quarta-feira, 20 de maio de 2020

MEDIADOR DE CAMPANHA


           Não deixemos a calúnia caluniar a seu bel prazer, mesmo que ela por certos pressupostos encaixe nesses nossos objetos divididos. Não há campanha sem o faz de conta a sermos ilibados, de lutarmos bons combates, literalmente verdadeiros bons combates… Uma luta justa é ter no mínimo a modalidade da bondade em nossos atos, e não querermos criar gabinetes em segredo para fomentar desditas. É crescer nas dificuldades, é não se intimidar por questões irrisórias de Poder, é caminhar com a consciência leve sem se preocupar com falsos altruísmos que não se encaixem inevitavelmente com as conjunções do mesmo Poder. As classes menos favorecidas carecem obviamente de mais atenção, e é nesse parecer que poderemos ancorar uma posição, justo porque será a partir dessa demanda que podemos auferir os urgentes princípios do povo.
          Mediar uma campanha, no se tratar de se caminhar junto pelos campos, por exemplo, onde há sombras, no suposto, se dá no entendimento de que o espaço imenso que nos retrai o cavalo, reza no entendimento que a paz jamais está ausente desses sítios. Isso não será jamais retroação de quem quer que esteja pontificando bobagens a respeito de contendas históricas ou não. Posto a história repousa em cada farfalhar das folhas, no vento que sopra na palma, nos significados ausentes de registros, porquanto isso a história reza ser quase infinita em qualquer dado tempo… Essa mesma história de boas eras, e que pode vir a ser a contemporaneidade, tão suficiente de sombras e tão ausente das luzes. Em um século em que podemos saber de muitas potencialidades sem perguntarmos a nós mesmos as razões de prováveis fracassos… Tantas são essas razões que nos encaminham para algo consensual, algo de patriotismo, e não às avessas, onde a voz de Deus parece não ser a voz do povo. Essa parecença não condiz muito com o real, pois a voz da maioria, sendo pertinente ou não, pelo menos versa uma democracia, bem ou não. Porque se não estamos bem, estamos em uma situação em diversas soluções, ou no esforço hercúleo de atravessarmos as fronteiras da bendição e, se estamos bem, resta-nos ao menos preservar essa conquista. Alumiarmos nossas veredas é sempre muito saudável no que pese encontrarmos mãos que antes – quase inimigas – pertençam todas ao facho sagrado que ilumina nossos, por vezes, turvos caminhos. Essa lapidar consonância com o bem portar-se é um dos segredos da boa vizinhança em relação a muros ou fronteiras… Estas que parecem nos distar deveras, mas que em realidade não possuem muito a propriedade de existir, pois saibamos que somos todos humanos, e que nada nos faz sermos diferentes em essência de cada qual que permitamos nos fazer e conhecer.
            A campanha é grande, muitos solos de nossa terra hão de se fazer conhecer, muitos personagens heroicos já se tornaram grandiosos e, reza a quem quiser, o ídolo, o símbolo do heroísmo depende de cada posição. E nessa campanha verdadeira, a relativização da verdade de cada um se encontra com a verdade da precisão da história, e resta que estudemos aprofundadamente para saber quem foi realmente quem no andamento desse tipo de constituição da sociedade. Resta muito que saibamos, mas o que nos é extremamente relevante é saber quem se posicionou a favor de nossa nação, assim a se dizer, com suas riquezas: NOSSAS; com suas peculiaridades: NOSSAS, com seu modo de pensar de outrora, quem sabe, mas que se revista a poesia de Castro Alves a que nos lembremos de que país somos. Somos mais, e é esta a campanha eterna, com todos os seus cabos, com todas as suas faces, nacionais e de libertação. Esse é um bom mote para alicerçarmos a campanha que não tem dono, mas apenas a mediação de um homem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário