sexta-feira, 29 de maio de 2020

CONTRADIZ-SE O CIDADÃO


            Qualquer laivo de cidadania, se não fosse por menos, seria um lote de arrecadação de injúrias, qual fossem, ofensas a mais não poder, e ao Poder como símbolo maestro, uma lacuna em que não se entende corretamente os fatos… Não há como entender correlatamente os fatos, posto em uma posição qualquer a medida é a da posição, assim como de se mandar que se mande, assim de se obedecer que se obedeça! Não, a avaria por vezes é estrutural, e na pandemia se demanda, não se manda, apenas se especula o número, a progressão, a impressão que se tem dentro de outras especulações, como se fosse multifário se fazer política dentro desse cenário. Um pássaro só, um apenas que se veja dentro da dimensão de um dia pode alertar sobre possíveis migrações. Uma ave de arribação, um arremedo de voo, o olhar perscrutador de um homem renascentista, o mato que cresce sob os pés de um lavrador. Seria tanto de se pedir que o perfil dos homens e das mulheres pudesse ser maior do que a limitação inorgânica, quase sintética? Não haveria mundo, se o perfil fosse apenas o consolidado na rede, o que traz à consonância a variedade atávica, o mundo dual – mesmo assim descartável – mas que não se deve desprezar, pois o holos também tem seus lados de zero e um, ser ou não ser, mato e rio, árvore e campina, mal e bem… Como se fossem conjuminados todos os segredos, em uma planta de arquitetura alquímica, como se uma magia nos atingisse nos tempos das regras da sílica. Placas são feitas de areia, com tantos os capacitores, que a eletrônica pode ver seus circuitos como grande cidades, em sua nanotecnologia. Não, não se corrija o texto em um software livre, como tantos são os recursos livres da recorrência da matéria.
           O que se pede é uma não contradição em nossa cidadania, altamente preservada em qualquer circunstância, mesmo quando se arroga uma fé qualquer no que não seja certo, e se queira preservar a mesma fé. A fé na modalidade da ignorância é cega, não possui razão, vê algum ícone das escrituras como referência da maldade, justificando as trevas, justificando a dor! A fé na modalidade da bondade vê, na efervescência do amor sincero, a crueza dura da realidade, transpondo na religião o que deve ser aceito, como um paradigma da certeza, quando vemos claramente sua ordem e a progressão continuada a ser aceita como um padrão escalar. Destas modalidades de fé seguimos segurando o facho que dá continuidade à progressão, seja a modalidade da bondade ou da ignorância. Haveremos de decidir, os homens e as mulheres de bem, se a fé que nos recorra seja da bondade ou da ignorância, mesmo porque temos o tirocínio sobre o assunto, quando pesquisamos melhor sobre o fundamentalismo e a razão. Ninguém quer vestir as roupas de uma guerra, seja civil ou militar, já não temos espaço físico para guerras internas ou contendas de aluguel. Se alguém merecesse uma medalha de honra ao mérito seria aquele que luta pela paz interna e externa a favor da democracia no mundo, seja esse alguém civil ou não. A verdade é que não contradiz as suas mazelas da cidadania o homem que preza pelo seu futuro abraçando o que há de melhor na civilização contemporânea.
            Se há algum motivo para se contradizer a cidadania, revelem-se, digam alto seus nomes, para que no futuro, na história de nossa República possa se dar a nomenclatura dos personagens que tentam ditar as regras a que não se faça justiça social no país, e que os remendos dentro dos panoramas de alguns decretos sejam relembrados como itens importantes para se referenciar o que se passa no país que deveria ser ao menos mais importante dentro de sua dimensão continental.

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