandemia se percebe através de gráficos e
estatísticas… É de bom grado que as populações não passem a
infectar as massas, principalmente quando estas só prezam os ganhos
e não a mortalidade avizinhada, mesmo porque cada família agora tem
que se ajudar a enfrentar as limitações econômicas conjuntamente,
em detrimento de um isolamento cabal e necessário: ainda necessário,
em um país como o nosso. Todas as frentes hão de obter
solidariedade e complacência dos diversos modais de nossa sociedade,
e temos que unir esforços unicamente – ao menos até esse momento
diverso – para combater o único inimigo comum que é o covid-19,
uma ameaça que transcende quaisquer posicionamentos políticos ou
existenciais, em sua forma mais crua: um inimigo invisível e, no
entanto, devastador.
Uma
face dessa guerra é a incompatibilização do trabalho com o regime
de isolamento social, mas a face das agruras econômicas serão
maiores quando houver necessidade de voltarmos a sucessivas
quarentenas, nisso de pensarmos sinistramente que os que possuem
vulnerabilidades, tais como nas comorbidades de alta frequência, e
os idosos, devem pagar o pato dessa conta alta a que alguns
administradores teimam em fazer prosseguir, negando o fato da extrema
gravidade estrutural de atendimento, prevenção e cura. Quando
surgem líderes que se mantém irrefutáveis naquilo que seja
estruturante como medidas preventivas, lidando com firmeza e
determinação, esses líderes revelam à humanidade um estado de
coisas onde prevalece a sensatez e o consenso necessário a que se
debele a catástrofe. Haveremos de confiar em tipos de clãs, que se
ajudem, que permaneçam em suas casas, que façam uso do álcool
permanentemente, e que obedeçam diligentemente o que vai em suas
consciências, nem que para tanto seja imputada a multa para aqueles
que ainda desconhecem o perigo da superexposição.
Se
há Estados ou cidades que possuem maior nível de consciência a
partir de seus administradores, só temos a colocar a esperanças em
seu bom senso e para isso devemos refutar qualquer atitude, seja de
quem for, que deponha contra o isolamento social, nem que venha de
forças mais poderosas. A inevitabilidade do que depõe contra as
orientações da OMS e, no Brasil, da FIOCRUZ, demanda que percebamos
quais são as agências que denigrem a intenção concreta de sairmos
de uma crise contaminadora desse vulto. A partir da premissa básica
de – por exemplo – não permitirmos o sistema de transporte
público em certos municípios, lidaremos com uma raiz inequívoca de
não disseminar o vírus através da ação coerente, de uma prática
saudável e madura, posto haver uma necessidade estatizante de
garantir os suprimentos a todas as famílias e indivíduos
desassistidos de nossas populações, e isso deve ser realizado com a
ingerência do grande capital, pois agora é que teremos ou podemos
ter a convicção de que um Estado forte demanda a sua própria
participação no processo de garantir os víveres e todo o mais
necessário àquelas gentes que necessitam sobreviver, como em uma
economia de guerra, onde o pobre e o rico sofrem dos mesmos problemas
inerentes aos obstáculos que vêm de roldão que, por vezes, parecem
insolúveis.
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